Os 10 Jogos Mais Surpreendentes Da E3 2015
Ainda bem que estão cá, que isto vai ser educacional.
Como sabem, as E3 são sempre surpreendentes. Muita luz e et cetera. Não foi fácil escolher dez jogos para o este top. Por favor sentem-se, e metam os jogos em 1080p.
Primeiro jogo, em décima posição:
For Honor – Ubisoft Montreal (Ubisoft)
Mundos paralelos ou viagens no tempo? Três personagens ou uma só? Vampiros? Ficção científica? A premissa intrigou-me, seja o que for.
O movimento da camera expressa na perfeição a violência física que retrata, e a forma como se desloca pelo cenário, sobretudo de 0:18 a 0:20, juntamente com as transições entre cenas, criativas e impecáveis, revela que este é um projecto que sabe o que quer ser, com uma visão definida e singular.
Nona posição:
Hitman – IO Interactive (Sony)
Outro jogo que me surpreendeu, sobretudo pela escolha de cores, pelo ritmo dos cortes, e pela sincronia destes com a música.
Nesta entrada da série, como em todas, o agente 47 pode matar alvos de muitas formas: ou com veneno ou rebentando-lhes a cabeça. As opções de disfarce também são mais: a partir de agora, por exemplo, pode usar lentes de contacto.
Neste jogo, 47 está ou a fugir da polícia ou a fazer jogging, no meio da neve; aparentemente. Muitas questões ficam no ar, na verdade. Quem está a correr, será mesmo ele? Será que é 47, ou será que são clones dele que andam a matar essa gente toda? Não se vê o código de barras do agente, mesmo quando ele tira o carapuço. E o que é esse objecto que ele apanha em 2:14? Só intriga. Um enredo promissor.
Oitava posição:
Origami – ESMA Studios (Microsoft)
Um platformer que me deixou boquiaberto durante o painel da Xbox, e que prova que a Microsoft aposta nos indies.
Esta jóia segue um rapaz que está perdido no seu mundo interior, e que tem que derrotar os seus demónios para crescer, com a ajuda de uma sombra e de um papel voador, que pode tomar várias formas. O jogo é inspirado na mitologia chinesa, altamente alegórico (sombra preta e papel branco, ying e yang), e não sei o que me impressionou mais, se foram os visuais magníficos ou os puzzles inconvencionais (2:30).
Sétima posição:
Anno 2205 – Blue Byte (Ubisoft)
A grande surpresa da E3, se não fosse pelas outras ainda mais surpreendentes.
A Ubisoft mostrou-nos dois minutos de um jogo incrível; foi pouco, mas não soube a pouco, e deu para perceber que o projeto está em boas mãos. A sensação de grande escala está muito bem conseguida, e embora a tecnologia de renderização já tenha alguma idade, por exemplo, o efeito de poeira não seja topo de gama, e as superfícies não tenham reflexos hiper-realistas, o estúdio mostra que sabe fazer muito com pouco; o jogo é visualmente incrível, e prova-se mais uma vez que a engenhosidade estética vence sempre a potência de computação gráfica.
Por exemplo, em 0:50, apesar da cidade ao fundo ser uma imagem estática, contrasta muito bem com as restantes cores do cenário, e cria uma composição fantástica. Um dos jogos do próximo ano, pelo menos no que toca a visuais.
Sexta posição:
Dishonored 2 – Arkane Studios (Bethesda)
Já falei bastante sobre Dishonored 2 num artigo anterior. A sequela de um dos meus jogos favoritos de sempre está com muito bom aspecto e até dá fome.
Quinta posição:
Rainbow Six Siege – Ubisoft Montreal (Ubisoft)
Não podia estar mais excitado.
Depois dos comentários controversos que a Ubisoft fez sobre personagens femininas, e da apresentação do ano passado de Rainbow Six, que consistia em vários homens a salvarem uma mulher indefesa, é interessante descobrir que neste jogo afinal quem veste as calças é uma mulher. E ainda por cima, uma mulher negra.
Mais uma vez, a Ubisoft tira-nos o tapete debaixo dos pés e surpreende-nos a todos. Trata-se de um jogo subtil; a avaliar por esta demo, a ação é experienciada de forma implícita, sugerida por imagens de pessoas a vestirem-se e a fazerem explosivos.
Sempre a inovar, Ubisoft.
Quarta:
O Remake de Final Fantasy VII – Square Enix (Playstation)
Obrigado, Deus.
O jogo pelo qual esperávamos finalmente chegou, e surpreendeu-nos a todos. Luz volumétrica incrível, reflexos metálicos incríveis, reflexos de água incríveis, cabelos, olhos, pestanas, tudo incrível, e no fim, as costas de alguém. Quem será aquela pessoa mistério?
Terceira:
Luxo Jr. – Pixar (Microsoft)
Incrível, simplesmente incrível. Incrível e surpreendente.
Com mecânicas inspiradas no sucesso de Octodad e I Am Bread, este exclusivo da Xbox One dá aos jogadores a oportunidade de controlar um candeeiro de escritório; mas os paralelos acabam aqui: este candeeiro é um pai viúvo, que tem que enfrentar o dia a dia de educar uma criança sozinho, e os controles obtusos não têm aspirações cómicas, mas dramáticas. Uma metáfora simples, poderosa, muito humana. Um dos jogos que mais aguardo, juntamente com That Dragon, Cancer.
Segunda:
Assassin’s Creed Syndicate – Ubisoft Quebec (Ubisoft)
Apesar dos tons neutros que costumam estar associados à Londres Vitoriana, Syndicate apresenta uma paleta rica e vibrante; mas isso, por si só, não lhe dava o segundo lugar desta lista.
O que surpreendeu realmente toda a gente foi a cena de pancada no fim da apresentação, por volta de 3:15. Foi um orgasmo que se espalhou como um vírus por cada canto do planeta, pelo mundo todo que assistia em direto, uma orgia global. Que cena de pancada incrível, tão bem conseguida, tão imersiva, que noite tão memorável. Parece tal e qual um filme.
Primeira e última:
Shenmue 3 – Ys Net (Sony)
Should You Still Be Donating To The ‘Shenmue 3’ Kickstarter?
Ricardo Correia: E o maior dick move da E3 este ano? Um Kickstarter na conferência da Sony.
Eu: Estão pobres. Têm que comer. Lembras-te daquele jogo da Sony que estava em Early Access no Steam?
RC: #*%@-se, é ridículo e não tem justificação. Era como os U2 irem fazer um Kickstarter para um novo álbum.
Eu: Sabes que mais? Não. O pessoal vai dar-lhes dinheiro à mesma. O pessoal é estúpido, e eles merecem esse dinheiro porque o pessoal é estúpido.
RC: Uma empresa com milhões de dinheiro, gasto mais na E3 se calhar do que a pagar jogos, lança um Kickstarter na conferência?
Eu: Sim, mas a minha questão é: achas que não vão ficar com os bolsos cheios?
RC: Vão. Mas condeno a atitude.
Eu: Eles só tinham que ter vergonha se o público tivesse inteligência suficiente para se ofender. Que não tem, acho eu.
No dia seguinte…
Eu mando-lhe este link por Facebook.
RC: #*%@-se.