Nota: a E3 foi tão amena para mim que a dificuldade de encontrar dez jogos que me entusiasmassem  foi quase, quase impossível.

Como já devem ter visto pelos Tops individuais de cada uma das Galinhas, há uma certa loucura à solta aqui pela capoeira, como se a Doença de Creutzfeldt–Jakob fosse transmissível a bichos de aviário. Calhou-me a mim o desenvolver a lista mais convencional, e em muitos aspectos menos inventivas que os meus irmãos e irmã Galinhas, mas não porque seja menos criativo ou mais “normal”. Isto é apenas porque ao contrário deles eu ando medicado.

E então, por ordem crescente de entusiasmo:

10 – Dishonored 2

Não joguei ao primeiro mas o trailer CGI apresentado para a sequela obrigou-me a instalá-lo. Dishonored estava naquela lista gigante de jogos-que-comprei-e-que-um-dia-vou-jogar. E já o estou a fazer para ser sincero. Fica é o gentil agradecimento ao spoiler que a Bethesda ofereceu com o vídeo para quem nunca jogou o primeiro jogo.

9 – Uncharted 4

Mais um jogo daqueles cuja trailer da sequela me deu vontade de jogar os seus antecessores. Sim, debaixo da pedra onde tenho vivido nos últimos anos não chegou Uncharted, e como tal nunca joguei nada que tivesse o Nathan Drake como protagonista. Muita gente me tem dito que o que vi é “mais do mesmo”, mas como “o mesmo” é algo que eu nunca joguei, para mim estou perante uma novidade.

8 – Shenmue 3

Depois de muitos rumores e muita ansiedade, Yu Suzuki lá anunciou finalmente o Kickstarter do jogo, com todos os problemas que a revelação teve e que explanei neste artigo. O final da trilogia não fica mais acima por uma questão de timing: joguei Shenmue apenas há alguns anos e o impacto que a maioria dos jogadores teve à época do lançamento não foi proporcional a jogá-lo uns anos depois: é que muito do que inovou já estava estabelecido quando tive contacto com ele.

7 – Horizon Zero Dawn

Monster Hunter é uma daquelas séries em que eu sou peremptório a afirmar que é uma óptima série mas que eu não gosto de todo. Já passei algumas dezenas de horas em diversos jogos da série e simplesmente não me consigo afeiçoar ao ambiente e à jogabilidade. Às vezes acontecem coisas destas, e nem todos podemos gostar de amarelo. Horizon Zero Dawn promete ser a minha resposta a um género que me diz pouco. Será este o meu Monster Hunter?

6 – Star Fox Zero

O regresso de Fox McCloud e companhia tinha sido vislumbrado como experiências técnicas da Wii U do grande Miyamoto na E3 2014. A curiosidade aqui é dupla: perceber se o regresso de Star Fox faz jus à série e se as potencialidades de jogar com dois ecrãs distintos servirão como boa demonstração das potencialidades da consola. E se essas potencialidades foram criativamente exploradas é claro.

5 – Mario & Luigi: Paper Jam

Juntar duas boas e distintas séries de RPG à volta do canalizador sempre foi o caminho possível para ambas as séries. Já tinha referido antes na análise à Nintendo e continuo a afirmar: Mario & Luigi e Paper Mario num só? Contem comigo!

4 – Call of Duty: Black Ops III

Estou a brincar. Mas podia estar aqui FIFA 15 ou o PES 2015 que era igual ao litro.

4 – Star Wars Battlefront

Se passei dezenas de horas agarrado ao comando da PS2 a jogar os dois primeiros jogos da série, é com imensa alegria que vi vídeos de gameplay deste novo Battlefront. Fiquei impressionado com o nível de detalhe visual e da proximidade que temos nos dias de hoje com live-capture. Espero que aquando do lançamento o jogo não sofra de downgradis agudis.

3 – ReCore

Esta apanhou-me de surpresa. Como sabem (e podem ver ali na minha descrição) Mega Man é o meu personagem favorito de sempre. O que significa que tudo o que está relacionado com Inafune é automaticamente um deslize de fanboyismo da minha parte. Juntem-lhe alguns dos envolvidos em Metroid Prime 3: Corruption e eu atirei com dinheiro ao ecrã e pedi ao Frederico que estava presente na conferência para trazer já uma demo. Depois lembrei-me que não tenho Xbox One.

2  – Fallout Shelter

Já tinha escrito um artigo porque ele merece, e porque passada uma semana ainda estou agarrado a um jogo mobile, o que é completamente inédito, e este vício espalhou-se cá por casa para a minha mulher como a radiação em Fallou Shelter quando temos os valores de purificação de água em baixo. Mas Fallout Shelter merece o segundo lugar por duas razões distintas: porque consegue fazer um jogo totalmente gratuito e de muita qualidade para um mercado que está pejado de milhares de títulos clonados e sem interesse, mas acima de tudo porque rebate por completo o hábito que se torna um ponto assente das diversas E3 de apresentar tudo o que vai ser lançado apenas no final do ano, no ano que vem ou daqui a dez anos. Fallout Shelter já saiu e é bem bom. Quem não joga não sabe o que perde.

1 – Sea of Thieves

Este jogos apanhou-me de surpresa quando uma das nossas Galinhas me chamou à atenção para ele. Por razões familiares não pude assistir à conferência da Microsoft em directo e quando a vi em diferido encontrei este MMO-adventure game que me roubou a atenção. A primeira surpresa, para mim, em colocá-lo em primeiro é mesmo o facto de ser um MMO qualquer coisa, uma área que pessoalmente perdi a paciência e que o próprio mercado foi executando uma eutanásia lenta. Mas Sea of Thieves marca mais um jogo da histórica Rare e o seu visual quase low-poli com personalidade, com uma paleta de cores suave acabou por conquistar-me. Apesar de se anunciar como um jogo online, este poderá ser finalmente o jogo de piratas que eu sempre ansiei. Que o Barba Negra me ouça!

Menções honrosas:

Rare Replay

Alguns dos jogos da Rare fazem parte das minhas melhores memórias de infância. Vê-los a fazer uma compilação com trinta dos seus melhores jogos é uma das melhores prendas que os detentores de uma Xbox One poderiam pedir. Muito melhor que retro-compatibilidade. RC Pro-Am I e II, os saudosos Battletoads e Snake Rattle ‘n Roll fazem parte de uma colectânea que inclui Perfect Dark e Banjo-Kazooie. Uma das melhores notícias desta E3 2015: muitos destes jogos dão sem sombra de dúvida 10 a 0 a muitos dos títulos contemporâneos.

The Last Guardian

É isto. Após tantos anos, parece que vem aí. Pena que as imagens sejam quase quase as mesmas.

Final Fantasy VII Remake

Outro que foi prometido e que muitos auguravam ser o botão de pânico da Square Enix. Está a caminho. Será mau-sinal para a SE?