Antes de mergulhar nos meandros dos quatro jogos que me trazem aqui hoje, de enxada, shaker e espanador na mão, preciso de deixar já aqui os meus dois cêntimos de game development de JRPGs. Tenho uma ideia vencedora para um grande, diria aliás, magnânimo jogo a ser produzido no Japão em linha criativa com todos estes que exploram o dungeon crawling e a gestão de quintas/lojas. Se a ideia for aplicada por alguém gostaria de receber as respectivas alvíssaras. Fica aqui este artigo como prova legal da minha originalidade.

Ora, a minha ideia para um jogo deste género é a típica história do mundo estar ensombrado por um perigo desconhecido e caberá ao nosso protagonista salvar todos a humanidade, os animais e os deputados do arco governativo português. E qual a característica especial do nosso herói? Ele é proprietário de um bar de alterne, e vai explorar dungeons com uma série de sucubas para que elas evoluam nas artes do amor e do BDSM. É isto. Adicionar umas pitadas de sal e temos um dos mais inovadores JRPGs de que há memória.

Harvest Moon: Lost Valley

A confusão gerada pelas propriedades legais de utilização da marca Harvest Moon que para os menos habitués da série torna-se uma verdadeira dor de cabeça seguir quem desenvolveu que jogo. Para resumir os problemas que circundam a série, basta-nos perceber que a série original (Bokujō Monogatari no título japonês) era produzida pela Marvelous Entertainment no Japão, deixando ao cargo da Natsume a distribuição e localização para o Ocidente. O problema surge apenas quando em 2014 a Marvelous decidiu que o seu estúdio norte-americano, XSEED Games, começasse a localizar os seus produtos. O problema? É que os direitos sobre a marca Harvest Moon pertencem à Natsume, o que obrigou à mudança de nome dos jogos criados pela Marvelous para Story of Seasons. Não obstante, e já que possuía os direitos sobre a marca, a Natsume decidiu desenvolver o seu próprio Harvest Moon. E daí nasce este Lost Valley. Ok, isto foi cansativo. Quase tanto quanto pegar numa enxada. Acho eu…

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Harvest Moon: Lost Valley sofre de um grande problema decorrente das manobras legais de backstage – o jogo despiu-se excessivamente daquilo que o faz um jogo de Harvest Moon. Para além das limitações óbvias de não existir uma aldeia para interagirmos com outros personagens (os NPCs é que se deslocam em alguns dias da semana até à porta da nossa casa) a maior jogada efectuada pelos developers da Natsume é mesmo a aproximação, ainda que rudimentar a Minecraft, como forma de apelar a uma geração mais jovem. Aqui temos a possibilidade de terraformar o terreno na vertical, o que influenciará, por exemplo, a eficácia de algumas colheitas.

Como primeiro jogo de Harvest Moon produzido por si, diria que a Natsume falhou redondamente. E que mais vale esperar para termos Story of Seasons na 3DS este ano. Pelo menos a Marvelous sabe o que fazer dentro do género…

Harvest Moon: Lost Valley é um exclusivo 3DS.

Continua na segunda parte, que contará mesmo com tascas e pensões de mais ou menos qualidade duvidosa.