E é com a ideia de cheiro a mar, induzida pela excelente vista sobre o Tejo, e com o nome do jogo que vou falar neste artigo que me lembro desta música, que tanto me recorda dos dias de praia com os meus amigos. E a melhor parte é que esse ambiente pode ser perfeitamente recriado em Mr. Super Mario Maker. Ou será que não?

Pego no Wii U GamePad, A, A, A e estou a jogar. Comecei por experimentar os níveis criados pela comunidade Super Mario Maker, que neste momento apenas contém os empregados da Nintendo. Joguei uma compilação de 10 níveis aleatórios e nenhum deles me pareceu propriamente um nível bem desenhado, na realidade, pareceram todos níveis que mostravam de forma vistosa que não eram níveis tradicionais de Super Mario. Apenas fiquei com pena de não ter visto uma melhor compilação de níveis.

Na interface que permite navegação na comunidade tudo pareceu bastante organizado. Dar feedback é bastante fácil pois as ferramentas para tal são intuitivas e rápidas de utilizar. É também possível deixar comentários em partes específicas do nível de alguém, para avisar futuros jogadores de um salto grande que terão de dar, ou de uma avalanche de goombas que se aproxima.

Mas bolas… Nunca em toda a minha vida me senti tão “em casa” a criar níveis. Depois de seleccionar o modo Criar, atirei-me à tarefa com unhas e dentes, criando um nível com pés e cabeça  em mais ou menos 10 minutos. Nessa altura já tinha ido buscar uma cadeira para me sentar em frente ao expositor. Depois de algum playtesting  (e do Ricardo Correia ter encontrado forma de fazer bypass a 80% do meu nível) e devidas correcções ficou pronto. Tudo foi claro! Não foram precisas 2 horas de tutoriais! Hooray! É verdade que também não havia grande complexidade nas ferramentas disponíveis, mas há imenso espaço no menu para ser preenchido. O que decide se o nível pode ser publicado ou não é um truque engenhoso, mas completamente válido. Se o criador quer publicar o nível, tem de conseguir passa-lo. Se o criador consegue passar o próprio nível, então não é impossível. Quanto à questão de criar uma praia no jogo (presente no primeiro parágrafo do artigo), teremos de esperar pela versão final do jogo para conseguir responder.

No entanto houveram pequenas coisas que não me deixaram tão contente, como a utilização dos amiibo estar limitada a uma simples mudança estética (que pode ser substituída com a utilização de um tipo de power-up novo). Não há qualquer tipo de habilidade nova quando usamos o amiibo do Link, apenas muda o aspecto do boneco e os sons que faz quando salta. O Wii U GamePad também se torna cansativo de segurar durante sessões mais longas de criação, pois essa é maioritariamente realizada com o stylus, mas não vejo outra solução que mantenha a criação rápida e intuitiva como ele.

WiiU_SuperMarioMaker_char_01

Super Mario Maker irá ser, sem margem de dúvidas, um dos pináculos da vaga de Play, Create, Share dos últimos anos e, de todos os que já ousei usar, o mais simples e intuitivo. Potencialmente será também o mais divertido para a generalidade dos públicos, por estar associado a uma das maiores caras do mundo dos videojogos. Tendo isto, resta-nos aguardar pelo lançamento deste título.