Para a rubrica “Tudo ao Molho” desta semana decidimos aceitar a sugestão de uma das nossas leitoras, a Alex Mig, que num comentário no post da Comunidade Gamer Portuguesa sugeriu que elegêssemos as Bandas-Sonoras que mais marcaram a equipa do Rubber Chicken. Para agradecer a sugestão enviámos à Alex três jogos de Steam e desejamos-lhe muitas horas de diversão. Se também tiverem alguma boa sugestão para um artigo colectivo para a rubrica, façam-no, que estamos prontos a responder aos temas mais simples até aos mais estranhos.

E sem mais demoras, aqui fica a questão da semana:

QUAL É A VOSSA BANDA-SONORA FAVORITA?

(de videojogos é claro!)

Ricardo Correia

Já joguei largas centenas de jogos, mas acho que a banda-sonora que mais me marcou e que continua no meu top de escolha é mesmo a da versão de Game Boy de Batman: Return of the Joker que recebi em 1992. Para além de todas as faixas de audio 8bits serem fenomenais, é mesmo a luta final (que podem ver com o time stamp deste vídeo aqui abaixo) que me marcou para sempre. Quando o Joker surge com o foco de luz, e a música a tocar, tornou-se o momento sonoro mais marcante da minha vida. Tão marcante que (relembrando que não existiam saves neste jogo) fiz speedruns do jogo apenas para ouvir esta música.

Nota: a música da luta final é apenas o corolário de uma OST extremamente bem-conseguida. Desde a faixa de entrada do jogo até aos créditos finais.

 

Miguel Tomar Nogueira

Bioshock Infinite é um dos jogos mais underrated desta década, incompreendido por muitos. Porém, a juntar a uma jogabilidade extremamente sólida e a uma das narrativas mais metafóricas da história dos videojogos está aquela que para mim é a melhor banda sonora. Partituras perfeitas desde o momento que nos elevamos a Columbia; dos acordes mais ténues de piano a orquestrações violentas durante perseguições; das criações originais e das adaptações de músicas existentes. Há momentos para todos os gostos, da Lacrimosa do Requiem em Ré Menor de Mozart; das adaptações de Cyndi Lauper, R.E.M, Soft Cell (ou caso prefiram Gloria Jones), The Beach Boys; das recuperações de músicas do inicio do século XX, entre elas as fantásticas reinterpretações de Will The Circle Be Unbroken. As 59 faixas entre originais e adaptações são uma obra obrigatória não só para entusiastas dos videojogos mas também para todos os amantes de música em geral.

 

Frederico Lira

A Música nos Videojogos sempre teve uma tarefa de suporte, de apoio no enquadramento de um estilo ou universo. A Música não está lá para ser o principal agente que motiva o jogador a jogar, mas é a que permite atingir o clímax emocional. É a ligação entre a matéria e o elemento químico, para outros o elo entre a alma e os sentidos, o que nos faz ver que não somos feitos apenas de carne e osso.

É tarefa impossível encontrar a perfeita definição da Música, mas se fosse a tentar definir a música, diria que é matemática transcendente. Não porque a Música é matemática, mas porque a Música é feita de matemática e é perceptível com outro grau de consciência. Bach teve o seu tempo, Beethoven também, Queen e Michael Jackson, mas onde estão os melhores Músicos da actualidade? Curiosamente nos filmes e Videojogos. São os novos “Schuberts” de uma renascida Ave Maria. Mas estou aqui para dar a minha opinião da melhor banda sonora… Não há melhor banda sonora, o que há para mim são obras irrepetíveis:

 

Alexa Ramires

A música é para mim algo absolutamente Indispensável num jogo ou filme. Sem uma excelente banda sonora não me consigo emergir no ambiente nem sentir o que estou a jogar. A Música eleva uma cena que pode ser banal…a algo completamente diferente. Tenho que mencionar a OST de God of War e como senti o meu corpo arrepiar-se desde que pus o primeiro jogo na minha PS2 em 2005 e a musica Vengeful Spartan começou a tocar. Ou…The Last of Us – o que Gustavo Santaolalla fez com aquela guitarra tornou-se único…. Mas a OST de Shadow of the Colossus é, tal como o próprio jogo, algo à parte. Cada minuto de cada música transmite o que sentimos – passa de épica, a triste, solitária, esperança…emoções que não necessitam palavras quando as Notas Musicais as conseguem dizer melhor…

 

Johnny Rodrigues

Arriscando tornar-me repetitivo e passar a atirar sempre com episódios da minha infância para esta rubrica, a minha banda sonora de eleição é a de Clive Barker’s Undying:

Para além de ser um grande jogo (extremamente underrated na minha opinião), a banda sonora completa aquela que é uma das melhores estórias que já experienciei num jogo e enaltece as temáticas lovecraftianas em que o jogo se delicia, misturando horror e misticismo num cocktail explosivo de sustos, magia e narrativa gótica.

Prontes. É só isto. Posso fazer menções honrosas? É que a banda sonora de Portal 2 é perfeita para o jogo que é (incluindo mais um brilhante tema de Jonathan Coulton) e Bioshock Infinite tem um dos melhores temas de personagem de que me lembro.

 

Bernardo Lopo

Eu simplesmente não sei o que dizer. Se algo que a música tem é a capacidade de conseguir explicar sem palavras. Talvez por isso colocarem play no vídeo acima seja mais explicativo dos meus motivos do que tudo o que eu possa dizer. C’est Magnifique!

 

Isaque Sanches

Splinter Cell: Chaos Theory, banda sonora realizada pelo grandessíssimo Amon Tobin, composto de forma a variar processualmente com o as acções do jogador, música no ponto, elegante, subtil, uma banda misturada como se fosse uma orquestra. No tempo em que ouvir falar da Ubisoft não parava a digestão.

 

João Machado

Música é das partes mais importantes dos jogos para mim. Há jogos que valem mais pelas melodias que pelo jogo em si. A música é que nos faz envolver no jogo. É o que nos concentra e ambienta, até a ausência dela é importante. Escolher a melhor banda sonora de um jogo para mim é muito difícil porque há várias. Mas terei de dizer que é a Twilight Symphony do grande Koji Kondo. Bem… todas as melodias dele são fantásticas, mesmo para os outros jogos da saga, só que esta, está perfeita.

Super Mario Galaxy também tem uma grande banda sonora, e as músicas tanto do clássico Legend of Zelda original como do Super Mario Bros. continuam no meu imaginário para sempre.

 

Roberto Gil

Citando um amigo numa conversa recente, “se gostas de ouvir bandas sonoras e não ouves as dos jogos, andas a dormir”.
Não tenho propriamente uma banda sonora favorita, mas, por ser uma que me tem acompanhado no estudo, durante os últimos dias, para nã
o falar das centenas de horas de jogo, escolho a OST do TES: Oblivion.

Menção honrosa e nostálgica Streets of Rage OST.

 

Leonel Ferreira

Notem a composição cuidada e desinibidamente progressiva. A rica e variada diversidade entre músicas. Esta é uma banda sonora que eu ouviria com propósito e com prazer – fosse de um jogo ou não.

Composta por Motoi Sakuraba – um indivíduo que, para além de fazer música para videojogos, também faz música para animes, programas de televisão e tem muitos trabalhos a solo de prog-rock. Esta sua última paixão está bem reflectida na banda sonora original deste excelente dungeoncrawling turn-based first-person JRPG. Envolvente, criativa e genial – possivelmente uma das bandas sonoras menos conhecidas deste senhor que compõe e executa música desde os anos 80. Shining The Holy Ark, uma obra prima de 1996 para a minha amada Sega Saturn (FELIZES 20 ANOS! VELHOS SÃO OS TRAPOS! – sim, a Sega Saturn foi lançada na Europa em Julho de 1995), não tinha voice-acting, o que ainda mais dava destaque aos restantes sons, em particular à sua banda sonora – para sempre uma recordação da minha pré-adolescência.

Tales of Phantasia (que quase esteve para ser a minha escolha) e grande parte dos títulos seguintes da série Tales of, as séries Dark Souls, Valkyrie Profile, Golden Sun, Star Ocean, Mario Tennis e Half Minute Hero; os singulares Eternal Sonata, Infinite Undiscovery e Resonance of Fate; os trabalhos mais recentes com Kid Icarus Uprising, Phantasy Star Nova e Mario Golf: World Tour – os sons que vocês ouviram ao jogar estas obras nasceram da mente deste artista.

E quem não adora aqueles JRPGs em que ansiamos que aconteça um random encounter para podermos ouvir a música, de tão boa que é, e tal é a adrenalina que nos dá? Vamos andar à porrada?