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Quando eu era criança gostava de BD, de Comics americanos particularmente, e quando eu lia aqueles livros dos meus heróis Batman, Green Arrow, Lex Luthor, aquelas vidas deles não eram fantasias de um jovem com uma imaginação extremamente activa, eram opções de carreira! Aquilo era o que eu ia ser quando crescesse. Depois ganhei algum juízo, e passei para livros de fantasia medieval, e durante uns tempos James Bondianos, onde os meus objectivos profissionais tornaram-me mais realistas como ser o número 1 da SPECTRE (vou no 11, mas o 10 e 9 estão na linha para terem um “acidente” em breve). Isto tudo para dizer o quê? Eu gosto de estratégia, gosto de movimentar e manipular os meus peões e usar todas as suas capacidades ao máximo. E no fundo, quase todos os jogos de Turn Base Strategy são um jogo mais evoluído de xadrez. Ou talvez de Shogi que é um pouco mais complexo a meu ver.

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Um TBS, é um jogo de xadrez sob o efeito de esteróides, às vezes mais bombados, outras menos, mais ou menos atraentes, com mais ou menos contexto, opções e/ou história, são isso mesmo. Peões, bispos, cavaleiros, um personagem principal (o Rei, que pode não ser um Rei propriamente dito, mas tem a mesma importância tendo em conta que se o perdermos lá se vai o jogo). Movimentamos peças num tabuleiro, com limitações e com forças e fraquezas. Tentamos eliminar o adversário da melhor maneira possível, sendo mais inteligentes que ele. Podem ser mais básicos e focar maioritariamente na parte de estratégia militar, ou mais na intriga politica, podem equilibrar os dois, ser medievais, futuristas, fantasiosos ou até quotidianos no seu enquadramento. Mas nunca deixam de ser isso na sua base, no seu fundamento, um dos jogos mais antigos do mundo, o jogo da estratégia militar.

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Disponível desde o início do mês de Julho, Legends of Eisenwald pode confirmar essa minha teoria. Feito pela Aterdux Entertainment (que para minha pena não é o nome de um personagem dos livros do Asterix, onde a maior parte dos romanos precisavam de um joguito de xadrez para aprimorar o conceito de estratégia) encontramos nele todos os componentes de um bom RPG táctico num ambiente medieval com elementos pseudo-sobrenaturais. Por exemplo, em vez dos feiticeiros e druidas podemos encontrar alquimistas e curandeiros. Outra particularidade é que a acção tem sempre acção, não existe movimentação de personagem na batalha sem uma acção de ataque ou defesa e é nestes dois factores a Aterdux tenta distanciar-se dos seus competidores mais directos neste tipo de jogo.

Legends of Eisenwald também permite alguma capacidade de replay, tendo em conta que se pode escolher uma de três personagens principais com jogabilidades e enredos diferentes que não criam um “leve 3 jogos pelo preço de 1”, mas um jogo com algum potencial de variedade. Algo que também é encontrado nas skill trees dos “peões”.

Eu sempre que jogo algo semelhante gosto de fazê-lo ao som do Battle Hymn dos Manowar, é algo que tem aquela coisa épica de batalhas medievais mas sem ser nada medieval, e até ia colocar essa música para fechar o artigo, ou a minha cover favorita do tema do Game of Thrones, mas como não me decidia vou só deixar aí um trailer do jogo.