Pelos deuses antigos e novos, a Devolver Digital conseguiu outra vez! Eu não sei porquê, não sei como é que fazem mas estes tipos têm uma espécie de toque de Midas, e desta vez associaram-se à Gambitious Digital Media, Mighty Rabbit Studios e à Gun Media para nos trazer a sequela do seu bem recebido Breach and Clear, o Breach and Clear: Deadline.

B&C1

Este jogo veio-me parar às mãos para análise, e eu devia acabá-lo para vos dar uma completa, mas meus caros leitores não o vou fazer, vou com umas 10 horas disto, ainda não cheguei ao fim, tenho side quests por fazer, só desbloqueei 20 e pouco % dos achievements, mas não quero fazer-vos esperar mais, tenho uma opinião formada sobre ele e é isso que vos vou dar.

Este jogo é bom, é mesmo muito bom, tem-me dado uma “pica” brutal. Só tenho pena de não ter mais tempo livre para passar com ele, vida de adulto é assim… mas todos os minutos que passo neste mundo, valorizo, aprecio-os, saboreio-os, e ele é viciante. Ainda no outro dia, falava com uns amigos e estava a dizer que o jogo era perigoso, porque desde as 00h30 mais ou menos que tinha dito que me ia deitar, já eram quase 2h e na minha cabeça só passava “só mais uma missão…”. Portanto se querem confiar em mim e não querem prosseguir a ler o porquê, a minha opinião é esta: Vale a pena jogar Breach and Clear: Deadline!

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Agora se querem saber o porquê, continuemos.

A jogabilidade agrada-me porque é versátil, não é um jogo parado, tem acção, tem estratégia e pode ser alterada conforme queremos (às vezes obrigados). Para quem não jogou Breach and Clear, é um top-down tactical action game onde controlamos uma equipa de soldados em missões militares. Bastante básico, certo? Não! Parte da acção de B&C é pré-programada pelo jogador que depois controla o fluir do tempo e se quiser ou estiver a correr mal pode cancelar uma acção a meio e alterar o seu curso, é genial. Safou os meus rapazes tantas vezes quando os enviava para um local e de repente via que ia correr mal. O Deadline ainda mete mais uma particularidade, mete zombies. ZOMBIES! Quer dizer, mais ou menos zombies, daqueles infectados por vírus ou cenas, e não dos outros.

Parece bom, não parece? É porque é!

Eu detesto First Person Shooters, não são mesmo o meu estilo de jogo, mas há um que eu até gostei de jogar. Ok, dois! Star Wars Battlefront é difícil de não gostar mas é uma excepção. O meu FPS de eleição é da Star Wars também, e chama-se Republic Commando, segue as aventuras de quatro clones de elite nas Clone Wars. Eu nunca pensei que um esquadrão virtual viesse roubar o lugar dos Deltas, (perdoem-me Boss, Fixer, Sev e Scorch) mas os The Rogues agora são o meu novo quarteto número um. O que me leva a outros dois factores deste jogo que ganham pontos na minha tabela. Podemos personalizar os rapazes, nomes, e aspecto. Com o evoluir do jogo, a vertente RPG entra em acção e cada categoria dos soldados tem uma skill tree bastante interessante. Até as armas podemos personalizar, com upgrades e nomes! Nomes às armas! Algo que eu faço às minhas, mas num jogo é raro darem-me essa oportunidade! Eu quis fazer algo com os meus que foi dar-lhes nomes de personagens da DC Comics, e os nomes de código deles às suas armas, portanto o líder, Leonard Snart carrega a Captain Cold. O sniper, Floyd Lawton tem a Deadshot e por aí em diante. Esta particularidade traz-me à segunda, eles têm nomes. E há algo que me perturba num jogo em que os personagens têm nomes, especialmente quando sou eu a dar. Isto já desde os tempos do velhinho UFO. É um problema para mim, num jogo de Civ V, Cossacks, ou outro qualquer do estilo, quando perco soldados, perco… soldados. Vários. Sou um general, tenho guerras a ganhar e as casualidades de algumas centenas são meios para um fim. Mas neste jogo, nestes jogos já não. Quando um morre, não é um de milhares, é o Floyd, ou Zé, ou a Catherine (a minha topshot no XCOM) e não morrem porque a batalha é confusa, morrem porque o Jack fez porcaria e não cobriu o ângulo da bomba de gasolina de onde veio um alien, e… hmmmm… bem… não importa. O que importa é que em Deadline morre-se, a sério. Permadeath. E quando se passa várias missões com uns tipos, eles são companheiros , irmãos de armas, e custa vê-los partir.

Rogues

O jogo é “uma só missão”, os nossos quatro rapazes encontram-se despenhados numa localização onde há montes de zombies e alguns sobreviventes, nem todos são amigáveis. Os menos hostis, dão as  sidequests necessárias para progredir no jogo (mas podemos só sair e rebentar cabeças, só não é aconselhável porque os recursos são escassos) e que dividem o jogo em pedacinhos mastigáveis na missão principal de “get the hell out of Dodge”, os outros menos porreiros dão tiros na nossa direcção. E temos que lidar com esses e com os zombies ao mesmo tempo. O que vale, e eu gosto bastante de fazer, é meter os nossos inimigos uns contra os outros, há poucas coisas que me dão mais prazer do que alinhar uns zombies para ficarem no fogo cruzado entre os Rogues e uns tipos que vão morrer mais cedo ou mais tarde e ver os zombies ceifar alguns, antes dos meus quatro rapazolas irem lá fazer a limpeza final. Mais que isso só mesmo quando consigo meter os quatro numa sala a apontar para uma porta aberta e ceifar a horda de criaturas que tenta entrar e se prendem uns aos outros enquanto os enchem de chumbo quente.

Só há mais uma coisa boa que posso dizer para já sobre o Deadline e depois deixo-vos decidir se vão comprar o jogo que já está disponível a solo ou em pack para quem quiser os dois. E o meu irmão vai achar isto um sacrilégio:

Eu não estou a dizer que um jogo melhor que o XCOM, não é,  esse é uma obra prima, mas que gosto de jogar tanto ou mais? Sim. Por isso se é o vosso tipo, joguem Breach and Clear: Deadline, ou vão só ao Winchester, bebam uma cerveja e esperem que isto passe.