Eu acredito em equilíbrio e justiça, e assim como eu tenho andado contente com o facto de me andarem a “cair no colo” jogos que são o meu estilo pela componente estratégica e bélica dos mesmos, também sei que vai haver um dia em que vou ter que olhar para jogos com póneis, ou unicórnios, ou cenas fofinhas e doces. É a vida, injusta às vezes, na opinião de alguns… Na minha é equilibrada. Algo em que podemos sempre contar, é que no dia em que esperamos um soco na barriga e sustemos a respiração, fazemos força para aguentar o impacto, levamos um pontapé nos dentes, só para não andarmos armados em sabões e convencidos. O mais provável é que um destes dias vou ter que fazer um texto sobre FPSs, ou pior, simuladores de vida! Isso era um biqueiro à Steven Seagal, mas dos filmes do final dos anos 90 e início de 2000, com direito a lição ecológica e melhoramento pessoal…
Mas onde é que eu ia…
Justiça… Unicórnios… Steven Seagal… Ah… Jogos e cenas, sim! Eu sabia que isto tinha uma lógica.
Sorcerer King! Lá porque estamos em preparação para a Gamescom 2015 não quer dizer que não dê para fazer uns textos sobre as últimas saídas de jogos, não é? Isto não pode ser só novos e futuros lançamentos, quem já está no mercado também merece atenção. Portanto vamos lá dar uma olhada rápida para este TBS 4X. Cá entre nós adoro o termo TBS 4X, soa a míssil ou carro para quitar! Mas mais míssil…
Mais uma produção da Stardock Entertainment, Sorcerer King vem na linha (de estilo e cronológica de história) de Fallen Enchantress e a expansão Legendary Heroes. E é mais um jogo igual a tantos outros de eXplore, eXpand, eXploit, and eXterminate…
Lá dizia o outro que “todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que outros”, e Sorcerer King é um destes casos, de ser mais igual que os outros. Sim, é um TBS 4X, mas tem uma pequena particularidade e duas grandes que para mim o tornam uma excepção. A pequena é o sistema de crafting que me faz lembrar o Monster Hunter. Ao derrotar monstros e outros adversários fornecem matéria-prima para forjar armas e afins, se é completamente novo neste tipo de jogos não sei porque não os joguei a todos, mas dos que joguei não me lembro de ter visto isso antes.
A primeira grande diferença é o setting do jogo. Nestes jogos no geral há vários adversários ao mesmo nível para enfrentar. Mas neste não, eles são todos mais fortes, mesmo os mais fracos. Começamos quando já acabou uma guerra cataclísmica, o mundo está sob o punho de ferro do Sorcerer King, e o nosso campeão lidera um pequeno aldeamento. É a partir daí que temos que fazer crescer o nosso exército, expandir o território, ganhar aliados ou eliminar alguns para conseguir os seus recursos e finalmente fazer frente ao senhor do mundo. Ao Deus, como ele é referido na apresentação.
A segunda grande diferença é mesmo a história do jogo. Bem… não a “do” jogo, mas a que está por trás do jogo. Está tudo num livro chamado Hiergamenon. O facto da Stardock ter se dado ao trabalho de fazer isto é de louvar. Até lhes dava um aplauso em pé, mas vou ficar sentado porque estou cansadito. Este livro fez-me lembrar o quanto eu sinto saudades de manuais de instruções físicos nos jogos, se este jogo fosse lançado com o livro, eu comprava só por isso. O jogo era só um bom bónus.
Nota: Afinal a referência ao Steven Seagal não tinha lógica nenhuma ali. Mas o resto… talvez…