Diz o povo que a primeira nunca se esquece, e é verdade, a Gamescom 2015 foi a minha primeira e foi sem dúvida uma experiência brutal. Os três dias que passei naqueles pavilhões com previews, reviews, streetviews e outras views estarão sempre na minha memória. Vi coisas boas, vi coisas menos boas, bonitas e feias, surpreendentes ou nem por isso, no geral foi uma aventura, da qual tenho muito para vos contar, alguns artigos isolados e/ou focados num jogo ou editora em particular, outros mais generalistas durante as próximas semanas. Este primeiro vai dar uma geral sobre o dia 1, não todo, há uma ou outra coisa que vai aparecer noutro artigo, só sobre as partes mais mediáticas de um primeiro primeiro dia na GC2015.
Vamos começar pelo inicio, e o inicio é antes de estar com os pés na Koelnmesse, é nas reuniões e organizações do Rubber para quem vai onde e ver o quê. E há alturas em que temos que levar uns golpes pelos nossos, temos que “take one for the team”, e eu levei mais que um. É engraçado quando dias mais tarde se anda pelas zonas abertas deste festival de videojogos e vemos pessoas de todas as idades em bancos, sentados em filas de horas de espera para jogar Call of Duty, e outros jogos das grandes produtoras e nós, no Rubber discutimos quem terá que ir, em vez de quem quer ir… e fui eu. A alguns. Este meu primeiro dia foi totalmente dedicado aos AAA, e se não fosse o tempo que passei a visitar espontaneamente outros developers tinha sido aborrecido à brava!
E antes que alguém diga “Ah… olha este a fazer-se de coitadinho e queixar-se que teve que jogar os jogos que toda a gente quer jogar…” ou qualquer coisa semelhante, deixem-me dizer o seguinte: Para cada tacho há uma tampa e para cada porca um parafuso. Cada um gosta do que gosta e eu não gosto de shooters, no geral, são jogos que não me dizem nada, e há sagas que eu já cansei há dois números atrás ou antes, eu quero e gosto de jogos originais, coisas diferentes e alternativas como me vou focar nos próximos artigos, não quer dizer que uns não sejam sequelas, ou que não sejam de grandes produtoras, mas os do dia um… não foram para mim.
E agora sim, o outro inicio. No recinto da GC2015 e cheio de vontade de ver como é uma feira de videojogos. Cansado, ligeiramente de ressaca, mas com pica. E o que foi o primeiro embate? Conferência de imprensa da EA onde eu fiquei surpreendido em particular por alguns títulos. Foram vários mas dois e meio destacaram-se para mim. O primeiro foi o novo Need for Speed no qual a EA tenta dar-nos um best of dos NFS do passado (atenção o Underground 2 para mim continua a ser o melhor, mas eu cansei-me deles quando acabei o Carbon). Este NFS tem a particularidade maior de podermos seguir cinco caminhos diferentes no mundo das corridas de rua, velocidade, estilo, construção, equipa ou fora-da-lei, todas elas têm um icon real que teremos que impressionar e é nesta faceta que o jogo me interessou, pode ser que eu regresse ao volante, há ali uns carros para quitar (e ouvi dizer que o próximo vai ser o Turbinado).
O segundo jogo que me chamou a atenção foi obviamente o Star Wars Battlefront, eu ainda estou reticente quanto a este titulo. O Battlefront II, a par do Republic Commando, continua a ser dos únicos FPS que eu gosto, e neste novo há mais ausências do que factores que me agradam, no entanto ao ver as imagens de batalhas em Tie Fighter e X-Wing os meus olhos arregalaram-se, e quando apareceu o Millenium Falcon e o Slave 1, sou forçado a confessar que a pulsação acelerou e os meus lábios curvaram-se num sorriso.
E depois foi o meio jogo. Quer dizer, é um jogo completo, mas só me agrada por metade. Mirror’s Edge Catalyst. Este é mesmo daqueles jogos que para mim é totalmente ingrato, gosto do conceito, gosto do ambiente, dos personagens, mas aquela vista em primeira pessoa dá cabo de mim. Eu acredito que se fosse em terceira pessoa não só teria muito mais a ganhar pois podia jogar imenso com a animação da personagem principal como podia criar modos alternativos de jogabilidade. Mas lá está, porcas e parafusos…
Falando em tampas que não são para o meu tacho, depois tive que ir para o teste do Call of Duty, e usei a minha meia hora para jogar em arena com mais umas pessoas que lá estavam. O jogo é mau? Não, não é, tem óptimos gráficos e a jogabilidade é boa, pelo que joguei não notei bugs nem nada disso, e até pode ser divertido para quem gosta. É simplesmente mais um CoD, e eu já passei essa fase há uns anos, quando eles ainda se passavam na Segunda Grande Guerra.
Depois disso continuei a minha saga de shooters e desta vez, na companhia de um amigo mais ou menos da concorrência, fui testar o Gears of War Ultimate Edition. Já tinha ouvido falar deste jogo, mas nunca tinha jogado, portanto até foi bom tentar com um remake do primeiro. Pelo que me foi dito na apresentação o jogo foi melhorado a nível gráfico e de jogabilidade, não foi só levar uma camada de tinta HD. Foram também incluídas novas missões. Sai a 28 de agosto em early access e vem cheio de prendas para os que o quiserem comprar antes de sair (alguns já sabem a minha opinião sobre isto de bónus de reserva, compra e tal…) vem com um digital comic, e os quatro GoW originais. Possivelmente mais uns extra de DLC e coisas, ainda não tinham a certeza quando falei com eles.
E depois, para acabar os grandes nomes, acabei a tarde com o Metal Gear Solid V. Este era o único dos jogos que tinha agendados que me podia interessar, mas mesmo este foi daqueles que não me disse muito. Metal Gear, é algo que faz parte da minha infância, o Twin Snakes para a GameCube contínua um dos meus jogos favoritos de sempre, mas estes novos já não me agradam tanto, não sei se fui eu que cresci, ou foram eles que cresceram mais que eu, mas eu já não reconheço o Snake, preferia quando eu e ele tinhamos aventuras mais fechadas, mais claustrofóbicas, menos sandbox e mais… box?
E está na hora de um apanhado acerca destes jogos todos do dia um:
Pontos positivos para Battlefront e Need For Speed.
MGS, CoD, GoW e Mirror’s Edge, são para quem gosta, como não sou grande fã, não vou falar muito bem, mas também não consigo falar mal deles. São como o Tony Carreira, não gosto, mas tenho que admitir que naquilo que ele faz é o melhor.
Mas este dia teve uma surpresa para mim. Teve mais, mas uma em particular, que foi o Warhammer – The End Times Vermintide. Primeiro, para algo com um nome destes eu não estou à espera de algo feito às três pancadas, quero algo decente. E foi o que encontrei. Acima já disse que não gosto de shooters, ou jogos em FPS, que há dois que gosto, pois posso dizer que este Vermintide da Fatshark, pode vir a fechar o pódio na minha lista, ainda não sei se em terceiro ou vai fazer algum dos outros descer de lugar, mas que vai estar lá, não tenho dúvidas. No universo de Warhammer este jogo de co-op com quatro jogadores deu-me uns enormes sorrisos entre os shooters (CoD e GoW) e apesar de ter a sua parte de shooter, dependendo da personagem é um jogo que se nota que foi feito, ou pelo menos a sua produção foi dirigida, por alguém que é fã da série. Deu-lhe atenção, cuidado, respeito. No fundo seria o mesmo que seu eu fosse fazer um jogo baseado em Rurouni Kenshin, Saint Seiya, Doctor Who ou Transformers. Vai ser lançado até Setembro e já tenho um jogador alinhado para umas noites passadas a matar vermes quando sair, só faltam dois, ou então vamos lá com bots. Mas que vamos, vamos!