Foi praticamente sem expectativa que entrei na booth da Warner Bros. Games para um hands-on. Pode-se dizer até que entrei com algum cepticismo. Desde o primeiro filme de Mad Max que sou um grande apreciador da série (sim, do terceiro também) e o último filme, ao qual este jogo está ligado, foi simplesmente o meu preferido dos quatro. Estava particularmente céptico porque, regra geral, jogos baseados em filmes têm uma forte tendência ao fracasso. Felizmente estava enganado.

A demo jogável que me colocaram à frente começa com um ecrã de configuração de um veículo que parece vindo directamente de um ferro velho. Podemos adicionar-lhe pára-choques frontais e traseiros com espigões, montar armas no veículo, reforçar a carroçaria ou melhorar a brecagem ou travões com um conjunto de pontos (dinheiro?) que nos é assignado. Enquanto fazemos isto, é-nos explicada a nossa missão: vamos ser largados no meio do deserto a uma distância considerável de um enclave que está a ser atacado por um grupo de bandidos – podemos ir ajudá-los ou podemos simplesmente vaguear e passear pelo deserto e ver o que encontramos. Após reforçar a carroçaria e meter o pára-choques com o aspecto mais destrutivo que consegui agarrar, começa o jogo.

Max tem um companheiro, de seu nome Chumbucket, um corcunda que já viu melhores dias e um génio mecânico, obcecado por encontrar peças para criar o carro perfeito, a que dá o nome de Magnum Opus, a sua obra prima. Após uma pequena sequência, e de assumir o controlo de Max na 3ª pessoa, entro no carro e, como o bom tipo que sou, traço uma rota para o enclave que está a ser atacado. Vamos lá ajudar as pessoas. Pelo caminho faço um curto desvio por uma pequena casa que me chama a atenção porque tem um balão de ar a pairar por cima (tenho logo aquele calafrio que só quem jogou os Elder Scrolls e Fallouts da Bethesda tem – sinais de défice de atenção precoce). Uma das developers que estava sentada ao meu lado explica-me é subindo naqueles balões que revelamos parte do mapa à volta e que nos activa a opção de “fast travel” para aquela localização – uma opção estranha, mas vou lá na mesma, enfrentando e derrotando 4 bandidos que ocupavam a construção com combate corpo a corpo – o sistema combate é muito similar ao de jogos anteriores da WB Games, especificamente ao Batman Arkham Asylum ou Arkham City, onde temos um sistema de combos que muda fluidamente de inimigo para inimigo e tem também um sistema de counters que usamos ao mesmo tempo para defender/evitar um ataque e contra-atacar imediatamente. Ao subir no balão temos uma visão panorâmica da área circundante, numa sequência semelhante à de Assassin’s Creed quando subimos a uma vista – só não há é fardos de palha lá em baixo, temos de descer novamente o balão com calma.

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Depois deste desvio, continuo em direcção ao enclave, que está a ser bombardeado por 3 catapultas, protegidas por uma série de bandidos grande parte deles em veículos. Carrego sobre eles quase cegamente, atirando o meu arpão sobre um deles e lançando-o pelo ar na minha direção – o que lhes chama a atenção e faz com que um grupo deles me comece a perseguir em veículos. O carro que conduzimos está equipado com um arpão extremamente versátil e podemos utilizá-lo de várias formas em combate – se o apontarmos a uma roda de um veículo, arrancamos a roda desse veículo; se o apontarmos a uma porta, abrimos ou arrancamos essa porta; ou, o meu preferido, apontá-lo com precisão através da janela de um veículo e arrancarmos o condutor desse veículo lá de dentro com o carro em movimento. Temos também outras armas que podemos usar enquando conduzimos, como a nossa caçadeira de canos cerrados (que podemos usar enquanto conduzimos ou a pé) ou um conjunto de granadas. Sempre que nos preparamos para usar uma dessas armas o jogo entra num modo de câmara lenta para nos melhor ajudar a apontar a arma com precisão.

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A dada altura o meu veículo estava demasiado danificado. Era inexperiente no jogo e talvez não devesse ter provocado tantos bandidos ao mesmo tempo. O jogo aparentemente dá-nos a opção de sermos discretos, mas com tantos bandidos não achava que conseguisse ou tivesse tempo de matar silenciosamente um a um. Quando saio do meu veículo Chumbucket começa imediatamente a fazer reparações, mas sou quase imediatamente atropelado. Lá se vai metade da minha vida – não posso levar com outro destes. Corro para um carro desocupado de um bandido que tinha vagado o seu lugar devido a um encontro imediato de 1º grau com um arpão, encontro o carro que me atropelou e abalro-o com toda a embalagem que consigo, enquando tento abater o condutor. A parte da condução e combate em veículos é bastante evocativa de Borderlands e de Rage, jogos que também foram comparados no passado como indo buscar inspiração ao mundo de Mad Max.

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Mad Max foi desenvolvido pela Avalanche Studios, os responsáveis pela divertida série Just Cause, e é um dos melhores jogos que joguei nesta Gamescom 2015. O ambiente e o setting em que somos colocados estão soberbamente bem conseguidos, dando-nos a verdadeira sensação de estarmos dentro do mundo pós-apocalíptico de Mad Max. A condução é fluída e o combate em veículos é excelente, bem como o combate corpo a corpo na 3ª pessoa. Acho curioso que este jogo não esteja a ter uma grande campanha de marketing, especialmente considerando que a data de lançamento é já no dia 4 de Setembro para PC, PS4 e Xbox One – só posso esperar que ele tenha um sucesso semelhante ao quase inesperado Middle-Earth: Shadows of Mordor. Pessoalmente, mal posso esperar por poder sentar-me e jogar a versão final do jogo, enquanto bebo uma Aqua Cola fresquinha.