No sistema de videojogos , ofensas de base indumentária são consideradas especialmente hediondas. Na Cidade da Galinha o detective que investiga esses crimes é membro de um esquadrão de elite (individual) conhecido como Unidade de Edições Especiais. Estas são as suas histórias.

Obviamente, eu tinha que fazer uma edição extra do Chicken Fashion dedicada à Gamescom, quando fui para lá já ia com ideias do que fazer, mas depois de lá estar, já não pareceu tão boa ideia. É um pouco quando decidimos casar ou fazer uma tatuagem num “salão” onde qualquer uma custa €15 ou pagar €1500 por um fato à medida num alfaiate em Saville Row. Todas parecem boa ideia na altura, mas a única que nunca nos vamos arrepender é a do fato, esses são para a vida toda.

Portanto eu debati comigo mesmo acerca do que fazer para o CF Gamescom Edition. A minha primeira ideia era fazer uma listagem do meu top 5, os melhores e piores vestidos na Gamescom, mas infelizmente o pessoal na Alemanha não se veste lá muito bem, não percebem de moda, e eu não consegui encontrar o meu top 5 dos melhores, e era difícil escolher um top 10 dos piores, quanto mais um top 5, portanto tive outra ideia, que era pegar naquelas criaturas que são os Cosplayers, e fazer uma análise deles, mas como se tivessem vestidos para o dia-a-dia. Ou seja tinha uma foto de alguém mascarado de Pikachu e fazia uma análise daquela roupa como se fosse um visual normal, mas também desisti dessa. Acabei por combinar as duas e fazer uma listagem dos melhores e piores Cosplayers que vi. Mas antes de continuar vou ter que fazer um pequeno parêntesis acerca de Cosplayers, e porque eu não gosto deles  no geral. Tenho que relembrar toda a gente que esta é apenas a minha opinião, e só minha, não é do Rubber ou de nenhum dos seus outros membros.

E é isto: Fora do Japão o Cosplay não é natural, é como chocolate branco, ou seja o que for em cima de uma pizza que não seja pepperonni ou atum. Num calzone legumes são aceitáveis. Tudo além disso é bruxaria, é anti-natura. Dentro do Japão, o Cosplay é algo aceite na sociedade em geral, existem tantas “tribos” e “sub-tribos” que practicamente tudo é aceitável no país do sol nascente. Eles são uma raça à parte. Da mesma maneira que há um elo perdido de onde saiu (saiu, não evoluiu porque evolução implica sempre uma melhoria e neste caso eu ainda não tenho bem a certeza) o homo sapiens, a certa altura esse ser também ramificou para o homo japonensis, e qualquer pessoa que já tenha vivido no, ou visitado o, Japão sabe que tenho razão quando digo que são uma espécie à parte. Procurem os Sex-Hotels japoneses, ou os especializados em pessoas que levam as suas sex-dolls. E pagam por elas como se fossem pessoas, e alguém olha de lado, ou pior, com desdém para eles? Alguém critica? Não! E é por isso que para mim o Cosplay só deve ser aplicado no Japão, porque lá pode-se andar vestido de personagem de Anime, Manga, Videojogo ou o ******* que o **** que ninguém sequer pestaneja.

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A foto acima é do CEO da CyberConnect2, quando estava a fazer a apresentação de um jogo na Gamescom fazia cosplay de Naruto, e eu não achei estranho. Para mim, ele estar assim ou de fato e gravata seria perfeitamente natural. Já se fosse um Europeu vestido de Nathan Drake a fazer a apresentação de um Uncharted ou  Lara Croft para um Tomb Raider eu já acharia totalmente parvo e desnecessário.

E não me venham dizer que se pode gostar de uma cultura e fazer coisas dessa cultura sem fazer parte dela. Eu adoro Roma, tenho um fascínio pela cultura clássica, o meu clube de futebol é a A.S. Roma, mas isso faz de mim romano? Não! (A não ser nos jogos e contra aqueles filhos da **** da Lazio). Eu adoro a cultura japonesa, possivelmente sei mais sobre a época tokugawa, bakumastu e meiji que a maior parte dos japoneses que vivem em Portugal, mas isso faz de mim japonês? Não! Tenho espadas e sei manejar qualquer uma delas, vivo por um código de honra, isso faz de mim um Samurai? Não!

Cosplay, não é natural fora do Japão. E tendo dito isso fecho o parêntesis, e passo à avaliação dos melhores e piores que vi na Koelnmesse. Parece hipócrita? Talvez, mas não acredito que tenha que ser fã de algo para a avaliar, até acho que me permite ter um olhar mais isento sobre a qualidade do que olhando com fanboyismo.

Eu não vou estar a analisar os fatos e os personagens um a um, vou apenas mostrar e explicar o porquê que escolhi estes.

Mas afinal o que é Cosplaying? Já vou em mais de 700 palavras, já critiquei o assunto e ainda não expliquei o que é isto. A primeira utilização de Cosplay está atribuída a Nobuyuki Takahashi do Studio Hard nos anos 80, e é uma combinação de “Costume” e “Role-Play”. Cosplay é considerado uma arte de performance, e eu não exijo que os fatos sejam minuciosamente exactos, nem sequer do género certo do personagem, mas para apreciar um Cosplay exijo que demonstre um ou mais dos seguintes. Esforço, conhecimento, originalidade. E por isso temos estes cinco:

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Não olhem para os sacos, a armadura está muito bem feita.

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Não sei o que é isto, mas estes dois merecem os parabéns. Especialmente a moça que andava dentro da caixa o dia todo.

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Maioritariamente comprado e totalmente 3 anos depois de camuflados se usarem… mas bem feito.

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Ciri, feita na perfeição, sem exageros sem sexismos desnecessários.

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Esta gostei pela originalidade.

Apesar de não fazer ideia a que são relativos os dois primeiros, tenho uma admiração pelo trabalho envolvido nos fatos. Assim como os Ghillie Suits (apesar de camuflados serem tão 2012…) e finalmente a Ciri e a Link, tanto pela perfeição do fato como pela originalidade, super simples e fora do contexto habitual, mas assim que olhei para ela percebi o que era. E isso pode ser um cosplay aceitável.

Só que depois temos o reverso da medalha nestes:

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Gosto da Harley Quinn, mas preferia a versão original da Batman: The Animated Series

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Assassinas do bom gosto…

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Já não via tanta licra junta desde a única aula de Zumba que fui…

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ah…. bem… coiso…

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Pelo menos um pouco de esforço era bom.

Fatos de licra comprados até podia admitir, só não gostei porque com um pouco de esforço podiam ser melhorados e tornavam-se acima de aceitáveis. Mas os outros conjuntos às três pancadas ou altamente elaborados, só me chateiam porque não são Cosplayers, não são pessoas que investiram nos fatos monetariamente e/ou em esforço, que conhecem e muitas vezes vivem as personagens, são meninas que querem atenção. Só isso. E isso é um das razões que me irritam os “Cosplayers” porque estes são a sua grande maioria.

Finalmente duas menções honrosas que na mesma foto têm bom e mau:

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Não me lembro de um crossover X-Men/Legend of Zelda, mas agora sei que preciso de um.

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Pokémon/Legend of Zelda, já não.

A primeira tem uma óptima princesa Zelda, e um Nightcrawler que podia estar perfeito, se ela não tivesse deixado as mãos por pintar. A sério, era só pintar as mãos…

E no segundo nota-se o que é ser arrastado pela nossa cara metade para algo que não gostamos. Ele fã de Legend of Zelda, tinha o gorro no cinto, o escudo às costas, as botas, uma ocarina, tudo. Ela leva um pijama de Pikachu. Um pijama… um pijama! Nem sequer é um pijama, é um onesie!

E fico por aqui, para a semana, o número 3 volta ao formato normal. Ou não…

Um onesie de Pikachu… isso é quase o mesmo que eu vestir uns calções e uma t-shirt verdes e andar de janela em janela a dizer a raparigas adolescentes que as vou levar para a Terra do Nunca. Não só, não faz de mim o Peter Pan, como provavelmente só me levava para a prisão.