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[Parte 3]

And you run and you run to catch up with the sun but it’s sinking
Racing around to come up behind you again
The sun is the same in a relative way, but you’re older
Shorter of breath and one day closer to death

2008 – WipEout HD (mais tarde relançado como WipEout HD Fury)

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Vou deixar as conversas para a parte onde explico um pouco do que ficou. No entanto, sempre fui fã da série WipEout e WipEout HD / Fury foi a melhor iteração de todas e prendeu-me ao ecrã durante horas. É um jogo de corridas para quem gosta de velocidades e com armas à mistura. Portanto, Mario Kart mas onde a parte de saber conduzir bem é fulcral e extremamente castigadora. (Para a malta da Nintendo, adoro Mario Kart)

O que fica de WipeOut HD: A platina de WipEout HD é especialmente complicada, talvez dos troféus mais difíceis que alguma vez existiram. Um dos troféus que tornam esta platina complicada é Beat Zico, que consiste em fazer um tempo absurdo na pista mais simples do jogo. Para ilustrar esta dificuldade, vou contar uma história cem por cento verídica: Existe este amigo meu. Vamos, por motivos ilustrativos, assumir que se chama Zé. O Zé é um Trophy Hunter. Para conseguir Beat Zico esteve 14 horas a tentar sem interrupções. Diz que não comeu rigorosamente nada nesse período e não tem a certeza se bebeu. Zé não é um troll e fala sempre verdade.

Confesso que passei por processo semelhante, mas de forma mais sã. Mas enquanto procurava dicas no youtube apanhei um moço Português a dominar este troféu com um arcade stick do Tekken. Houve obviamente um sentimento de humilhação auto-induzido, mas depois passou.

Youtuber no seu habitat natural. A reacção à vitória começa a 30 segundos do inicio do vídeo. 

 

2011 – Catherine

catherine_profilelargePrimeiro, devo dizer que encontrar boas imagens deste jogo que sejam safe for work não é tarefa fácil. Segundo, quero dizer que a minha fixação com a Persona Team em nada justifica o meu amor por este jogo. Se tiver de descrever o que senti no momento em que joguei Catherine, foi algo como ter descoberto Tool aos 14 anos ou Bjork aos 17, ou seja, sentir que nem sequer sonhei com a possibilidade de existência de tal conceito e obra enquanto sou apanhado completamente de surpresa, mas aproveitando todo e cada momento.

A forma mais breve de descrever Catherine é não descrever. Mas já que escrever sobre ele assim o exige, diria que é o casamento perfeito entre um puzzle game e um dating simulator, mas descreve tão, tão pouco. Isto porque nunca me via a ficar tão interessado e vidrado num jogo que tivesse algum dos géneros anteriores, quanto mais ambos. É preciso muito pouco para apreciar a beleza de Catherine, ainda assim, é algo a aproximar com cautela pois não queremos que preconceitos e expectativas interfiram na forma como aproveitamos este jogo incrível.

catherine1O que quase ficou de Catherine: Uma platina por completar. Como se a dificuldade do jogo não fosse suficiente, o último dos quatro níveis extra super difíceis de Catherine contém um bug que impossibilita completá-lo em single player. Foi resolvido por mim, mas com dois comandos, já que o bug não persistia no multiplayer deste nível.catherine_screens_57

O que ficou de Catherine: A ideia de que um Triple-A ímpar poderá correr espetacularmente quando feito pela equipa correcta e, mais que isso, o alívio de saber que ainda há produtoras dispostas a correr este tipo de riscos.

 

2008 – Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots

Metal-gear-solid-4-meets-ipod-20080513011020295Odeio a parte em que todos os artigos simétricos a este começam a falar dos mesmos jogos sem dizer rigorosamente nada. Não porque é bué fixe ser diferente (da minha parte), mas porque a obra prima é tão óbvia que o algoritmo é basicamente pegar num saco de palavras de teor positivo, escolher aleatoriamente elementos do saco e atirá-los para uma página web munidas de ordem. E isso qualquer pessoa faz, por maior que seja o défice de vocabulário do jornalista. Portanto, o resto do artigo vai ser assim: Coisa genérica, coisa genérica. Genérico genérica genérico, genérico, genérico! PlayStation 3. Coisas que nada dizem sobre o jogo e muito ajudam na contagem de palavras do artigo, genérico genérico. Genérico. Brinco.

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Jack the Reaper: ‘Kel Bedéçe

O que ficou de Metal Gear Solid 4O ódio a cutscenes. Não da minha parte, mas de toda a gente que reclama com cutscenes sempre que tento falar de MGS4. São uma parte fulcral para um jogo não só de um ponto de vista de storytelling mas também para o seu development, marketing e tantas outras coisas. A série Metal Gear sempre se destacou por se levar demasiado a sério, por ser extremamente densa em história e, honestamente, não consigo pensar numa outra forma mais apelativa de expor a quantidade de conteúdo que este jogo expôs nas suas cutscenes de outra forma. Se não é a vossa cup of tea, eu entendo. Mas tantos outros jogos (mesmo anteriores a Metal Gear Solid 4) têm cutscenes enormes e não são criticados por isso, que eu não consigo ver outra coisa no ódio pelas cujas além de uma das poucas formas fáceis de justificar o porquê de não se gostar de Metal Gear Solid (*). Se nunca entenderam o charme, com o preço dos jogos em segunda mão hoje, gastem os vossos cinco euros numa cópia de MGS4 e tentem entender o porquê de ser especial ainda que assumindo que mesmo assim pode não ser o vosso tipo de jogo.

(*) – Exemplos de jogos com cutscenes longas: Comecei ontem o Okami, 20 minutos de cutscene inicial; Final Fantasy VI (aclamado por muitos como o melhor da série) 21 minutos de cutscene final; Persona 4: provavelmente 60% das 70 horas de gameplay são cutscenes com poucos momentos de opções que influenciam o rumo do jogo; Eternal Sonata: 44 minutos cutscene final; Xenosaga III: 45 minutos cutscene final; Dragon Quest VIII: ~50 minutos cutscene final; Yakuza (um qualquer); Final Fantasy XIII; a lista continua (…)

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