Aquando do lançamento de The Swindle, o genial jogo do estúdio Size Five Games que tem deixado uma das nossas galinhas completamente deliciadas, falámos com Dan Marshall um dos seus developers:

Ricardo Correia – Todos os vossos jogos antes do The Swindle são diferentes uns dos outros. Estás constantemente a tentar reinventar o teu estúdio?

Dan Marshall – Ha ha, acho que enlouquecia se estivesse sempre a fazer os mesmo tipo de jogo vezes sem conta. Se eu continuasse na onda de sucesso do BTDT/TGP e ainda estivesse a fazer jogos de aventuras estaria esgotado, e não estaria a apreciar o que faço. Variedade é o sal da vida, eu gosto do meu trabalho, quero sempre manter as coisas frescas.

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R.C. – Qual foi a ideia por trás de trazer o The Swindle para um ambiente cyberpunk com uma estética “cool”?

D.M. – Eu não quis ir para o Steampunk puro, achei que seria aborrecido. O design do jogo deu origem a todas as ideias de hacking e modificação corporal, portanto desviar para um vibe Cyberpunk pareceu natural e único. A arte do Michael Firman e a banda sonora do Tobey Evans ajudaram imenso nisso – com bastante interacção entre os dois e juntou-se em algo lindo. Acho que é das melhores coisas de ser a única voz de comando, estamos numa posição onde vemos todas as peças encaixarem umas nas outras.

 

R.C. – Apesar do jogo ter sido lançado recentemente, podes dizer se já estás a trabalhar noutro projecto? Ou a começar um novo?

D.M. – Ha ha, ainda estou a trabalhar no The Swindle. Uma das alegrias de development em PC é a combinação de hardware PC ser potencialmente infinita, e eu não posso prever todos os problemas que podem surgir com isso. Vou estar a corrigi-los.

Tenho algumas ideias acerca do que fazer a seguir, mas vai tudo depender do sucesso de The Swindle!

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R.C. The Swindle é uma homenagem a algum jogo que jogavas quando eras mais novo?

D.M. – Não propriamente – quando eu anunciei o jogo, descrevi-o como uma fusão entre Sonic e Deus EX, porque tinha aquele vibe da construção/hacking/guards do Deus EX, mas os controlos e plataformas do Sonic, acho que esses dois são evidentes do design do jogo.

 

R.C. – Algum filme/livro Cyberpunk sussurrou ao teu ouvido quando a ideia estava a nascer?

D.M.  – Não, acho que não. Eu não tenho tendência a inspirar-me no trabalho dos outros, eu gosto de fazer as coisas por mim tanto quanto posso. Acho que o vibe do Syndicate ajudou imenso, mas simplesmente passei muito tempo a investigar cyberpunk quando o jogo se inclinou nessa direcção e apanhei bocadinhos de inspiração de todo o lado.

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R.C. – The Swindle é um jogo desafiante. A tua intenção é lembrar-nos dos tempos quando todos os jogos eram vencidos por perseverança, ou morríamos a tentar?

D.M. – Acho que a dificuldade é inspirada no meu velho BBC Micro, ou na minha Mega Drive. Os jogos eram difíceis e divertidos, e não tinham medo de nos deixar descobrir coisas explorando o mundo deles, e eu sinto falta disso. Sinto falta de ficar preso num jogo, porque hoje em dia os grandes tutoriais pop-up estragam isso, dizendo exactamente o que tens que fazer.

Um dos grandes luxos de ser um indie developer é ser a mudança que queremos ver no mundo, e eu quero ver os tutoriais intermináveis arder nas chamas, para que eu possa jogar e ser tratado como um adulto.

Agradecemos ao Dan Marshall e ao estúdio Size Five Games pelo tempo disponibilizado e desejamos o maior sucesso para o seu The Swindle.