Nota do editor: de duas em duas semanas teremos um artigo da rubrica Black Chicken, assinada pelo André Marrucate, que trará uma opinião ácida, corrosiva e incisiva sobre o mercado dos videojogos. Nada ficará por dizer, nem falsos moralismos nem suavizações desnecessárias. A pura realidade, doa a quem doer.
Nota do editor#2: como é apanágio do Rubber Chicken, apesar do tom mais corrosivo do texto, nada deve ser entendido de um ponto de vista ofensivo, mas sim transgressivo e provocatório. O autor sempre teve o hábito de provocar reacções através do choque com as palavras. Não nos responsabilizamos também por sintomas associados à leitura deste artigo.
A velha questão “omfg as consolas estão a morrer (…)” cada vez mais parece ser uma realidade que muitos não querem ver nem acreditar. Eu desde que tive o meu primeiro contacto com videojogos (ou mais vulgarmente como se dizia no meu tempo de cachopo – Jogos de computador)- e a malta das consolas que me desculpe mas são mesmo JOGOS de Computador, isto porque os vossos jogos não saem do nada como os ovos da pascoa não é um coelho que mete uns ovos coloridos de chocolate com um brinde lá dentro, ou um Chinês que consegue materializar um Zelda assim do nada e metê-lo nas consolas que vocês tem em casa. Desculpem não é Chinês é mesmo Japonês, é que já estava a ficar confuso desde que li a noticia que a SNK foi praticamente toda adquirida por uma multinacional Chinesa que se dedica a aplicativos e jogos móveis.
Resumindo, os jogos vêm dos PCs e são depois preparados para ir para uma plataforma mais pobre para quem não sabe escrever num teclado [Load “”]. Desculpem-me novamente, eu já não estou bem acostumado a estas coisas e já me esquecia que estamos em 2015 e que os jogos de PC são mais fáceis de instalar que nas consolas, e é por ai que quero começar. Há uns 30 anos os jogos de computador para arrancarem era necessário um comando manual, entre outras coisas lixadas para o comum utilizador, como alocar memória RAM para o jogo. Hoje desde o inicio dos anos 90 que se coloca o jogo e o autorun começa a instalação, depois corre no nosso disco rígido como mais tarde veio a acontecer em 2014 quando surgem as consolas da “nova geração”. Vejamos no tempo do Windows 95: metia-se o CD ou os CDs e em mais ou menos 30 minutos quando era muita coisa claro, tínhamos o jogos já prontos, agora metemos um disco na consola, esperamos que instale, depois vai actualizar e só depois vai iniciar (isto se não necessitar primeiro de verificar outra coisa qualquer como se temos o cartão de crédito guardado no sistema), é tempo suficiente para pegarmos na bicicleta e irmos para a serra fazer BTT. Aliás era bem melhor fazer isso para descarregar os nervos e o stress, e é bem bom, isto porque não estou a ver irem tomar um café em 2 ou 4h!!! Mas ai vem o pior, os loadings, que já não se via desde o tempo do Spectrum, só que o pior de muitos é que não será só uma vez, os piores fazem-no regularmente.
Eu sou defensor dos cartuchos, compreendo que houve uma altura que era dispendioso meter musica e vídeo num cartucho por limitação da memória que era cara. Contudo hoje os chips de memoria flash são baratos e ainda há consolas a usar um sistema semelhante: caso das consolas portáteis 3DS e Vita. Mas eu sei o que se passa, as produtoras estão de tal forma obcecados por nos “esmifrar” a carteira que querem fazer jogos em tempo recorde, quanto menor o esforço e menos tempo, menos têm de pagar aos escravos – é um ciclo vicioso para eles e para nós. Um media estanque não permite actualizações regulares e logo não permite um esquema de viciação e dependência crónica, basicamente eles têm a faca, o queijo e o pão na mão e nós só temos que pagar e arregaçar as calças.
É uma grande perda de tempo estar a jogar quanto mais estar 4h à espera que o ecrã de start apareça. Uma consola devia ser algo plug-n.play, tipo as mulheres, cof cof, quer dizer como aquelas que nos fazem tudo sem perguntar, cozinham noodles, dão-nos música, tiram cafés, não precisam de actualizações, etc. é imediato e prático, satisfação logo ali, temos o que pedimos e o que queremos. Mas até ai a coisa esta complicada porque elas estão muito esquisitas, querem acessórios caros, querem ir passear e depois somos atazanados com planos para o próximas férias do próximo ano. Já nem falo de ter de andar sempre de telemóvel ligado para saberem onde ando e o que faço.
Falando de estatística assim para encher o espaço que a malta gosta é de números concretos, andei a ver no Google e o panorama parece mesmo negro para o lado dos gamers consolados. Não basta os tablets e telemóveis estarem a comer o mercado de todos os lados como os PCs estão numa nova era dourada, vê-se um novo florescimento do desenvolvimento independente, apesar de com isso também virem agarrados muitos carrapatos de Shovelware. Curiosamente tudo começou com a malfadada pirataria que praticamente matou o comércio de jogos físicos no PC, “inesperadamente” isso criou novas oportunidades. O Steam e outras distribuições de jogos souberam dar a volta e descobriram que é preferível vender muito a um preço acessível do que pouco a preço alto, um consumidor satisfeito é a melhor vaca de ordenha que os developers podem desejar.
Se leram isto até ao fim, vão reparar que menti: vão mas é procurar a estatística ao Google seus preguiçosos, que se calhar estão a ver isto pelo tablet depois de terem jogado Fallout Shelter e nem se deram ao trabalho de ligar o PC que compraram só para jogar Age of Empires a 4K com uma gráfica mais cara que um Papa-Reformas ou um dia de trabalho duma acompanhante de luxo!
Comments (5)
Apesar de entretido, este texto “rebenta” com a maioria da política editorial do site (sim, eu li) mesmo considerando as 2 (!) notas de editor, uma delas afirmando que o autor apenas refere “A pura realidade, doa a quem doer”.
Acho piada a este tipo de texto nos fóruns, face, etc. e, confesso, que às vezes é mesmo necessário um pontapé “no saco” em algumas conversas, por lá.
No Rubber, estava à espera de um texto mais elaborado, mais cuidado, mais informativo e fundamentado, como é habitual. Não me parece que se encaixe no satírico, irónico ou sarcástico. Antes, parece clickbait puro e simples, através de “bocas”.
A ideia é engraçada, mas o texto precisa de mais coerência e orientação a todos os níveis.
Opinião pessoal, “nonetheless”…
Concordo plenamente. O André Marrucate a escrever aqui, e da forma como escreveu, é como se estivesse a trazer tudo o que há de mau e de ácido no grupo da “”Comunidade Gamer Portuguesa”” (aspas aspas) e que me mantém afastado de lá, para aqui.
Concordo com os anteriores comentários. Esta não deve ser a via da RC.
Olá Serginho,
Acreditamos que o André está ainda a ganhar ritmo, a adaptar o tom mordaz que lhe é habitual para algo que se ajuste ao RC. O primeiro texto é sempre um bom teste para o perceber, e para vermos onde é que mordacidade e a acidez que referi podem ajustar-se ao que esperamos da rubrica. Veremos daqui a 2 semanas se definitivamente foi encontrado esse “lugar”.
O que pedimos ao André era complicado: como é que ele conseguiria adaptar os pequenos “tremores” que insta em alguns fóruns (tais como a CGP) mas com outra substância. Não é tarefa fácil, todos sabemos, mas vamos verificar se é possível este “casamento”.
Um abraço
Um texto repleto de misoginia, erros de português e ataques… Um perfeito sinónimo da falta de qualidade que o site tem demonstrado nas últimas semanas. Assim se perdem leitores assíduos.