As raparigas [mulheres] jogam bem, e também jogam “jogos de tiros”. As [mulheres] também conseguem. Há muitos rapazes [homens] que jogam The Sims; não é um jogo de raparigas [mulheres].
—
Quando jogo Counter Strike, os [homens] perguntam-me logo se sou uma [mulher]. Costumam ser bastante malcriados.
Sim, mas a culpa se calhar não é deles. Se calhar tem a ver com o facto de não existirem skins de [mulher] para as personagens do Counter Strike; não?
—
Quando uma [mulher] pede algo num jogo, os [homens] dão logo. “Olha, dropa-me uma arma”, e eles dão a arma. Até há muitos [homens] que usam fotos de [mulher] para serem tratados melhor.
E não achas que há muitas [mulheres] que se aproveitam disso?
Se eles oferecem, eu aceito. Ahahahaha.
Ahahahaha. Mas não achas que isso estraga a imagem das [mulheres]?
Ah, isso é problema delas.
—
Não achas que o facto das pessoas não acreditarem tanto que as [mulheres] podem jogar todo o tipo de jogos poderá ter a ver com o facto de elas não prestarem tanto na vertente competetiva?
Não.
O que quero dizer é: há o “jogar competitivamente” por uma atitude mais competitiva, e “o jogar competitivamente” que é participar em torneios, fazer parte de uma comunidade mais alargada, uma comunidade onde existem mais [homens] – porque os [homens] jogam mais competitivamente do que as [mulheres], não é? Achas que o facto das [mulheres] não jogarem competitivamente pode ser uma forma das [mulheres] mostrarem que não tem tanto potencial em termos competitivos?
Acho que… se calhar é uma área à qual não ligamos tanto.
—
As raparigas têm mais o hábito de jogar em casa, e também gostam mais de adotar outros papéis, como apresentadoras – como no caso do League of Legends, quando apresentam o torneio ou estão na parte da análise – talvez as raparigas gostem mais da parte da comunicação, da moderação.
Em termos de comunidade gamer, costuma haver mais raparigas a apresentar que rapazes. Não sei porquê. Ahahahaha. Talvez por terem uma cara mais bonita. Ahahahahaha. Para atrair.
Muito bem.
—
Para ti, o que é feminismo nos videojogos?
Para já, não gosto da palavra. Divide os [homens] e [mulheres], e acho que é uma coisa que não se deve fazer. Porque nós temos capacidade de ir mais além e jogar decentemente.
—
O que é para mim feminismo? Há por aí muita gente a pensar “ah, a [mulher] não deve jogar”; “ah, a [mulher] é para ficar na cozinha”, “a [mulher] não vai a torneios”; “não fala”, como já me disseram muitas vezes. Mas eu acho que isso tem a ver com as [mulheres] que fazer stream, e que hoje em dia usam outros “abonos” para ganhar dinheiro.
Sim, mas ao mesmo tempo, quer dizer, acho que estás a falar das pessoas que têm “dotes” [aponta para os seus seios].
Ahahahahahaha.
E dito isto, também, pronto… [aponta para os seus seios].
Ahahahahahaha.
—
Houve uma versão no Counter Strike que tinha personagens femininas mas acho que isso não faz muito sentido naquele jogo; são armas pesadas, supostamente é para homens.
—
Eu acho que nos esquecemos um bocado de qual é o posicionamento da mulher em termos culturais. Até há pouco tempo, a mulheres focavam-se em ter um relacionamento e criar filhos, não é?
Hum-hum.
Nunca houve muito tempo para pegarem em jogos. Por isso é que o mundo do gaming ficou muito masculino.
É. Ainda no outro dia ouvi a expressão “finalmente a nossa geração está a ter filhos”. Os filhos estão a crescer num ambiente de gaming, não é?
Sim, exatamente.
É. É isso que eu acho.
—
Vou falar sobre a [alguém], por exemplo: é uma pessoa bastante “dotada”. E também é gamer, talvez não profissional, mas ela fala muito sobre gamer girls – o que é que define uma gamer girl? O que é “feminismo” [faz aspas com os dedos] nos videojogos? Só por uma pessoa estar ali a expor os seus “dotes” [aponta para os seus seios] não quer dizer que… seja menos gamer. Eu acho que é… mais fácil… de se ganhar dinheiro assim. Mas ao mesmo tempo, nós temos estas coisas aqui [aponta para os seios], não é? Estou a fazer sentido?
Estás. Estás a fazer sentido.
—
Eu sigo a Anita Sarkeesian mas não concordo com ela. As mulheres não são atacadas. Quer dizer, por exemplo, o Portal foi feito por uma mulher, tem uma protagonista mulher, e é jogado por homens!
—
Há tantas raparigas em videojogos com boobs que são lindíssimas e esbeltas. Mas por exemplo a [alguém] destaca-se bastante bem porque ela tem uma personalidade. Às vezes não é só as boobs, mas a personalidade…
—
Se não tiverem uma hora e meia para desperdiçar nisto, façam como eu, vão às opções do Youtube e metam velocidade 2x.
Comments (2)
Epá, duma coisa tenho a certeza, tenham mamas ou tomates, nenhum gamer de verdade lguma vez aceitava falar sobre gaming numa entrevista. É pedir a um peixe para ficar 15 min fora de água só para explicar porque é que “prefere” respirar dentro de água. Acho isto completamente irrelevante, nem percebi o que raio é que tem a haver com “femininismo”, este artigo só serve para expor “posers” do sexo feminino na comunidade de gaming e essa parte nem sequer é explorada (que isso é que nós queriamos saber, ora essa!).
Ir fazendo skip também vai dar no mesmo resultado do botão 2x. Lembro-me de quando isto estava a ser feito. Cliquei no link e não aguentei 5 minutos sem começar logo em alta rant sobre terem ali pessoas que não sabem sequer o que é feminismo e que (não sei o que é pior) não percebiam o alcance das perguntas que lhes estavam a ser colocadas. E depois a moderadora… Sinceramente, não sei o que era pior. É intragável!
Infelizmente este post aguçou-me a curiosidade sobre a vergonha alheia que foi aquela talk pelo que acabei agora mesmo de a ver em skip mode. Valha-me! Mais valia ter ficado na cozinha a fazer uma sanduiche (pra mim, claro, que tou cheia de fome)!