Eu sou um grande fã de mitologias desde que ouvi pela primeira vez, à frente da televisão, sobre o panteão de deuses gregos. Verdade que foi com o Hercules, o filme da Disney, e como a criança pequena que era, mais difícil seria não gostar do que estava a ver.
Mas com o tempo fui aprendendo mais sobre as várias mitologias, mas aquela que mais me mantém curioso pela complexidade – talvez seja só pelo meu distanciamento desta porque a grega é mais confusa que sei lá o quê – é a mitologia nórdica.
E o jogo que vos trago hoje, Gunnheim, um jogo à la Diablo que foca no multiplayer e na resolução dos níveis na maneira mais eficaz.
Em Gunnheim vocês encarnam uma de duas personagens: ou um bárbaro com uma metralhadora e que entra num burst de raiva, ou um curandeiro que usa uma shotgun e cura os seus aliados.
E essas são as escolhas de personagens, mas pelo que parece têm estado a adicionar personagens com alguma rapidez. Segundo uma review na Steam de dia 11 de Agosto dizia que só havia uma personagem. Por isso as coisas estão a avançar num bom sentido.
Quanto ao gameplay, este é muito simples se alguma vez jogaram um video jogo no computador. Andam com o WASD, pontam e disparam com o rato, com o a tecla “E” fazem um taunt e com a tecla “Q” activam o vosso poder especial, a cura e a rage.
O jogo em si vocês vêm tudo numa perspectiva top-down, têm vários níveis por sessão de jogo, níveis estes que se repetem com alguma frequência de sessão para sessão, e desde que que passem vivos conseguem avançar. Pelo vosso caminho vão encontrar muitos inimigos e upgrades temporários para a vossa arma.
E o jogo não tem muito mais que se lhe diga. Foca-se muito no multiplayer, seja este online ou no vosso sofá, tendo a possibilidade de ter 4 pessoas a jogar ao mesmo tempo, mas acho que só se verá isso ser relevante quando puserem mais personagens. Simultaneamente se jogarem sozinhos não vão ter grandes dificuldades em passar por tudo o que vos aparece – e com isso quero dizer que devo ter passado umas boas 5 horas de jogo até conseguir passar tudo – por isso se não tiverem ninguém com quem jogar e o jogo vos parecer interessante não parem de o jogar por isso.
A arte como vocês já puderam ver na imagem mesmo em cima deste pedaço de letras articuladas em palavras, é muito boa, principalmente o ambiente. Não é algo que eu fale muito normalmente mas a arte no jogo é algo muito importante para mim. E este jogo é o perfeito exemplo de como às vezes não é preciso gráficos xpto para ser um jogo com bons gráficos. Às vezes estilo é mais valorizado do que realismo.
E enquanto estamos a falar de arte, deixem-me dizer que o User Interface – para aqueles não-familiarizados com o vernáculo, é basicamente os botões, barras e coisas do género que passam informação do jogo ao utilizador – podia ser melhor. Algumas coisas são grandes demais, outras pequenas e escondidas. Mas isto ainda não é um trabalho acabado por isso ainda há esperança.
Agora, Gunnheim tem um problema que só me apercebi porque tinha de escrever este artigo. O jogo tem uma história associada a ele. E a história em si é interessante, pouco desenvolvida, mas interessante. E como é que eu descobri isso? Através do material para a imprensa que os developers, SIEIDI Ltd, tinham no site.
Nada neste jogo indica que existe uma história que justifica as nossas acções, nós fazemos o que fazemos porque “sim”. Mas há razões para matarmos monstros atrás de monstros. E isso devia de passar no jogo, não num texto para se ler à parte.
Tirando isso, o jogo está bom, nada de especial, mas para Early Access isso é algo bastante positivo a meu ver. Mostra que ainda é um diamante em bruto, mostra que pode ser algo muito bom e satisfazer aqueles que compram enquanto ainda é “só” porreiro.
O bom: Óptimo estilo visual; Bom gameplay; Foco no multiplayer mas com um bom singleplayer; Não se torna repetitivo depois de várias horas de gameplay.
O mau: Pouco conteúdo jogável; Níveis repetem-se; Apenas duas personagens jogáveis; Não mostra a história do jogo no jogo em si;
Em suma Gunnheim é um jogo porreiro. Se gostam do visual viking e de jogo Diablo-like este é um jogo para vocês. Um jogo com um estilo artístico muito bom, uma jogabilidade simples mas que faz o trabalho que necessita e com um grande potencial de crescer é o jogo ideal para jogadores como eu. Que confiam em projectos que aparentam ter pernas para andar e mesmo que não andem vale o dinheiro que pede. Por isso eu recomendo este jogo.
Gunnheim está disponível para PC em Steam Early Access.