Se houve competências que adquiri no curso de matemática (além de baralhar cartas) foi teoria de categorias. Uma das ferramentas que se dá quando se fala em categorias são functores, que permitem estabelecer correspondências entre categorias preservando algumas propriedades. Templar Battleforce torna-se bastante simples de explicar quando assumimos a existência de um functor da categoria dos jogos para a categoria de pratos gastronómicos. Não se assustem com o que acabei de dizer, isto foi apenas uma forma pomposa de dizer que consigo fazer uma analogia entre um prato gastronómico e Templar Battleforce.
Em primeiro lugar, gostaria de desviar a vossa atenção para a seguinte imagem:
Neste momento, não consigo prever a vossa reacção. Pois ou conseguiram identificar esta iguaria ou então não se sentem tentados com base no aspecto, mas não descartam a hipótese de poder ser saboroso. Para ficarmos todos na mesma página vou dizer: são abelhas fritas.
Os tailandeses conhecem bem o representado na imagem acima, visto ser um prato comum na alimentação indígena do povo. Relatos confirmam a comestibilidade deste prato, aliás, largos são os elogios ao seu paladar. Templar Battleforce pode não ter o melhor aspecto, mas certamente merece elogios.
These Brothers Games traz no repertório mais que meia dúzia de jogos, sendo Heroes of Steel o antecessor de Templar BattleForce. Comparados, o mais recente mostra-se bastante semelhante, no entanto, conseguindo ser mais storydriven que o anterior. É um tactical RPG com uma direcção artística claramente não oriunda do mesmo sítio que o seu género, porém, e tal como as abelhas fritas, o seu sabor é bem superior ao seu aspecto.
pum pum pum!!!
A história é simples e típica, armando a tenda para não se sentirem propriamente envolvidos quando não se gosta deste setting. Contrastando com a história (e como já disse, com o aspecto) o seu gameplay faz-se sentir sólido, polido e denso, sendo necessário tomar decisões importantes antes e depois de cada batalha. É um jogo que não procura convencer o jogador a se perder, mas sim fazer um convite tentador a um género que se julga perdido desde o último lançamento de Fire Emblem ou que estará depois de Disgaea 5 sair ainda este mês.
A parte engraçada é que o local do mundo que continua a alimentar-se mais deste género é também a parte do mundo para qual nitidamente este jogo não foi preparado esteticamente. O que falta perceber é se These Brothers Games quer convencer as pessoas a quem o aspecto é arrepiante pelo sabor, ou se quer convencer as pessoas que não vão à bola com o sabor pelo seu aspecto. Ou então os dois, ao mesmo tempo. Ou então nenhum. Independentemente disto, acho que Templar Battleforce é um jogo a considerar.
