Yi_Samurai_Final*Smug… eu sei.

Não me passaria pela cabeça, até o ver, mas aconteceu.

O título deste texto, agora que penso nisto é, no mínimo, auto explicativo, mas se tiverem pachorra, porque não se deve jugar um livro pela sua capa ou um artigo pelo seu título, convido-vos a continuar a ler.

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Confesso que até ao passado Sábado, dia 07 de Novembro, nunca me tinha ocorrido escrever algo que remotamente tivesse a ver com Cosplay, mas, como o homem é o ente e as suas circunstâncias, aqui fica este texto. Não desgosto de cosplay, mas reconheço que, como em tudo onde o bicho homem mete as patas, anda por aí muita coisa matreira que se dizendo como tal, não o é. Esse, creio, juntamente com a incompreensão das razões que levam alguém a dedicar-se a interpretar personagens fora do Carnaval, é um dos factores que leva a que muitos, como eu um pouco, olhem para a tendência com uma certa desconfiança.

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Tenho o prazer de ter, como colaborador, no meu emprego, uma das pessoas mais extraordinárias que conheço. Apesar de já sermos colegas há alguns anos, apenas recentemente, me apercebi de uma nova faceta da sua personalidade que é o seu gosto por cosplay. Não sei há quanto tempo ela existe, apenas posso reconhecer que se manifestou de forma, no mínimo, decisiva e que, de certo modo, mudou o meu ponto de vista quanto ao tema.

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O Fábio é um artesão cuja especialidade é a trabalhar em madeira mas cujas capacidades criativas e técnicas vão bem além disso. Virado o bico ao prego, comecemos pelo fim para chegarmos ao princípio. O Fábio não joga e julgo que também não vê anime, mas venceu o concurso de cosplay individual da Lisboa Games Week com a sua interpretação de Master Yi do famigerado League of Legends. Como é que isto aconteceu? Simples, pelos idos de Maio, depois de uma visita ao Iberanime 2014, um dos seus filhos que joga convenceu-o que ele daria um bom Samurai Yi, uma das skins do personagem. Fã de várias coisas japonesas, ele abraçou a ideia.

O trabalho levou meses, ocupou grande parte das suas folgas, tendo nele colaborado todos os membros da família através dos seus conhecimentos em áreas como a pintura, costura e afins, se bem que a fabricação da armadura e armas propriamente dita ficou a cargo do Fábio. O resultado final é uma peça de encher o olho cujo sucesso se pode contar, não apenas pela vitória no concurso, mas também pelo número de pedidos de fotografias, chegando ele, jocosamente, a reconhecer que nem no dia do seu casamento tinha tirado tantas. Mais ninguém levou tanto tempo a chegar da entrada do evento até ao stand do Rubber, garanto-vos!

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Há pouco, disse que esta experiência mudou a forma como vejo o cosplay e, agora cabe-me explicar porquê. Mais do que copiar ou mascarar-se de um personagem que o havia cativado ou que de alguma forma ele tentasse encarnar, o Fábio mostro-me que o seu gosto por cosplay vem não só do resultado final mas de todo o processo criativo desafiante e moroso que ele me foi mostrando em fotografias no telemóvel no emprego. Mostrou-me também o quão rico, criativo e adulto passatempo o cosplay pode ser. Tudo o cativava desde encontrar o melhor modelo, que materiais usar, como moldá-los, como pintá-los e sobretudo, os desafios em conseguir determinado resultado desejado. A mim, fascinou-me o tempo que ele dedicou ao projecto e o gosto que cada fase e cada peça lhe davam. Inicialmente, aquilo que mais me chamava a atenção, confesso, eram as réplicas de espadas em madeira feitas manualmente sem o recurso a maquinaria (já lhe sugeri umas quantas), mas confesso que o resultado de conjunto ficou excelente e me deixou deveras surpreendido. Ver a família junta a divertir-se no Sábado foi só mais um bónus.

Resta-me dar os parabéns ao Fábio Sander e ficar à espera do seu próximo projecto.
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