Tal como o pífaro do amolador anuncia a chuva, o Outono anuncia renovações anuais de jogos. E um deles é o WWE2K16!
Gajos enormes e oleados, que se agarram, atiram ao chão e saltam para cima uns dos outros… Há alguns locais principais para ver isso. Um deles é a WWE, os outros são sítios de internet e ao vivo que eu não frequento.
Vamos ser sinceros, todos nós, em algum ponto da nossa vida já gostámos de wrestling. Podemos não admitir, mas há algo fascinante naquilo. Seja as acrobacias, as novelas, as mulheres bustosas em roupas reveladoras, o fogo-de-artifício… há algo ali para toda a gente gostar. Eu gostava de wrestling, perdi o gosto perto de 2005 por culpa de um homem, e o seu nome é John Cena! Não estou a brincar, o gajo fez-me mesmo perder o gosto pelo wrestling.
Eu fui fã de wrestling do final dos anos 80 até 2000 e tal no final da chamada Attitude Era. Passei por tudo, desde Andre the Giant e Hulk Hogan, aos NWO. Triple H, quando ainda entrava com galgos e até o Doink, o palhaço, que vinha a tocar um pífaro até ao ringue e tinha uma flor que esguichava água. Ainda tenho o meu jogo Wrestlemania para a NES em que um dos lutadores era o Honky Tonk Man…
Mas os tempos são outros, a WWE está diferente e os jogos de consolas também. Eu ainda não tinha tocado num WWE desde que tinha passado para as mãos da 2KSports, e não posso dizer que estou desiludido. É pior que isso, como é que eu posso dizer… não é que eu gosto deste jogo?
A sério, há algo ali que me agrada e vicia a um modo ridículo. Quando eu tenho tão pouco tempo livre ultimamente, quando tenho tantos jogos bons e mais ao meu estilo. Que é algo estranho, contra a minha natureza, recorrer a este para descansar a cabeça, enquanto parto algumas virtualmente. Há algumas coisas neste jogo que eu não gosto, a ideia é engraçada e tal, mas não funciona para mim. A primeira é o modo de jogabilidade dos golpes de submissão. Vou já dizer isto do modo mais frontal possível: SUGA BANANAS! “Porquê?” Perguntam vocês?
Simples, porque o modo de submissão é uma espécie de jogo do gato e rato num círculo controlado pelo analógico “R” como está demonstrado no vídeo abaixo.
Acreditem, é parvo e mesmo depois de se apanhar o jeito não funciona bem. Vou é já deixar uma dica. NÃO RODEM O ANALOGICO! Inclinem numa direcção como se tivessem a movimentar a personagem ou imagem. O resto vão ter que aprender por vocês mesmos.
A outra coisa, completamente horrível no jogo, são os comentários. Mesmo aqueles nos combates históricos são totalmente apáticos, repetitivos e irritantes. Cheguei mais que uma vez a estar completamente concentrado numa luta, quase a viver aquilo, e os comentários serem tão secos que me deixavam desanimado. Eu que julgava que não havia pior que os jogos de futebol, até ouvir o Jerry Lawler dizer a mesma frase 4 vezes seguidas em diferentes situações num espaço de 3 minutos. E todas elas sem sentido.
Há coisas em WWE2K16 que são um buffet de queijos. Modos de jogo e combate há imensos. Desde combates singulares até 6 contra 6. Combates de escada, TLC, No Holds Barred e outros. Até o modo de carreira é engraçado, onde podemos criar o nosso próprio lutador e levá-lo desde os treinos na NXT à glória do Wrestlemania. Mesmo aqui a variedade é bastante, e acima de tudo o nosso personagem é “construído” através das acções fora do ringue. Das reacções nas entrevistas e comportamentos nos balneários. Tal e qual como na novela que é a WWE. Até o modo online pode ser divertido, seja para lutar com e/ou contra amigos, tirar lutadores pré-criados ou comprar acessórios para os nossos lutadores, ringues e eventos que podemos criar.
Três coisas em WWE2K16 são como uma sandes de cozido à portuguesa. Fora do normal, estranhas de início, mas depois daquela primeira dentada, é como se tivesse caído no abraço de um anjo. Ou entre a Lita e Trish Stratus. Primeiro e mais curto de todos. O número de lutadores disponíveis (sim, alguns são skins ao longo dos anos, mas mesmo assim…) de raiz deve haver perto de 160 lutadores. Não é em DLC, é logo no jogo, mas temos que ganhar a maior parte. Cumprir objectivos, fazer o modo história para os desbloquear. Não sei se se lembram como era? À moda antiga!
Trish Stratus e Lita, infelizmente só estão disponíveis em DLC… Não se pode ter tudo.
Em segundo lugar, são as lutas propriamente ditas. É muito mais técnico e táctico do que se pode pensar à primeira. Energia é limitada, golpes fracos não gastam muito mas fazem pouco efeito. Golpes fortes é ao contrário. Correr, saltar e outros movimentos, tudo tem influência no nosso lutador que apesar de ser virtual, “é” humano, cansa-se, falha, e até quando leva umas chapadas no peito, cortesia do Big Show, fica vermelho. Não é só chegar e carregar em botões sem pensar, gosto disso num jogo de luta, aparentemente básico.
O último aspecto é o modo showcase dedicado ao Texas Rattlesnake, Stone Cold Steve Austin. Um dos personagens mais carismáticos da Attitude Era, onde temos que reproduzir alguns dos seus momentos mais épicos desde o famoso King of the Ring onde apareceu o Austin 3:16, passando pelas guerras com os Hart e os Mcmahon, até ao seu último embate com o “Jabroni Beatin’, Pie Eatin’, Trailblazin’, Eyebrow raisin’ most electrifying man in all of entertainment!”
Para quem viu a maior parte desses momentos, é um prazer incrível poder reviver os mesmos.
The Doink (o mau): Comentários e modo de controlar a submissão.
The Rock (o bom): Número de lutadores, jogabilidade no geral, modo showcase.
Não sei explicar porquê, mas gosto de WWE2K16, tendo em conta que somando o sugar bananas com o buffet de queijos e a sandes de cozido, devia dar uma nota final de pífaro desafinado, não consigo concordar com isso, portanto tenho a dizer aos milhões… e milhões de fãs da WWE que este jogo não é perfeito, mas está no bom caminho, com uma nota final de: Mousse de Nutella!
And that’s the bottom line!
‘Cause! Stone! Cold! Said so!