Apetecia-me perpetuar a brincadeira das “coisas que o Ricardo (eu) diz em Francês” e este artigo esteve para chamar-se Le choix de l’éditeur, mas entretanto desisti.
Como nota prévia tenho de avisar que das largas dezenas de jogos que joguei este ano, tenho alguns que só serão jogados no próximo, e que como tal ficarão de fora das minhas escolhas. Falo de jogos como Witcher 3, Fallout 4, Her Story, Bloodborne, que diariamente olham para mim a pedirem-me para que pegue neles, como pequenas crias na montra de uma loja de aniamis do shopping. Quebra-me o coração, mas tenho de olhar para o lado: há muitos jogos a chegarem à nossa redacção, e esses são a prioridade.
E depois desta introdução e sem mais delongas vamos mergulhar nas minhas escolhas deste ano.
10. Mortal Kombat X
Tenho um tremendo historial com a série, constituída por uma infeliz relação de desilusão com a mesma. O reboot reconquistou-me, mas foi esta décima iteração que roubou o lugar do Mortal Kombat Trilogy do meu top de sempre. E a décima posição para este Mortal Kombat X é mais do que merecida.
9. Aviary Attorney
Ao cair o pano de 2015 ainda tive tempo para ser arrebatado por este indie que homenageia em todos os segundos a genialidade da série Phoenix Wright e o trabalho do histórico ilustrador Grandville. Podem ler a análise a fundo aqui.
8. Skyshine’s Bedlam
Um dos meus favoritos da Gamescom e que se manteve acima das expectativas aquando do lançamento. Skyshine’s Bedlam traz-nos a estratégia por turnos num mundo semelhante ao de Mad Max, e foi um dos jogos mais desafiantes que joguei todo o ano. E perfeitamente executado.
7. Guilty Gear Xrd – Sign –
Como disse no artigo sobre Guilty Gear Xrd – Sign – 2015 foi um ano dourado para os amantes de 2D fighting games. Guilty Gear disputou o prémio de melhor jogo de luta nos Game Awards com MKX, mas acabou por perder. Após uma pesada ponderação recebe a minha escolha, e fica acima do excelente jogo dos NetherRealm Studios.
6. Zombie Vikings
Ainda vamos preparar um artigo detalhado sobre este jogo da Zoink Games, os mesmos autores de Stick it to the Man!. Mas resta-me, em jeito de sumário, falar da surpresa que tive na Gamescom e que se materializou na recepção da versão final. Um excelente regresso aos 2D side scrollers.
5. Splatoon
Conheço a Nintendo como não conheço mais companhia. Goste-se ou não, ela é diferente de todos os seus competidores, o que é simultaneamente uma benção e uma maldição. Ver a Grande N a arriscar num género que não é de todo a sua praia e a reinventá-lo, torná-lo cativante, divertido, e extremamente familiar, é uma das maiores conquistas e feitos de game design que vi desde há muito. Splatoon é um motivo de orgulho como seguidor assumido da companhia.
4. Puzzles & Dragons Z
Uma das minhas surpresas e um dos jogos que mais horas me mantiveram cativo no seu mundo. Puzzles & Dragons Z provou-me que é possível conceber um jogo como existem inúmeras cópias desinteressantes no mercado mobile, mas dar-lhe apelo, charme, diversão, complexidade e acima de tudo: estruturá-lo sem modelos de pay-to-play ou pay-to-win. Uma grande escolha para quem quer misturar um pouco de casualidade com uma componente mais densa.
3. Xenoblade Chronicles X
O jogo que eu mais esperei desde o seu anúncio sob o misterioso título Project X, e aquele que julguei ser a grande razão para qualquer pessoa comprar uma Wii U. Ainda estou longe de o acabar, e ainda me falta escrever um artigo sobre este magnífico Xenoblade Chronicles X. Durante muito tempo julguei que o jogo estaria num patamar que facilmente arrebataria a posição como o meu Jogo do Ano. Mas como podemos ver, isso não aconteceu. Mas atribuo-lhe um prémio mais abaixo.
2. Steamworld Heist
O João disse quase tudo sobre este que é de longe o melhor indie exclusivo da portátil da Nintendo. Steamworld Heist propôs-se a fazer muitas coisas, e fê-las todas de forma exímia. É a grande companhia que nunca abandona a minha 3DS e é de certeza uma das melhores abordagens aos jogos de estratégia por turnos. Depois do excelente Steamworld Dig, o estúdio Image & Form eleva a fasquia e coloca o padrão num patamar elevado, criando um dos melhores jogos do ano.
1. Cities: Skylines
Esperei mês após mês que algum jogo derrubasse Cities: Skylines do topo da minha lista de jogos preferidos do ano. Joguei-o no último dia de Março e fiquei surpreendido com o facto de este ter elevado o género, feito que o grande nome do mercado, SimCity, nunca conseguiu. Teve outros competidores à altura este ano, sendo Anno 2205 o grande destaque, mas sem reinventar a fórmula, e mantendo-se fiel aos city builders, conseguiu executar e resolver todos os problemas inerentes ao género. Justo vencedor, que conseguiu suportar meses de investidas de outros excelentes jogos. Cities: Skylines é obrigatório para os fãs do género. E é o benchmark para hoje e acredito que para muitos anos à nossa frente.
Menções Honrosas:
. Dropsy, The Rivers of Alice e Armikrog, três excelentes abordagens às aventuras-gráficas, com direcções artísticas distintas e que trouxeram o género condignamente para o mercado contemporâneo.
. Citizens of Earth, um divertido jogo a beber da influência de Earthbound, divertido, repleto de humor, e que ficou à sombra do lançamento de Undertale uns meses mais tarde.
. Starcraft 2: Legacy of the Void, o encerramento de um ciclo e a minha reunião com uma série que me desiludiu. Legacy of the Void soube remediar alguns erros que senti com Wings of Liberty e relembrou-me o porquê desta ser uma das minhas séries de RTS favoritas de sempre.
Melhor jogo familiar: Super Mario Maker
Gosto de ser surpreendido, em especial quando admito sem quaisquer rodeios que assumo uma posição defensiva em relação a alguns lançamentos. Super Mario Maker parecia-me um desses casos, uma mera aplicação (na pior acepção da palavra) aquando da sua revelação, mas que se tornou um dos melhores aproveitamentos e reinvenções de um level editor, fazendo-o elevar-se a um patamar que eu próprio achei inacessível.
Melhor jogo cooperativo: Zombie Vikings
Com uma das melhores direcções artísticas deste ano que termina, o novo jogo da Zoink Games conseguiu fundir na perfeição uma estética de um nível elevado, um aprimorado regresso aos 2D side scrollers e a vontade de juntar amigos e família no sofá para uma divertida e descontraída dose de pancadaria. Com zombies. Que também são vikings.
Melhor jogo para uma consola portátil: Steamworld Heist
Desafiante, complexo, divertido, artisticamente soberbo, e a trazer a estratégia por turnos para o campo biddimensional, inserindo-o no divertido universo de Steamworld. É hoje um dos jogos da 3DS mais bem-avaliados de sempre com todo o mérito. E é, como indicado acima, um dos meus jogos do ano.
Melhor jogo mobile: Fallout Shelter
Admito que não só é o melhor como é possivelmente o único que joguei para plataformas. O que não lhe retira a excelência, e as (demasiadas) horas que lhe dediquei com diversão pura. E um excelente companion para o regresso de uma das grandes séries do nosso mercado.
Maiores desilusões do ano: Devil’s Third e Xenoblade Chronicles X
Como indiquei no artigo que publiquei anteriormente, Devil’s Third vendeu-se como um jogo over-the-top, ao estilo de Mad World, mas apresentou-se excessivamente conservador, mediano e desinteressante. Um lançamento altamente ansiado por mim e que me logoru por completo as expectativas.
E esta é a surpresa que parece quase irónica ou hipócrita: o meu terceiro jogo favorito do ano é uma das minhas maiores desilusões? Sim. Perceberão melhor se lerem o artigo que estou a escrever sobre o novo jogo da Monolith, mas basta dizer desde já que coloquei sobre os seus ombros o ónus de ser o jogo decisivo para a Wii U. Eu esperava que fosse um jogo soberbo, e é. Mais ou menos. Não é tão excelente quanto o patamar que lhe idealizei. Pode ser culpa minha, das minhas expectativas, mas sinto um grande vazio de desilusão quando mergulho no mundo de Mira.
Pior(es) jogo(s) do ano: Afro Samurai 2, Fossil Fighter: Frontier e Raven’s Cry
Já tinha anunciado num Foi Bom, Não Foi? que Afro Samurai 2 era o pior jogo do ano, e notícias recentes vieram corroborar a minha opinião. Não há muito a dizer, para além de que é um pedaço de desperdício de 0s e 1s.
Fossil Fighter: Frontier é terrível, mal-executado e ainda pior idealizado. Um conceito tão simples e tão promissor com uma execução de rir. Ou chorar.
Raven’s Cry é o Assassin’s Creed: Black Flag dos trezentos, um jogo tão mau que sinto que deve ter levado a Toppware perto da bancarrota. É que desde o seu desastroso lançamento a editora ficou em quase total radio silence. Tiro na caravela?
Comments (1)
Bom apanhado. Falta-te o Witcher 3 mesmo, tens que o jogar. Mas o skylines pelas razões que mencionas está muito bem ali também.
Gostei da menção ao Fallout shelter. Mas fartei-me do jogo quando vi que não podia fazer nada de novo. .. acho que se atinge o limite de forma bastante rápida e depois passa a ser apenas repetitivo.