O mercado das Famiclones, hacks e bootlegs tem destas maravilhas, e uma delas é vermos um jogo de Harry Potter a chegar à NES em 2001, o ano em que a Gamecube já cá andava. E quem mais para fazer um passo de mágica como esta? Se responderam “os nossos amigos da Hummer Team” têm toda a razão. E aqui está mais um magnífico contributo para o mercado de videojogos dos taiwaneses da HT.
Antes de mergulharmos no jogo em si, queria aqui falar de uma particularidade deste jogo, Harry’s Legend, é que é um hack do jogo (também da Hummer Team) que falámos na semana passada: Titenic. Eu percebo a reutilização de um jogo criado de base para o filme do Cameron, e todo o trabalho imputado numa obra não-oficial. Mas será que um side scrolling beat ‘em up é o género mais eficaz para trazer a obra de Rowling para a consola de 8 bits da NES? E porque não um bullet-hell em vista aérea em que Harry tem de se desviar de milhares de avada kevadras enviadas por centenas de Deatheaters? Ou um JRPG baseado no primeiro Final Fantasy? Mas ver o Harry a dar pontapés a peças de xadrez, ratos e múltiplas figuras que são óbvias alusões ao seu primo Dudley parece-me uma ideia algo…parva? É que li todos os livros e vi todos os filmes…e não me lembro do Harry ter resolvido muita coisa sem o recurso à sua varinha. Mágica.
Pegando no imenso sucesso de Harry Potter, o jogo pôde ser encontrado na década passada em cartuchos single e multicard que incluíam a imagem copiada da capa dos livros e outras com o magnífico nome de Hally Poter: Goblet of Fire, que também parece uma paródia da Troma mas não é.
Harry’s Legend decorre entre 5 magníficos níveis que são todos decalcados da história original. Quer dizer, decalcados não, livremente imaginados sim. “Em casa”, “Na Ilha”, “Metro”, “Comboio” e “Na escola” são os cinco níveis e também aquilo que mais parecem livros da Ana Maria Magalhães e da Isabel Alçada. O que me deixa a pensar se os queridos da Hummer Team não poderia criar um jogo de NES de Uma Aventura em que combatíamos nazis. Porquê? Porque não?