Eu sei que já lá vão doze anos desde que a Nintendo lançou o seu último jogo da série F-Zero, e que com o recente lançamento do Fast Racing Neo da Wii U muitos fãs da série estão a observá-lo como um sucedâneo da afamada série da Nintendo. Mas tenho de admitir que o F-Zero que mais joguei foi mesmo o de GBA, e que mesmo assim dentro do género a minha preferência sempre recaiu sobre o jogo da Psygnosis, Wipeout.
Para o tipo de jogador e adolescente que eu era, Wipeout tinha tudo para ser completamente ignorado por mim. Nunca fui grande fã de jogos de corridas, e tenho de admitir que dentro da circunscrição cultural pelo qual qualquer teenager passa, o eu-adolescente e metaleiro refutava por completo a música techno. Então porque é que dei por mim em 1996 a passar semanas a tentar bater todos os records no Wipeout da Sega Saturn, enquanto agitava a cabeça freneticamente com as batidas da excelente banda-sonora, que incluía artistas como os Chemical Brothers e os The Prodigy? Até hoje não se a resposta, mas a realidade é que essa proximidade com a série manteve-se até aos dias de hoje, e por isso recebi de tão belo-agrado este exclusivo da Wii U.
Recebi este Fast Racing Neo com alegria e logo nos primeiros minutos a velocidade e a música electrónica transportaram-me para o ambiente de Wipeout. É claro que a evolução tecnológica que separa estes vinte anos entre a primeira vez que joguei o jogo da defunta Psygnosis e este jogo da Shi’Nen é imensa. Mas as pistas fisicamente impossíveis a desafiar constantemente a gravidade são coincidentes, enquanto qeu as batidas da música electrónica alimentam a grande velocidade a que nos movemos neste jogo.
Há porém uma grande diferenciação mecânica neste jogo da Shi’Nen. Os usuais corredores de aceleração típicos do género estão aqui presentes mas têm um pormenor: uma espécie de polaridade associada. Para recebermos o devido boost por percorrer esses corredores temos de ter a “polaridade” correspondente no nosso veículo, sob pena de sermos repelidos e abrandados pela pista. Se os reflexos são parte do segredo neste género, Fast Racing Neo vem intensificar as coisas com a necessidade de ajustarmos a nossa nave à cor correspondente na posta.
Fast Racing Neo é um ressuscitar de um subgénero que, para saudades de muitos de nós, já morreu. Pode ser um one-shot, um souvenir único de outros tempos e de outro estado do mercado, mas funciona na perfeição para nos levar de volta a duas séries que o tempo e as editoras pareceram esquecer.