Dying Light foi um dos jogos do ano de 2015. O cuidado com que a produção da Techland tratou o jogo permitiu rechear o seu Open World Survival Horror com pormenores fantásticos. A claustrofóbica cidade de Harran está soberbamente recheada de zombies e de tudo aquilo que seria normal encontrar numa cidade, desde televisores a pasta de dentes, o que confere ao jogo um grau de imersão que poucos logram atingir. É um jogo a que ainda volto com prazer, despachando lapadas com um bastão com pregos a que convenientemente acoplei um pequeno maçarico, porque, já sabem, não há como chamuscar a pelezinha enquanto se esmaga o osso com o bufardo e se perfura a carne com os pregos, numa espécie de 3 em 1 que só é possível nos melhores barbecues da cidade. Ainda não acabei a campanha. Não tenho pressa. Vou saboreando o meu deambular pelo fabuloso ambiente daquela cidade, saltando de prédio em prédio, de viaduto em autocarro, de crânio em cadáver. Saltitando alegremente durante o dia, sprintando ofegante e borrando a proverbial cueca durante a noite, que à noite todos os gatos são pardos, todos os zombies são parvos e correm que se fartam!

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Pois bem, chegou-nos às mãos o novo DLC para Dying Light, com data prevista de lançamento dia 9 de Fevereiro. A acção desenrola-se após a história de Dying Light e o nosso protagonista esgueira-se de Harran para as zonas limítrofes onde se suspeita que haja pessoas resistentes ao vírus que as transforma numa das cinquenta sombras de zombie.

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A curta versão que nos foi disponibilizada permite vaguear pela periferia de Harran durante duas horas, com uma pequena sucessão de histórias dentro da main quest line e com um modo free roam, para o casual amasso de crânios e decoração de interiores com massa encefálica. O véu que nos foi permitido levantar é bom. Dá vontade de jogar mais! Sem as restrições da cidade, sem a claustrofobia dos prédios e da urbe, o jogo ganha outra dimensão, com campos espraiando-se até perder de vista salpicados por pequenos enclaves de humanos rodeados por zombies. Há umas pinceladas de uma pretensa religião envolvendo uma mística Mãe que os protege de, uma vez mordidos, se converterem em zombies. É o primeiro passo que o jogo dá numa direcção que me fez lembrar os últimos Farcry, misturado com um Mirror’s Edge, graças ao parkour e à liberdade de movimentos, envolvido com um Dead Island da mesma produtora, graças às suas mecânicas de combate e de durabilidade de armas, o cheirinho a Farcry começa nesta vertente espiritual ou religiosa e culmina de forma brilhante com a condução de um veículo. É verdade. Com os horizontes a expandirem-se além das vielas e ruas estreitas de Harran, o pequeno Buggy permite-nos transpor as distâncias mais longas de forma rápida, transpirando estilo e testosterona. E coloca também ao nosso dispor uma série de novos mini-jogos, como corridas ou objectivos a cumprir com o carro, além de despertar o mecânico tuning que há em nós, oferecendo um bom punhado de componentes que podemos alterar no nosso veículo, preparando-nos para as corridas em passo acelerado e para o roleplay de debulhadora, quando aceleramos por entre zombies, decepando membros e trucidando corpos com um sorriso que só me lembro de ter aquando da primeira vez que toquei em Carmaggedon.

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Em suma, este The Following parece-nos incrivelmente apetecível. Se Dying Light foi do vosso agrado, esta espécie de Dying Light on steroids vai ser obrigatório! Estas duas horas, duas curtas horinhas de gameplay foram uma deliciosa gota de mel que apetece explorar mais… VENHA O POTE!!