Em ocasiões raras, criamos falsas expectativas em relação a jogos anunciados. Calma. Podem baixar os archotes e as forquilhas. Não me estou a referir a essas expectativas, dos jogos que quando chegam ao dia de lançamento revelam ter apenas uma réstia da qualidade, originalidade ou quantidade do que foi anunciado antes. Estou a falar de ideias de jogo que desejamos que venham a tornar-se em algo diferente do anunciado, isto é, que em alguma fase do seu desenvolvimento se perceba que o jogo deve tomar uma direcção diferente.
Desejei isso quando Assassin’s Creed Identity foi anunciado há cerca de dois anos e quando depois teve o seu “lançamento fechado” nos devices móveis há cerca de um ano e meio. Um Action RPG de AC era exactamente o que a série precisava para um rejuvenescer da fórmula. O meu desejo era o de que as versões móveis tivessem tanto sucesso no teste fechado que levassem a Ubisoft a decidir-se antes por um lançamento em consolas e PC, não apenas de um spin-off mas de um lançamento principal.
Este ano, em que felizmente os AC do costume vão parar o seu frenesim de lançamento anual para repensarem e criarem de forma mais calma o próximo jogo, era o ano perfeito para Identity ser anunciado como um jogo full-fledged a lançar no final do ano.
Infelizmente a Ubisoft acaba de anunciar que o jogo é mesmo para iOS (e provavelmente mais tarde para Android) e que será lançado oficialmente já a 25 de Fevereiro. Nada contra as plataformas móveis, onde até passo grande parte do meu tempo como jogador. Mas a base que as usa para jogar, raramente espera um jogo de alta qualidade recheado de conteúdo e grandes mecânicas. As editoras sabem isso e daí que lancem experiências menores dos seus franchises nas plataformas móveis. O contrário, como Fallout Shelter, é uma excepção, e daí a surpresa que provocou por ser um jogo muito bom.
Um action RPG de Assassin’s Creed era exactamente o que precisávamos. Um action RPG de Assassin’s Creed é certamente aquilo que não vamos ter.