Receita para doce de leite:
4l de leite de vaca (não pasteurizado)
2kg de acúcar
Misture o leite e o açúcar e leve ao lume até adquirir consistência cremosa. Deixe repousar um pouco et voilà, está pronto a servir.
Esta é uma das receitas de sobremesa mais simples de fazer, que surgiu por volta do séc. XV nesta que é hoje a nossa península Ibérica e que chegou à América latina após uma centena de anos. Os patriotas Argentinos dizem que foi um político do séc. XIX quem descobriu o doce de leite ao esquecer-se da panela no lume, uma descoberta puramente ao acaso tal como são as previsões de receitas sobre taxas.
Trufa!
Assassin’s Creed Chronicles: Russia é também uma receita simples com o leite extraído da vaca no segundo episódio da trilogia. Do ponto de vista estilístico difere das restantes crónicas ao situar-se durante a guerra civil da Rússia, em 1918, enfrentando os Bolsheviks que executaram a família imperial Romanov. Este spin-off de Assassin’s Creed recorre novamente a factos históricos, misturando a realidade com a ficção, bebendo desta vez da cultura imperial liderada pelo exército vermelho e somando num pano de fundo cores escuras baças e encarnadas. E cabe a Nicolai da irmandade dos assassinos salvar e proteger a princesa Anastasia juntamente com um artefacto na posse dos templários.
A terceira crónica recupera o sistema de sniping e acrescenta momentos um pouco mais tensos com acréscimo de inimigos a eliminar em campo, com waves atrás de speedruns que a meu ver foram demasiado “desenhados” numa base de tentativa e erro, algo que não estava tão demarcado nas duas crónicas anteriores, e que permitiam uma maior fluidez num escape contra o tempo, ou mesmo com objectivos simples em determinadas zonas com uma série de obstáculos. A disposição e a reacção dos inimigos mereceram um maior foco de atenção dos criadores, havendo situações que não se limitam apenas ao trajecto repetitivo regular e facilmente previsível, e adicionaram pequenos detalhes para alterar minimamente o percurso e a acção do jogador. No entanto, sempre na mesma base frustrante de tentativa e (b)erro.
Pouco mais há para dizer de ACC: Russia além dos que já foi dito para China e India. Russia é um ambiente mais pesado e mais perigoso, troca biombos e elefantes por comboios e tanques, uma história ainda mais cliché (ou sou eu que já me fartei do mesmo) com pequenas nuances da zona mais oriental e actores assim-assim de fraca expressividade. Pouco ou nada é acrescentado de uma crónica para a outra, da primeira à terceira, que faça querer jogar cronologicamente porque são aleatórias e concentram-se todas no mesmo objectivo: salvar alguém e recuperar um artefacto. Ponto final, até à próxima, felizmente só em 2017.
