Apesar de estar a escrever este artigo atrasado, mais vale tarde que nunca. E de qualquer maneira não me lembro de quando foi a primeira vez que vos vi, a primeira vez que entraram na minha vida, mas sei que quando o fizeram nunca mais saíram, nunca mais vão sair.

No dia 21 de Outubro de 1986 foi lançado The Legend of Zelda, o primeiro jogo da longa série que atingiu este domingo o seu trigésimo aniversário. Como festejar este marco na história dos videojogos? Um bolo? Estou a cortar nos açúcares. Beber um copo? O mesmo com álcool. Fazer uma tatuagem? Já tenho duas. Portanto só fazendo um pequeno artigo sobre a que é a minha série favorita de videojogos de todos os tempos.

The Legend of Zelda 2

Qual é a magia de Zelda?

Talvez seja a melhor pergunta a fazer neste momento. O que faz uma série aguentar 30 anos, melhorando aspectos mas mantendo-se fiel a si mesma? Eu acredito que é o facto de nos tocar no mais intimo, na nossa criança interior. Qual de nós, enquanto criança, nunca imaginou ser o herói escolhido para salvar o reino? É um dos temas mais recorrentes da fantasia porque funciona. No fundo, todos nós desejamos ser especiais de alguma maneira. Legend of Zelda, permite-nos viver essa aventura, ao máximo. Se de um modo melhor ou pior que outros, é questionável, mas o facto é que é algo que o faz muito bem, e mesmo que o sistema seja batido e repetido, porque mudar demais algo que se faz tão bem?

The Legend of Zelda 1

Fonte de inovação e inspiração.

Tanto em termos de mecânicas como em estrutura, The Legend of Zelda, sempre foi inovador, e inspirou vários outros criadores de jogos com os seus avanços, as masmorras, os puzzles, o Z-targeting (ou L), e tantas outras coisas que podiam ser aqui enumeradas, conseguiram marcar a história dos videojogos como poucos outros.

E não foi só nos videojogos que contam já mais de 18 (incluindo spin-offs e relançamentos) e mais uns poucos que vão sair este ano. The Legend of Zelda inspirou também uma série de animação (apesar de na minha opinião ser de má qualidade), mangas japonesas (de muito boa qualidade), uma enciclopédia, e até uma sinfonia.Também é referenciada em filmes, séries, e até deu nomes a crianças como a filha do falecido Robin Williams que era um fã absoluto da série.

A música e o mundo criados por Koji Kondo e Shigeru Miyamoto, respectivamente, são dos que melhores se mesclam e produzem um efeito de viagem temporária que permite ao escapismo do mundo real. Quantas vezes, cavalguei a Epona pelos prados de Hyrule, ou viajei do Red Lion pelos seus mares? Quantos Gorons salvei? Quantas vezes levantei a Master Sword do seu pedestal?

The Legend of Zelda é um universo que permitiria escrever centenas de milhares de páginas de texto e elogio, mas não o vou fazer, pois tudo o que poderia dizer não seria suficiente.

The Legend of Zelda 3

A única coisa que posso dizer a quem nunca jogou, é que o façam, pode ser um exclusivo Nintendo, mas se puderem, comprem e joguem, não se vão arrepender.

De resto, só posso dar os parabéns à série, e acima de tudo agradecer a Shigeru Miyamoto, Koji Kondo, Link, Zelda, ao grande irmão Darunia, às princesas Ruto e Midna, Ganondorff e todos os envolvidos neste mundo por todas as horas de prazer que me proporcionaram.

Até o Tingle.