aDOTA-me #1 

Dota strikers 1

Baza, FIFA! Arreda, PES. Desapareçam, vocês e o vosso pseudo-realismo, os vossos passes milimétricos e as fintinhas que dão vontade de partir pernas e comandos. Já ninguém tem pachorra para as vossas desmarcações, os vossos centros milimétricos, as vossas cabeçadas como mandam as regras, de cima para baixo, com a bola a bater no chão à frente do guarda-redes que o processador controla com elevada mestria. Volta e meia o que a gente quer é largar o carro de luxo. Deixá-lo na garagem, no quentinho, pegar numa BTT e ir pedalar para o meio do monte. Abandonar o conforto e trocá-lo pela lama, pelo frio, pelos arranhões e pelas vergastadas das plantas.

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Sejam bem-vindos ao primeiro aDOTA-me. Uma rubrica dedicada à exploração dos inúmeros jogos gratuitos desenvolvidos no motor Source 2 com base no Dota 2. Tirem o fato, a gravata, os sapatinhos brilhantes e o soutien de renda. Venham pedalar na lama deste Dota Strikers! Chafurdem com quantos amigos quiserem. De 2 a 8 jogadores, vale tudo! As equipas nem sequer precisam de estar equilibradas. Para quê?! Dota Strikers coloca-nos perante um campo de futebol. Não é um estádio. É um campo. Permite-nos escolher entre um punhado de personagens baseadas nos heróis do Dota 2. Há um Anti-Mage, um Io, um Slark, uma Queen of Pain, entre outros. E cada um deles tem uma habilidade única, para complementar o sprint e o remate/passe. A coroar esses complicados controlos, um grito a pedir para passar a bola, um cumprimento e um insulto. Chega. Não há como mandar um “REKT” depois de marcar um golo.

O jogo é uma confusão. É pedalar na lama em primeira velocidade. Até 4 jogadores de cada lado, começam todos mais ou menos a meio do seu meio campo, sempre que um golo é marcado. A bola vai ao centro e roda aleatoriamente para onde lhe apetecer. O resto? Muitos cliques, muito button mashing, muito insulto e muita gargalhada. Qualquer jogador pode ocupar o lugar de guarda-redes, deixando de o ser quando lhe apetecer juntar-se ao inglório ataque, como no bom velho futebol de rua. As regras são poucas: Não se pode entrar dentro da grande área adversária. Não se pode queimar tempo dentro da nossa grande área, caso contrário, o boss Roshan não deixa e aparece por lá a esbardalhar toda a gente, mandando a bola para o quintal do vizinho, se necessário. Não há cá pão para malucos! Não há lugar a choradinhos ou a demonstrações de perícia! A primeira equipa a marcar dez golos, ganha, por isso não adianta queimar tempo nem inventar. Nem queixinhas de “ah, aquilo é tão OP!” porque cada personagem tem uma habilidade extremamente útil. Resta-nos saber utilizá-la e escolher a altura certa para o fazer.

 


O resultado são uns bons minutos de pura diversão, a fazerem lembrar tardes passadas com grupos de amigos sentados no sofá, agarrados a um comando de uma qualquer consola. Não é um jogo profundo, não almeja ser um simulador, não vai ter a cara de um bola de ouro a anunciá-lo. Mas goza com toda a situação, inclusivamente com o seu conceito, com sons do universo da Valve à mistura. Mete tudo num saco, sacode bem, e despeja a tralha toda para um monte de diversão. Que mais se pode pedir?