Era uma vez uma rapariga chamada Red Robin, que vivia com o seu lobo Big Bad. Os seus cabelos cabelos loiros, olhos azuis e busto cheio fazia rodar as cabeças de desconhecidos na sua direcção, o seu mau feitio, alcoolismo e a coronha da sua caçadeira partiam os dentes que estavam nessas cabeças. Red Robin, não era uma rapariga como as outras, caçadora de recompensas de profissão e arruaceira como passatempo, Red vive as suas aventuras na mítica terra de Asura. Um reino assente nas costas de uma tartaruga gigante que vagueia o espaço.

Alguém falou em tartarugas?

Tendo em conta a base deste jogo da Grimm Bros ia fazer este artigo como se fosse um conto infantil, mais ou menos. Mas olhando bem para o título, mais vale combinar isto com outra das minhas grandes paixões que é a culinária.

Master Chef – Rubber Chicken.

– Então o que é o prato?

Dragon Fin Soup 4

Dragon Fin Soup, é um prato de fusão.

Tem uma base de RPG táctico movido por uma história, e uma grande componente de roguelike. Está envolto numa redução de mundo de fantasia gerado processualmente, e uma pitada de humor mordaz, algumas mortes e loucura.

Espero que gostem

Dragon Fin Soup

Prova o jogo durante algum tempo, aprecia as nuances do seu sabor e experiência, compara com outros pratos semelhantes na sua mente, e afasta o prato.

– Gosto da apresentação, os gráficos são cuidados e detalhados mas ao mesmo tempo podem ser confusos, há muita coisa a acontecer e a perspectiva/ângulo da imagem não é ideal. Muitas vezes quando a personagem está por trás de um objecto ele torna-se translucido para se ver o personagem mas se está outro objecto em frente, não se vê nada, portanto não posso dar uma nota positiva nesse aspecto

O concorrente vai abrir a boca, mas o olhar do jurado impede-o antes de sequer de tal acontecer

– De início os comandos são massudos, não são fluidos. Existe um problema neste teu prato, tu criaste algo para ser jogado por turnos, para ser movido bloco a bloco, passo a passo, mas criaste também um interface que pode ser quase tem tempo real, há uma fronteira muito ténue que separa os dois e não conseguiste equilibrar esse cariz. É muito fácil seguir os movimentos sem pensar até ser tarde demais.

Diz-me, fizeste isto para que restaurantes (leia-se plataforma)?

Engole em seco

A ideia é que seja disponível para todos, PC, PS, Xbox, Mobile…

Dragon Fin Soup 3

– Podes parar aí…

Há um erro comum quando um chefes iniciados tentam criar um prato, que é tentar que ele seja reproduzido em vários restaurantes sem ter a técnica ou a experiência ou mesmo a força laboral para tal. Quando se quer fazer algo novo, faz-se um. Bem feito, e apenas para aquele restaurante.

Não se pode esperar que algo para ser servido no McDonald’s, num restaurante familiar e num com 3 estrelas Michelin seja feito exactamente do mesmo modo neles todos, as cozinhas e as técnicas não são as mesmas, a qualidade e as características vão-se desvanecer e perder.

Aplaudo o trabalho e o conceito, especialmente aquele pormenor anti-zelda no qual temos que pagar tudo o que partimos em propriedades alheias porque é vandalismo. A estratégia, o crafting, tudo isso está no ponto, mas os comandos pouco definidos e o excesso gráfico tiram à sopa de barbatana de dragão, parte da experiência rica e saborosa que podia ser.

Continua a tentar, não estás nos piores do ano, mas sei que consegues muito melhor.