Já há algumas semanas que ando a brincar com Hyrule Warriors Legends na 3DS, e chegou a altura de finalmente meter as minhas opiniões sobre o jogo em papel, por assim dizer. Ou não, porque muitas vezes escrevo os meus artigos primeiro em papel, sou antigo.

Eu estava com bastante medo de pegar em Hyrule Warriors Legends que é um port do jogo da Wii U, já aqui analisado pelo Ricardo. Sou um fã de Zelda, é daquelas coisas que não consigo explicar. Estão a ver quando estão apaixonados e tudo o que a outra pessoa faz é giro e encantador? Mesmo quando não é, mas nós olhamos para ela com um filtro mágico pelo qual nada está errado? É mais ou menos como eu olho para os jogos TLoZ há mais de 20 anos, e por isso mesmo a minha opinião não pode ser considerada imparcial.

Mas como eu não acredito que alguma opinião, seja ela de quem for, e sobre o que for possa ser imparcial, eu vou dar a minha. Até porque já falei mal de jogos com o selo Zelda antes, portanto e por mais que custe pode voltar a acontecer.

Hoje não vai acontecer, eu gosto de Hyrule Warriors. Não posso dizer que o adoro, ou que é obrigatório para os fãs da série, mas gosto dele. Tem coisas boas, tem as suas falhas, e tem coisas que não são nem carne nem peixe, mas é um bom jogo e funciona bem na 3DS.

Bem…, vamos começar por aqui, o mau!

A minha 3DS é original, do dia 1, e por isso há uma coisa que não pude usufruir em HWL, foi o efeito 3D que só está disponível na New Nintendo 3DS. Porquê? Perguntam vocês? Não faço ideia! Respondo eu. Faz-me pouca diferença, porque há poucos jogos na consola que eu acredito que ganhem com o efeito 3D, e não me parece que este fosse tomar o lugar de um deles. Os gráficos são menos polidos, tendo em conta a capacidade da consola e a quantidade de personagens e cenário que aparecem na imagem a máquina deve estar a bombar como se não houvesse amanhã para correr tudo, e faz isso mais ou menos bem, mas obviamente não é tão visualmente apetecível como na WiiU.

Hyrule Warriors Legends 1

Outro aspecto negativo é que não consigo jogar mais que 20 minutos seguidos porque fico com a mão esquerda dormente. Pode ser por causa do tamanho da minha 3DS, ou o ritmo de constante mudança no pad analógico, ou anos a trabalhar num computador e uma lesão terem deixado o meu canal cárpico esquerdo numa lástima. Possivelmente é uma combinação de todos esses factores, mas obrigou-me a fazer o modo história às prestações. Às vezes queria jogar mais e ver para onde ia o enredo mas tinha que parar, outras tive que parar a meio das batalhas, mas a questão é mesmo que é um jogo que cria um certo esforço físico na plataforma em questão.

No seu todo, não são assim tão maus, estes pontos. E nem vou dar-me ao trabalho de falar dos mais ou menos, como o sistema de crafting ou dos modos alternativos de jogo.

O importante em HWL é o seguinte.

A equipa:

Todos os personagens jogáveis (e inimigos), que são imensos, são bem animados, e divertidos de usar. As diferenças entre controlar Link e Midna por exemplo são brilhantes, porque alteram a estratégia. Mesmo nos seus ataques especiais, e dependendo das armas que usam há diferenças. O devastador corte frontal de Impa ou as ondas musicais circulares de Sheik têm efeitos e alcances bem diversos.

E também o facto de podermos controlar os nossos vários personagens mais ou menos ao mesmo tempo, dando ordens a uns enquanto controlamos outro, combinando-os em parelhas, dão uma camada de estratégia extra quanto baste a um jogo por natureza rápido e intuitivo.

Eu também podia falar do poder do elenco feminino e em especial da Linkle, mas já o fiz noutro artigo, portanto não me vou repetir.

O meu aspecto favorito foi o que apaziguou o meu fanatismo Zeldiano. Eu tinha medo que esta conversão fosse tirar o Zelda a Zelda, se faz sentido. Pensei que seria apenas uma skin num jogo diferente, mas não. Até na história é um Zelda, sem fazer spoilers, só não tem masmorras, tem campos de batalha, e em vez de só o Link, temos um conjunto de personagens familiares (uns mais que outros) em vários cenários conhecidos. Não é uma skin Zelda noutro jogo, é uma base diferente num jogo Zelda.

Pela sua adaptação sem perder a sua essência para um universo que não é o seu, mantendo os cenários, sons, músicas e ambiente. Por criar uma diversidade de estilos e dar protagonismo a quem habitualmente não o tem, e acima de tudo, porque já me divertiu e distraiu várias horas nas últimas semanas. Hyrule Warriors Legends leva o Hyrule Seal of Quality. E o meu também!

Hyrule Warriors Legends 2