Era Novembro ou Dezembro de 2013 quando eu apanhei uma pequena imagem algures da série RWBY produzida pela Rooster Teeth. E apesar de ser um pouco simplista, a animação e especialmente as cenas de acção coreografadas pelo genial Monty Oum, prenderam-me nos trailers e sou um fã desde então.
A morte súbita de Oum com 33 anos de idade deixou a série e todos os fãs em suspenso. Uma terceira temporada foi editada após esse triste acontecimento e há planos para continuar, para minha alegria e de todos os outros que a seguem.
Em 2014, um fã da série criou um hack’n’slash, baseado na personagem principal, Ruby Rose. A Rooster Teeth acabou por comprar essa base e neste momento RWBY: Grimm Eclipse, está disponível em Early Access no Steam para quem quiser. Não é essencial ver a série (por mais divertida que seja) para entender o jogo. Afinal é um hack’n’slash, a história podia muito bem ser “Peguem no boneco e batam em tudo o que mexe” que nós jogávamos à mesma. Mas mesmo assim deixem-me dar-vos um guia rápido no mundo de RWBY.
Ruby Rose, Weiss Schnee, Blake Belladona e Yang Xiao Long vivem em Remnant e são membros da titular equipa RWBY, um grupo de jovens que foram emparelhadas na Academia de Beacon onde estão a treinar para ser caçadoras, o mundo delas é assolado por umas criaturas chamadas Grimm, e é necessário que alguns mais fortes e talentosos especialmente os que controlam algo chamado semblance (uma habilidade especial) submetam e/ou destruam estas criaturas. Não quero estar aqui a estragar a série para quem quer ver, mas sucedem coisas e cenas. O jogo passa-se algures no final da segunda temporada e segue um caminho alternativo. Toda a base da RWBY é de contos infantis ou mitos, ou não fossem as quatro baseadas em Capuchinho Vermelho, Branca de Neve, Bela (do Monstro) e Cachinhos Dourados (dos Três Ursinhos), mas por exemplo os membros de outra equipa JNPR (pronuncia-se Juniper) são baseados em personagens que durante algum tempo e por alguma razão disfarçaram-se de outro sexo, respectivamente Joana D’Arc, Thor, Aquiles e Mulan. E por aí em diante.
O jogo em si é um hack’n’slash co-op para quatro jogadores, e ainda está numa fase muito inicial, que precisa de bastante trabalho. Apesar disso, acho que tem um potencial brilhante. O preço de €14.99 por quatro níveis é um bocado elevado especialmente quando o primeiro update que apenas altera a jogabilidade de combate saiu há uns dias. Mas tendo em conta que quando o jogo estiver acabado provavelmente vai ser muito mais caro é de considerar.
Será que este jogo é perfeito? Não, de maneira nenhuma, neste momento é curto, a missão disponível acaba-se em menos de uma hora, e apesar de muito divertida pode-se achar repetitiva ao fim de duas ou três tentativas. Não quer dizer que eu não vá continuar a jogar enquanto espero os updates já anunciados, especialmente a inclusão de Jaune Arc, Nora Valkyrie, Pyrrha Nikos e Lie Ren (os JNPR já mencionados) como personagens jogáveis, o que quer dizer que eu vou poder usar o fantástico martelo/lança granadas da Nora.
Pode parecer algo pouco importante, mas dentro do jogo é altamente relevante porque no fundo cada um de nós tem o seu estilo e gosto pessoal e para já a escolha é pouco variada, apesar de serem bastante diferentes. Na minha explicação sobre a série eu não expliquei a importância e relevância das armas e semblances nesta série e consequentemente no jogo. Os membros do elenco utilizam armas por eles criadas (em quase todos os casos) que são ao mesmo tempo de curto e longo alcance, ou melee e ranged se preferirem. E cada um tem uma habilidade especial: Ruby usa uma foice/sniper rifle e tem imensa velocidade, Blake usa uma pistola/katana e faz clones de sombras, Yang tem umas gauntlets/caçadeira e fica mais forte quanto mais porrada leva e se irrita tipo Hulk, e Weiss tem um estilete/revolver que dispara pó elemental. O que no jogo lhes dá uma capacidade diferente, Weiss é uma espécie de maga, Yang é definitivamente tanque, Blake é Support e Ruby é… bem… Ruby? Além de que dão umas possibilidades incríveis às coreografias de luta. Eu já falei sobre isso? Vejam isto:
O jogo consegue recriar este espirito tão bem quanto pode, e acreditem que pode imenso. Eu não me arrependo nada de o ter comprado porque espero grandes coisas dele, pode demorar e até lá só vou ter uma missão e sempre os mesmos 8 tipos de monstros pretos e brancos para derrotar, mas mesmo assim vou-me divertir sozinho, ou com desconhecidos, ou com o meu irmão que também é fã da série e do jogo.
Em termos técnicos há uns pormenores interessantes a apontar, por exemplo o jogo pode (com o patch de update opcional para já) ser jogado offline e a sós. Tem a capacidade de adaptar a dificuldade e número de inimigos ao número de jogadores (1 a 4) e não há limites de personagens como em outros semelhantes. Portanto se 4 jogadores quiserem controlar a Ruby estão à vontade. A falta de poder escolher skins ou fatos para moças e ter quatro iguais em cena podia ser confuso, mas como a imagem é centrada na nossa, não faz moça. Mesmo assim uma opção para mudar os fatos seria bom porque aqueles vestidos não devem dar jeito nenhum.
Para terminar, este jogo está numa fase inicial e eu acho que ainda vamos ouvir falar muito sobre ele, espero que acrescentem algumas coisas como mais níveis, criem jogabilidades alternativas tipo MOBA 4 para 4 ou até 8 para 8 com mais personagens, eu adorava poder controlar o Sun e o seu bastão/matracas/pistolas, por exemplo.
E acima de tudo espero que me deixem bater um corgi contra os meus inimigos, tendo isso serei feliz!