Desta feita, o aDOTA-me vai ser sobre um dos jogos custom que mais aprecio. É capaz de não ter o potencial para se tornar um bom standalone e será demasiado denso para quem não está por dentro das mecânicas de Dota 2, por isso, se o que procuram é algo mais arcade ou dissociado do Dota 2, parem de ler por aqui. Leiam o da semana passada, quando falei no Dota Run e esqueçam o desta semana. Xô! Xô, galinhas!

ele enxotou-me?! a mim?!

Rubick, the Grand Magus é um dos heróis mais complexos à disposição no Dota 2. Foi o que primeiro experimentei, depois de ler sobre ele, numa longínqua tarde de 2012. E foi também dos primeiros com que fracassei clamorosamente, having a blast at that.

Imma steal your stuff! And Imma use’em against you all!!!

Rubick é a definição do Relationship Status do Facebook “it’s complicated”. Por um lado, tem tudo aquilo que um bom suporte teria para qualquer iniciante. Tem um disable engraçado, o Telekinesis, que não só eleva um inimigo no ar durante uns segundos, deixando-o vulnerável, como permite forçá-lo para o chão num outro ponto qualquer, deslocando-o para uma posição que nos seja mais favorável e dando Stun AoE aos inimigos nas suas proximidades. Sim, é bom! A sua segunda habilidade, Fade Bolt, é um nuke que, além de dar dano, diminui o ataque do alvo, saltando um número infinito de vezes por entre inimigos nas proximidades até os atingir a todos uma vez e reduzindo o dano dos ataques de todos os inimigos atingidos. A sua terceira habilidade é uma passiva, Null Field, e é uma aura que garante até 20% de resistência adicional a magias para todos os aliados nas imediações de Rubick, o que o torna um herói bastante bom de ter na equipa quando há, do outro lado, uma equipa muito orientada para dano mágico. Mas tudo isto são peanuts. O que nos leva a escolher o Rubick é o seu Ultimate, e é aí que as coisas complicam. A habilidade chama-se, intuitivamente, Spell Steal. Permite ao Rubick “roubar” a última habilidade usada por um inimigo e usá-la. Sim, isto é válido para tudo, desde a vossa habilidade mais inócua até ao vosso Ultimate que matou 4 elementos da equipa adversária. Se vocês usam, um Rubick pode roubar-vos essa habilidade e usá-la por um período até 300 segundos, ou até roubar outra que a substitua. Poderoso? Sim, muito! É o mais perfeito exemplo de um “turn the tide” numa teamfight, quando aquilo que usamos passa a ser usado contra nós. Mas também exigente. Para ser bem usado, há que saber o que roubar e quando roubar. Ou seja, para se jogar relativamente bem de Rubick, há que conhecer todos os heróis e as suas habilidades, percebendo não só o que vale a pena roubar de determinado herói como o que fazem elas, para não estarmos, durante o jogo, de queixo aberto a ler a descrição do que faz a habilidade roubada, com um fio de baba a escorrer-nos pelo queixo e a soltar um “ahhhh” de entendimento um décimo de segundo antes de sermos mortos por estarmos parados no meio de uma teamfight.

Deu para entender mais ou menos? Deu para entender porque falhei redondamente quando o usei nos meus primeiros jogos de Dota 2?

Pois bem, Grand Magus é um custom game que gira em torno do Rubick. A ideia é ter uma espécie de um Gun Game, popularizado em Counter-Strike. Temos acesso a 3 habilidades – algo que dê dano, forçosamente – e, à medida que vamos matando com elas, estas vão sendo substituídas por outras, num Deathmatch caótico, frenético e divertido.

They all diededed!

Cada um começa com quatro itens do Dota 2. Uma Magic Wand, que vai acumulando cargas por cada magia usada nas nossas proximidades (até um total de 30, neste Grand Magus, sendo que no Dota 2 o limite de cargas é 17) que, em qualquer altura, podemos activar, consumindo as cargas para dar 15 de vida e 15 de mana por cada carga consumida. Segue-se um Force Staff, utilizado para nos deslocar a nós ou a um alvo por nós seleccionado na direcção em que esteja virado. Uma Blink Dagger, que serve como um mini-teletransporte instantâneo e um Eul’s Scepter, para lançar no ar durante uns segundos, tornando invulnerável e livrando de todos os efeitos, positivos ou negativos, um inimigo ou a nossa personagem. No fundo, 3 itens que conferem mobilidade ofensiva ou defensiva e um item para nos curar.

Depois, somos lançados às feras.

Numa arena com até 10 Rubicks, debitamos agressivamente teclas e cliques para esquivar, desviar, fugir, escapar, iniciar, aniquilar e terminar com os nossos inimigos, procurando escalar no rank e ser o primeiro a atingir o número de kills necessárias para terminar o jogo. Não é fácil, note-se. E não raras vezes vocês se verão na situação de fazer tudo certo e ir dando dano a um inimigo de forma perfeita, para vir alguém, blinkando do meio do nada, surripiar-vos a kill como se nada fosse, ante a vossa impotência para fazer alguma coisa, fruto dos cooldowns das habilidades ou items que foram usando. The early bird doesn’t always get the worm, portanto… às vezes é mesmo a galinha que salta para lá a dar a bicada final e a colher o fruto do nosso trabalho. Ossos do ofício.

Gotcha!

Pois bem, a caótica luta ocorre então numa sucessão de habilidades, sendo este um dos jogos utilizados para adquirir destreza de dedos e rapidez de reflexos. Como se a inúmera palete de habilidades à disposição não fosse suficiente para adicionar variedade ao jogo, este pode decorrer de diversas formas, com novas habilidades a serem adquiridas de uma das seguintes formas, consoante a votação realizada no início do jogo ditar: Quando for usada, quando se matar X inimigos com ela, quando se morrer ou, caos absoluto, de X em X tempo!

As condições de vitória também são sujeitas a votação e, sendo seis, garantem bastante variedade e imprevisibilidade ao jogo.

Concluindo, Grand Magus é um jogo frenético e divertido que exige raciocínio rápido e dedos relâmpago, oferecendo umas boas horas de jogo a solo ou em grupo, especialmente recomendado aos fãs do signature hero de jogadores profissionais como KuroKy ou fy.