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Race.a.bit  desenvolvido pela Aesir Interactive, publicado pela Headup Games.
Apróx. 2,36 minutos de leitura (250 wpm c/taxa de compreensão de 60%). Tempo recomendado a despender: 3 minutos (tempo do autor durante a revisão). Opcional: + apróx. 4,5 minutos de vídeo.

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Quando você acha que a sua vida está ruim e precisa de algo para a melhorar, pensa na minha situação. Acabei de fazer uma curva no carro, passou um camião junto de mim e acredita: uma vaca cagou na minha cara. Olha a cara do sujeito, olha o carro. É bosta para tudo quanto é lado.

O paradigma plagiante com que inicio este artigo diz pouco, muito pouco sobre o jogo que vou aqui falar hoje. Alguns, como já vi pela internet escreverem, dizem que Race.a.bit é como o McDonald’s: a apresentação claramente não corresponde ao produto final mas é agradável e voltamos para mais. Chamem-me o que quiserem, mas apesar de conseguir concordar parcialmente com o que acabou de ser escrito em nada invalida os anos a que me mantenho longe de tal franchise, principalmente por discordar da parte onde se adjectiva as refeições do McDonald’s como agradáveis e de refeições para querer voltar.

Race.a.bit

Não tem nada que enganar: na sua essência, Race.a.bit é um top down racing game à semelhança de muitos dos jogos espetaculares de Micro-Machines, sendo que aqui a arte é muito muito mais simplificada, simplificada a um ponto a que é comparável a pixel-art (quando fica na hora de me fazer espécie) mas não é bem. Contará apenas com vinte pistas no jogo, as restantes terão de encontrar online. É single-player (off e on-line) e a interacção é resumida a ghosts de outros jogadores. A música é, mais uma vez, berrante como a pessoa imbecil que chega ao trabalho segunda-feira às oito da manhã com o maior sorriso do mundo pregado na cara, a combustível do pacote de instrumentos virtuais freeware mais perto de sí.

Se são o tipo de pessoas que deliberadamente direcionam os seus esforços para o jogo mais insignificante do mundo e tentam bater os vossos próprios tempos por rigorosamente motivo nenhum poderão ter o prazer de fazer o que mais ninguém na comunidade de Race.a.bit (e por conseguinte, no mundo) fez desde o momento em que os seus servidores foram postos on-line. Sim, está construída uma infraestrutura não só para leaderboards mas também para alojar os níveis criados pelos utilizadores, que ficam logo prontos a serem apreciados por todo o mundo.

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Estabeleci também um paralelismo entre Race.a.bit e algo insignificante, mas nenhum jogo é insignificante quando permite infinitas possibilidades (que não são, na verdade só podem existir cerca de 59 ao expoente de 1024 pistas de corrida diferentes, ou seja, aproximadamente 2,728*10^1820, um número muito grande, mas longe de ser infinito)! Neste momento existem cerca de 1533 pistas de corrida criadas e partilhadas online. Um número grande (certamente longe de 2,728*10^1820) mas será realmente o tamanho que importa (esta foi a hora do cliché!) quando o conteúdo que lá está é insuficiente? De que serve muitas horas de vídeo (como poderemos ver abaixo), muitas páginas web de “jornalismo” de videojogos, muitas horas de gameplay (ou pornografia) guardadas num disco de 400 terabytes quando depois o conteúdo é nulo e nunca ninguém os vai ver, ler e ver?

Mas uma coisa não posso tirar a estes senhores: o mérito pelo esforço de terem construído uma plataforma onde a malta pudesse fazer drifts alucinantes (como esperaremos fazer um dia com os chocobos em Final Fantasy XV) e salta por cima de poços de lava enormes enquanto finge que é o rei da pista. E é isto.