Como espécie gostamos de categorizar e catalogar coisas. Esta necessidade é provavelmente resultante do facto de que ser humano é já de si caótico, daí que se pudermos ter o mundo separado em várias peças então talvez o mesmo se torne um pouco mais compreensível. Uma das formas que adoramos categorizar é usando escalas. Várias delas acompanham-nos desde a escola. A escala de Richter é provavelmente a que melhor conhecemos, ou não estivéssemos nós a viver em cima de uma das maiores falhas geológicas internacionais, sempre à espera do momento anunciado em que a terra abanará mais do que um aftershock ao longo das peles da Joana Vasconcelos, sem roupas e de gatas, só com um iPad, depois de levar uma bela palmada no rabo para aprender a não fazer parte dos números mais baixos da escala Wechsler da inteligência dos adultos.

FatDog

Existem no entanto outras escalas bem menos conhecidas mas, porventura, mais curiosas: entre elas a escala Mohs, que determina a dureza dos minerais; a escala Fujita, que mede a intensidade dos tornados e que deveria estar associada à escala de Fugida; as muitas escalas musicais entre as quais a pentatónica, diatónica, cromática e hexafónica; ou ainda a Dose Equivalente de Banana(BED) que oferece uma alternativa à escala Geiger para medição de radiação.

Por estes dias, em leituras sobre a arte do humor, deparei-me também com uma escala de humor, isto é, quais os tipos de humor que existem e em que lugar da escala devem estar. Se acham que dar 5 em 10 a um jogo é um exercício de classificação redutor e demasiado abstracto, então como designar a categorização da importância dos vários estilos de fazer rir. Mas nós adoramos escalas. Felizmente esta escala ainda não tem nome, embora talvez possamos fazer alguma ligação à incapacidade de controlar a uretra. Nesta escala onde pode ou não calhar xixi, temos no topo o humor non sense em série televisiva e depois por aí abaixo o stand-up, a sátira politica, os monólogos sobre actualidade, os textos no Rubber Chicken, entre outros, até chegar ao fundo da tabela.

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O que é então o fundo da tabela? Qual o tipo de humor ao qual a Moody’s atribuiria o rating de lixo? O Pun. Ou, em português, o trocadilho. A jigajoga gramatical, a geringonça fonética, o neologismo é assim injustamente deitado a terra como o nível de humor mais baixo que se pode produzir. Acho mal, até porque é um género com imensas possibilidades e bastante acessível a todos, logo democraticamente engraçado. “Vemo-nos dentro do bolo, disse a clara para a gema”; “Se não podes sair comigo de manhã ou à noite então que seja à tarde, porque antes à tarde que nunca” pode não causar a gargalhada mas faz-nos esboçar um sorriso. O trocadilho não é no entanto apenas o posicionamento de uma palavra no local certo da frase para lhe dar um segundo significado. Pode também ser uma palavra partida em duas, e onde irradiante passa a ser todos os que estão irritados lá à frente, e progresso passa a ser a favor do leite. Pode ainda ser uma brincadeira com a tradução de uma língua para outra e aqui, sinceramente, já temos muito trabalho feito nas traduções dos títulos de cinema de inglês para português.

Infelizmente, os títulos dos jogos em Portugal mantém o título original em inglês. Com a nossa capacidade para traduzir os filmes de forma que nada está relacionada com o original está a perder-se aqui uma grande oportunidade para gerar risota: Divertidamente (Inside Out); Estás Frito, Meu! (Are We There Yet); ou Zombies Party (Shaun of the Dead) são apenas alguns dos muitos exemplos e é uma pena que não possamos contar nas capas dos nossos jogos com pérolas como Credo, os Assassinos!, Credo, os Assassinos e os Irmãos do Capuz!; ou até mesmo Credo, os Assassinos e o Sindicato!

MarioNogueira

Por isso decidi compensar e criar o que ninguém criou. Sim, a piada fácil, a que apenas esboça o sorriso e não provoca a dor de barriga. A que faz pensar: “isto não tem graça nenhuma!” mas que não sai depois da cabeça como uma música Pop das que o Ricardo gosta. Eu sei… mas é o que temos. Vamos a isso, com alguns dos jogos mais famosos do ano passado. E venham também daí as vossas sugestões.

Tengami: Temos Jogo!

Citizens of Earth: As pessoas muito calmas da cidade da terra

Dying Light: Luz Terminal

Limbo: O Ritmo da Noite

Paparazzi: Razzi, o Meu Pai

Kirby and the Rainbow Curse: Kirebi e a Maldição do Arco da Chuva

Roundabout: Acerca de Algo Redondo

Blackhole: O Buraco Preto

Halo 5: Guardians: Os Cinco Guardiões de Halo

Sid Meier’s Starships: As Ancas Estreladas de Sid Meier

Neverwinter: Nunca Mais é Natal!

Woah Dave!: Chiça David!

Tower of Guns: O Rebocador de Armas

Broforce: A Força de Bró

I am Bread: Eu Sou o Bread

Mortal Kombat X: Kom: O Morcego Mortal

Happy Wars: Ha! As guerras do mijo

The Room Three: O Quarto Número Três

Wolfenstein: The Old Blood: Einstein e o Lobo, Sangue Velho

Guitar Hero Live: O Herói Vivo da Guitarra

Mad Max: O Max Maluco

Not a Hero: Not, um Herói

Call of Duty: Black Ops III: O Destino Chama: Três Operações Pretas

Akiba’s Trip: Undead & Undressed: A Viagem de Akiba: Um Morto e Um Vestido

Just Dance 2016: Apenas Dança 2016

Persona 4: Dancing All Night: Quatro Pessoas a Dançar Toda a Noite

Her Story: O Professor Dela

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