I’ll die so many times I’ll lose count.
Basicamente é isso, se querem jogar Until I have you, preparem-se para morrer. Montes e montes de vezes, mas não é por isso que o jogo se torna cansativo ou chato, especialmente para quem jogava nos anos 80 e 90 quando tínhamos que estudar os padrões dos inimigos, bosses, plataformas móveis e tudo mais que torna o jogo interessante.
A história de Until I have you é básica, um pouco estúpida até, mas eu consigo suspender a minha descrença para aceitar o que é necessário e jogar. Controlamos um ex-assassino profissional numa cidade retro-cyberpunk pixelizada. Não sei se esta definição existe, mas não faz mal, vocês percebem. Após a sua reforma, os seus empregadores decidem raptar a mulher dele, e ele como não um gajo de meias medidas, decide roubar um exoesqueleto que lhe dá umas capacidades especiais para matar tudo o que lhe passar à frente e os 12 bosses que raptaram a sua amada.
Argumento básico de um filme de acção de série B nos anos 80. Os argumentos são da mesma qualidade, aprecio particularmente o momento em que o personagem titular está a fazer a introdução e explica que a senhora foi raptada e que depois do que ele vai ter que fazer vai ser considerado um assassino em série, ou pior um ladrão! A sério, isto é ouro e há várias pérolas destas pelo jogo. Mas isso é o mínimo do mau, o exoesqueleto é que dá cabo de mim, porque não percebo se é algo idêntico à mascara, mas que ele usa debaixo do seu fato, ou se é o fato. Bom… não importa.
A jogabilidade é simples mas eficaz. O jogo concentra-se em várias secções, com níveis para ultrapassar, estes são bastante curtos mas nada fáceis de vencer. A partir de um certo ponto a ilusão de progressão e que estamos a ficar bons naquilo é atirada ao chão com a facilidade de um cinturão azul por um campeão mundial de artes marciais.
A minha visão de Until I have you, é que é mais um puzzle game do que acção. Apesar de a ter e ser extremamente rápida. Contudo a maior parte do tempo, especialmente nos níveis em que temos que chegar ao final num tempo limitado, é uma questão de estudar os padrões e timings dos inimigos e restantes peças móveis. Acreditem que não é fácil, muitas vezes o nosso movimento tem que ser cronometrado ao centésimo de segundo.
É um jogo divertido para quem gosta de um bom desafio, e tem paciência para perder várias vezes. Mas ninguém disse que a vida era fácil, aqui pelo menos temos uma segunda oportunidade para refazer os erros. Ou no meu caso ao fim de 30 minutos, uma segunda centésima oportunidade.