Fui educado como um republicano e um socialista, com a ideia bem presente de que o nosso nascimento e a nossa condição económico-social não são delimitadores das nossas escolhas. Em suma, que poderia ser qualquer coisa que desejasse, se me esforçasse o suficiente. E por isso desejei ser um salmão que dispara lasers da boca.
(Até parecia que isto ia ficar no meu tom serio habitual não parecia?)
Ace of Seafood é a sequela do estranho, bizarro, mas maravilhosamente cativante Neo Aquarium, onde, num futuro não tão distante a Humanidade pereceu por completo. Mas as almas e as consciências humanas reencarnaram em peixes e crustáceos, que se digladiam no mar profundo pela hegemonia territorial.
Eu sei que a pesca é um tema recorrente que me põe horas agarrado a videojogos, como já tantas vezes o referi. Mas este caso é diferente, é o dia de ser a pesca, e não o pescador. E uma peça de fauna marinha muito especial, porque a conquista territorial envolve lutar com outros peixes, como atuns, sardinhas, tubarões, todos eles com capacidades especiais que giram em torno de lasers a serem disparados dentro de água.
Parece que o Metalbeard tinha razão.
https://www.youtube.com/watch?v=eyfcinxT1UA
Ace of Seafood é mais um indie a ser lançado pela Playism, a demonstrar a força criativa independente do Japão. O conceito é tão louco, tresloucado, que depois de mergulharmos (literalmente) por entre recifes de corais a demarcar a nossa sobrevivência, multiplicação e território através da aniquilação com laser de outras criaturas, é que percebemos algo simples: Ace of Seafood é tão maravilhosamente louco que só pode mesmo resultar. E resulta, naquele que muita gente apelida pela net como um dos primeiros fish person shooters (não fui eu quem criou o termo). E sem dúvida que este é o meu FPS favorito do momento. Porque conduzir uma série de peixes ao total domínio da Terra pós-extermínio da Humanidade é coisa divertida para ocupar um sábado e um domingo.
Já referi tubarões com lasers não já?
https://www.youtube.com/watch?v=IPhESXpSGlo
