Ah a SEGA… (suspiro)
Numa altura em que a marca dominava o mercado português, não havia quem não desejasse uma Master System, ou caso os pais ganhassem um pouco mais, uma Mega Drive. Tal como no novo milénio a PlayStation era para os nossos pais sinónimo de consola, na década de 1990 o mesmo acontecia com a Mega Drive. Todas as consolas eram “Mega Drives” ou “Segas”! Portugal era na década de 1990 a SEGALAND (antes de se juntar ao reino da PlayStationland), vendendo mais consolas que a Nintendo, muito por culpa da Concentra… mas isso será tema para outro artigo.
Apesar do sucesso de vendas da Mega Drive, os add-ons como o 32X ou mesmo o Mega CD, nunca chegaram a pegar, mas mesmo assim, Portugal é um dos poucos países onde o número de Saturns vendidas poderia rivalizar com o número de PlayStation 1 no início de vida de ambas.
Com uma consola como a Playstation, onde reinava a facilidade de chipar e jogar jogos piratas, a Sony passa a dominar o mercado em menos de nada, e mesmo com uma consola nova – a Dreamcast – e com uma segurança quase nula que permitia, sem o uso de chips, jogar jogos piratas (nos modelos V0 e V1), a Sega nunca mais recuperou dos vários erros estratégicos cometidos durante a era da Saturn.
Uma nova era surgia e com ela a Dreamcast, a última consola da SEGA… ou então não! A SEGA Advanced Pico Beena teve a sua estreia em 2005 pela mão da SEGA Toys Japan. Mas afinal o que é a Advanced Pico Beena e porque é que nunca ninguém ouviu falar dela?
Não se admirem se nunca tiverem ouvido falar dela, esta consola foi apenas vendida no Japão, não tendo qualquer distribuição oficial fora daquele país. Esta consola é semelhante à sua antecessora, a SEGA Pico. Ambas eram destinadas a crianças entre os 2 e 8 anos de idade e são primariamente dispositivos educacionais.
A consola assemelha-se a um computador educacional para crianças com cartuchos em forma de pequenos livros didácticos sensíveis ao toque, um touch pad, ligação à TV, colunas integradas e uma entrada para cartões SD. Os acessórios para esta consola são do mais estranho que alguma vez se viu e vão desde uma simples caneta, passando por uma cozinha completa com fogão, liquidificador e tudo, até um salão de cabeleireiro com secador, tesoura e uma pia para lavar a cabeça!
Independentemente de todas as más decisões, das guerras comerciais, dos números de vendas, a SEGA sempre terá um lugar especial no meu coração. Gostava de vos poder dizer coisas boas sobre esta última e derradeira viagem da SEGA pelo mundo das consolas, mas pouco mais há a dizer… para além dos 64 jogos infantis e apesar de nunca ter sido oficialmente abandonada, o último jogo saiu em 2011.
Foi com muita pena, mas também com muito orgulho que pude assistir ao nascer e morrer de um colosso que deixou indubitavelmente a sua marca na evolutiva História dos Vídeojogos.