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Guilty Gear Xrd: Revelator – Desenvolvido por Arc System Works, publicado por PQube
Apróx. 3,34 minutos de leitura (250 wpm c/taxa de compreensão de 60%). Tempo recomendado a despender: 5 minutos (tempo do autor durante a revisão).

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Passavam poucas semanas do lançamento de Street Fighter V quando passou uma cópia por minha casa. O que parecia um esqueleto de um jogo full price reside no disco, com a promessa de enchimento sem custos adicionais no futuro, mostrou-se, para mim, insuficiente para justificar a sua aquisição, ainda que esse mesmo esqueleto seja apresentado com exímia qualidade. Porém, quando comparado a jogos cuja única finalidade é PvP, como o Overwatch que foi parar a retalho para as consolas a 69,99€, o jogo apresenta igual quantidade de conteúdo, ou ainda mais, no entanto, são os seus antecessores e todos os outros jogos no fighting genre o termo de comparação correcto. Tempos estranhos, estes que vivemos.

Um jogo que habita o fighting genre desde 1998 é Guilty Gear e o jogo aqui analisado é Guilty Gear Xrd: Revelator, update e sequela de Xrd -SIGN-. É uma sequela directa do jogo anterior, a história continua exactamente um ano depois de -SIGN-.

Elpeth sofre uma mudança de visual relativamente ao antecessor de Revelator, por motivos ligados à historia.

De forma semelhante a -SIGN-, a história de Revelator é contada através de um anime não ligado a uma personagem específica, e o modo arcade de -SIGN- é agora apelidado de episode em Revelator. A estrutura é a mesma, o conteúdo é vasto e uma boa recompensa é atribuída aos que terminarem as cinco horas de história principal, que tomam lugar depois dos acontecimentos de episode. Ainda que não tenha assistido à totalidade (encontro-me nas 3 horas), este modo pareceu-me bastante razoável e fácil de acompanhar a quem esteja disposto a fazer a pesquisa necessária, tanto na internet, como na enciclopédia digital incluída nos menus.

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A história de Guilty Gear está longe de se categorizar como jogo, mas isso não descarta a sua qualidade.

Relativamente ao combate, Revelator traz um total de seis novas personagens ao roster antigo. De um ponto de vista técnico o jogo mantém exactamente o seu funcionamento imaculado, amarrado à jogabilidade característica da série, jogabilidade essa paralela à de BlazBlue, uma vez que é desenvolvido pela Team Red, equipa contida na Arc System Works. É adicionado um novo esquema de comandos para os menos dotados, tornando o Xrd agora também apreciável por estes! Este esquema apelida-se de Stylish Mode, mais uma vez, paralelo ao Continuum Shift Extend’s de BlazBlue, porém, mostra-se insuficiente para aqueles que desejam o controlo absoluto da sua personagem, uma vez que determinadas combinações de botões (usualmente, as que se obtêm por massajar continuamente o mesmo botão) ficam inacessíveis. Poderá mostrar-se uma vantagem online contra os jogadores novatos que insistem em usar o esquema Technical (o tradicional) e um melhor desafio contra um jogador mais experiente, mas nunca uma vantagem em jogo para um duelo de dois jogadores igualmente experientes.

O estilo distinto e encharcado em shaders de Guilty Gear Xrd realça-o da concorrência.

E por falar em online, é aqui que os bons exemplos se encontram! Enquanto os lobbies e salas de -SIGN- se resumiam a listas e tabelas, Revelator trás um modelo como sempre sonhei para um fighting game! O jogador controla uma personagem, personalizável, pois claro, e que parece construída por caixas de cartão, em ambientes recheados de arcade cabinets. Para combater, basta sentar e aguardar que alguém se sente na cabinet ao lado, que se encontra emparelhada com a nossa para combates. Existem ainda salas que permitem customizar combates à vontade do freguês e encontrar jogadores com níveis semelhantes aos nossos. Todas as salas e o lobby estão equipadas com uma cabinet para treino individual, tapetes de veludo e candeeiros franceses do século XIX. Um mimo, ó!

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Oh, so true. O primeiro jogo de luta que assume que tenho sentimentos. Estou comovido.

E não me poderia despedir sem fazer mais um enorme elogio ao método de renderização das personagens. Implementado pela primeira vez talvez por jogos como Naruto: Ultimate Ninja ou Okami, Guilty Gear Xrd: Revelator na PS4 é, para mim, o pináculo desta tecnologia, tornando os modelos 3d das personagens quase indistinguíveis de sprites 2d. É incrível, traz um ar modernizado e profissional à série, tal como destalha de todo o enjoo que a pixel-art se tornou desde a banalização do jogo indie.

Guilty Gear Xrd: Revelator é um revisitar bem vindo às nossas salas de estar com mais conteúdo e o mesmo nível de qualidade a que fomos habituados. Ao contrário de alguns jogos que deveriam dar a cara pelo género, é em pérolas como esta que reside a nata do género-mor dos anos noventa. Xrd: Revelator revela imensa competência e o sinal de que é possível uma boa modernização se o mindset for simples e não aspire chegar à lua. Os noobs terão de gitgud, mas estando cientes que esta é a versão definitiva, houve um esforço da equipa em tornar este jogo mais fácil de abordar.

https://www.youtube.com/watch?v=-a0oiqHaRTI