Longe dos holofotes e da atenção mediática, quase circunscrito a um nicho de jogadores de PC que se deliciam há mais de duas décadas com o género, os jogos de estratégia, sejam por turnos em tempo real continuam a surgir com algumas surpresas para os mais atentos.
Como muitos outros géneros a viverem vidas semelhantes, grande parte destas novas experimentações vão-se centrando com o mercado indie a assumir o lugar na proa do risco inerente. E que vivam os jogos de estratégia durante largos e bons anos, em direcção ao infinito e mais além.
Concealed Intent apresentou-se na área algo populada dos jogos de estratégia espacial por turnos. Aliás, o primeiro impacto foi mesmo esse, um grande suspiro que concentrou em si todos os jogos do género que me passaram pelo rato e que pouco adiantaram, para mim, e para o mercado.
Porém parece beber da falta de informação associada a um jogo clássico, a Batalha Naval, porque apesar de estarmos num “tabuleiro” galáctico não temos percepção da localização dos nossos inimigos e vice-versa. Concealed Intent alterna os seus turnos entre a detecção e a intercepção das naves inimigas.
Na Batalha Naval vamos definindo o posicionamento da frota inimiga através dos sucessos e do falhanço. Em Concealed Intent esta descoberta é diferente. Para além de termos de antever as trajectórias dos adversários, temos igualmente de conseguir mascarar as nossas intenções e os nosso movimentos.
Grande parte do jogo passa por este jogo de “gato e rato” entre as nossas unidades e as adversárias, na tentativa de prever as trajectórias e revelar e identificar unidades pelo meio de um interface hiper-infográfico, e aí começar as típicas batalhas por turnos dos jogos de estratégia espacial.
Com toda a inspiração na Batalha Naval, em que brincamos com o conhecimento e o posicionamento no tabuleiro, mas em que transformamos as quadrículas de um em múltiplos planos paralelos onde a acção se desenrola. E esta diferença é suficiente para o diferenciar de tantos outros dentro do mesmo setting e género.