Para quem cresceu no boom da indústria dos videojogos, quem a viu crescer para o que é hoje, há certos pontos e certas coisas que fazem confusão. A propagação da internet e dos serviços online ajudaram muito as empresas e estúdios de videojogos, de tal maneira que enquanto algumas conseguiram arranjar maneira de financiar os seus projectos quando praticamente mais ninguém o faria senão os próprios jogadores, outras maiores conseguiram que os jogadores não só testassem os jogos deles sem eles pagarem como os jogadores pagam para o fazer. Curiosamente tenho visto muitas notícias recentemente acerca de quem paga para trabalhar e se calhar a minha visão está toldada por isso. Adiante…

Este fim-de-semana tive oportunidade de jogar um teste multiplayer de Titanfall 2. Eu, multiplayer e First Person Shooter numa consola é obviamente uma receita de sucesso, mas mesmo assim tenho que manter um olhar imparcial e justo sobre isto, porque não é um jogo da Nintendo e toda a gente sabe que com esses eu não tenho travões nos elogios.

O que dizer sobre a sequela de Titanfall, um jogo que prometeu mais que entregou em 2014?

TitanFall 2

Provavelmente vai ser mais do mesmo, várias promessas que vão continuar por cumprir. Eu não quero fazer uma campanha contra Titanfall 2, até porque me é completamente indiferente, mas também não vou dar-lhe os melhores elogios porque é apenas mais um FPS genérico com alguns twists. Diferenças maiores entre ele e os actuais concorrentes no mercado? É mais dinâmico, a acção é semelhante aos outros mas mais rápida, o facto de o nosso avatar ganhar velocidade e ritmo, correr em paredes e dar duplo-saltos é um factor diferenciador e podermos controlar Mechs também, é algo que não é muito comum num FPS. Ou melhor, até é, mas não no mesmo jogo, a própria jogabilidade dos Mechs e dos pilotos é diferente e podemos notar o trabalho e esforço do estúdio em fazer isso notar. Contudo, vai ser uma jóia indispensável?

Talvez, é difícil dizer porque este teste teve actividade limitada apenas no fim-de-semana, e só tinha disponíveis algumas armas e dois cenários e três modos de jogo, incluindo o novo Bounty Hunt, no qual ganhamos dinheiro para a nossa equipa destruindo inimigos (IA e/ou reais) e temos que depositar o mesmo em caixas que vão aparecendo é divertido e torna a acção mais fluída.

Foi apenas um teste, bastante povoado, não me lembro de ter feito nenhum jogo em que as equipas não estivessem equilibradas com a população máxima, mas não deixo de ter uma sensação que não é a que possivelmente a produção queria. Possivelmente devido à má recepção e vendas com a sua exclusividade em sistemas da Microsoft, Titanfall 2 vai ser lançado para a PS4 também, generalizando assim o seu alcance, e a generalização é o problema que eu senti neste teste, eu lembro-me do lançamento de Titanfall em 2014, da promessa de ser diferente, da sua tentativa de realmente ser fora do normal, olhando para este acredito que isso se vai perder, tornou-se mais generalista, apenas mais um entre muitos, todos iguais. Ele já prometeu ser mais que os outros, agora é apenas mais do mesmo, esperemos que não seja ainda menos que isso.

Se a minha profecia da falta de singularidade se vai cumprir só iremos saber daqui a alguns meses. Ao contrário de algumas profecias a minha é simples e compreensível, mas assim como todas as outras só saberemos se é verdade quando acontecer e já for tarde demais para fazer algo contra ela.