Eu adoro quando as pessoas dizem: “Só há dois tipos de …, os que… e os que…”. É tão bonito quando conseguimos limitar de tal maneira a nossa visão das coisas a uma escala binária, ou é 0 ou é 1, ou é preto ou é branco, bom ou mau, batata ou vodka.

Apesar de nada ser assim tão simplista é precisamente como eu vou começar este comentário a Solar Shifter EX.

Há dois tipos de Bullet Hell, os que os movimentos dos inimigos são padronizados e os que são gerados aleatoriamente.

Solar Shifter 2

Inspirado nos Shoot’em up de scroll vertical dos anos 80, como o clássico 1942, Solar Shifter EX pertence ao primeiro grupo, em que os inimigos chegam em padrões fixos pré-definidos enchendo o ecrã numa chuva de balas, explosões e itens a recuperar até chegar ao boss do nível. Este jogo não foge à regra em nada incluindo o facto de ter uma história que é perfeitamente desnecessária, assim como o voice acting apesar da sua qualidade acima da média. Sinceramente, saber que o ser humano espalhou-se pelo espaço, encontrou uma espécie hostil e daí nasceu uma guerra e jogador controla um mercenário que tenta fazer a vida neste ambiente, ou dizerem à partida: “este és tu e tudo o que não és tu é para abater” funcionavam de modo igual para mim, porque não procuro um enredo profundo nestes jogos.

Podia ser um jogo perfeitamente igual aos outros do mesmo estilo, mas difere na capacidade de fazer o titular Shift no ecrã e poder saltar entre quatro pontos instantaneamente numa espécie de teleporte que nos permite atacar inimigos sem sofrer dano às vezes ou a escapar dele, mas tirando isso não tem nada de especial ou original na sua jogabilidade. Posso dizer que mesmo o próprio Shift não é estonteantemente inovador.

Solar Shifter 1

Não é por isso que não deva ser comprado quando sair para a XBOX One, não sei se ao mesmo preço que a sua versão PC que é de cerca de €9, mas se assim for é uma boa compra por uma razão apenas:

Solar Shifter EX é absolutamente lindo graficamente, os cenários, as naves os efeitos tridimensionais são estonteantes. Hoje em dia já não sou tão fã destes jogos como quando era miúdo mas nem em miúdo conseguia sonhar com estas imagens, a minha placa gráfica mental não tinha capacidade para isso.

Sabendo também que é feito pela Elder Games que também criou MeridianMeridian: Squad 22 sobre o qual escrevemos aqui, dá um valor adicional ao jogo, porque é feito por Ede Tarsoly coordenando o seu segundo jogo em três anos apenas com vários produtores freelance no mundo inteiro.