Hoje, dia 20 de Outubro de 2016, um dos segredos mais bem guardados dos videojogos vai ser finalmente revelado. Acreditamos nós. “O que é afinal a NX?” vai deixar de figurar ao lado de outros segredos eternos como “Miyamoto deve a sua genialidade a uma eventual puer aeternus não-diagnosticada?”, “Afinal Molyneux foi criado por John Le Carré?” e “Porque projecta Hideo Kojima uma aura de O Rei vai nu a todo o mundo?”.
Sem nunca cedermos a especulações ou rumores, aqui no Rubber aproveitámos o anúncio da Nintendo hoje para o stream oficial que podem assistir aqui às 15h sobre as primeiras revelações sobre o que vai ser a NX para transmitir-vos algumas certezas. No entanto, e antes da verdade vir ao de cima, e por entre uma selva desbastada de rumores e tretas infundadas semeadas pelos IGNs e Eurogamers desta vida, deixamos aqui 5 certezas sobre o que a NX não é. E se errarmos em alguma das nossas certezas pedimos aos nossos leitores para se deslocarem à nossa redacção que serão ressarcidos pelo incómodo com um café gratuito, tirado numa máquina Nespresso.
1 – Um vibromassajador facial
Esta é fácil. Estão a ver aqueles catálogos da DMail ou anúncios da TV Shop que apresentam sempre uma senhora sorridente com ar de co-apresentadora do Preço Certo com um objecto fálico encostado à cara? Naqueles exercícios totalmente enganadores, visto que quem compra um vibromassajador facial vai vibromassajar tudo menos a face? Temos a plena certeza que a NX não vai ser um desses dispositivos e que não vai incluir nada do género. Pelo menos no bundle oficial. No Japão a história pode ser diferente. Mas também lá diz a máxima popular “o que tem tentáculos e entra-e-sai e entra-e-sai no Japão, fica no Japão”.
A outra garantia que temos para a NX não ser um destes dispositivos é o facto da Nintendo ser uma companhia extremamente familiar. E não me parece que lhes apeteça ter uma geração inteira a usar como Wiimote um aparelho que ao vibrar ajuda a relaxar os músculos da face (dizem). Entre outros músculos.
2 – A WiiX, WiiA ou WiiCoiso
Um dos erros da Wii U foi tão somente a sua nomenclatura. Para muitos casuais que tinham a anterior consola da Nintendo, e que rebentou o mercado conquistando novos jogadores onde eles não existiam, adicionar um singelo U à frente do nome sempre soou a uma expansão, ou a algo que não precisávamos de comprar porque já lá tínhamos a versão base em casa. A Wii U sem U.
Com a definição do nome NX fica (aparentemente) a garantia de que a Nintendo não se vai limitar a adicionar uma letra à frente de Wii e a confundir os seus potenciais compradores, enquanto fica a ver as caixas de Wii Us a apanharem pó nos lineares das lojas.
3 – Um componente da TARDIS
Aqui quase que me apanhavam. No meio de tantos [Rumores] publicados pelos nossos colegas menos escrupulosos sedentos do clique fácil, penso que entre “é um combo de Mega-Drive e SNES mas HD” e “dá para tirar cafés com o crossover Nintendo/Delta” penso que algures que é possível que tenha lido que a NX era um componente da TARDIS. E eu quase acreditei.
É que no tricentésimo quarto episódio o Doctor refere que o sistema de navegação tem um disjuntor opalitativo de transmaterialização ubíqua, ao lado dos tubos de condensação quântica do segurryon, que vão encostar tangencialmente aos cristais de profusão estroboscópica da omnicentáse mecânica do segundo distribuidor de capitulação e hiperformação cósmica, desembocando, através do referenciador tássico no NX. Mas ouvi mal. Afinal era um personagem terciário que estava a falar da vizinha do quarto andar a Anne Esse. Uma confusão facilmente explicável. Ainda bem que na altura não publicámos esta informação com o redentor tag [Rumor]. Valha-nos isso.
4 – Um sinal do Fim dos Tempos
Sou ateu mas com a minha antropológica e sociológica curiosidade pela religião já li mais sobre religião do que muitos crentes. Essa é outra certeza num texto cheio delas. Mas sem entrar em dogmas (porque não sou desses) posso garantir que em nenhum texto apocalíptico, de nenhuma religião, seita religiosa, ou religião-inventada-e-tão-risível-que-parece-criada-pelos-autores-de-South-Park como a cientologia diz onde quer que seja que um dos sinais dos fim do Mundo é a vinda da NX.
Fala-se de ressuscitar os mortos, a vinda do Anticristo (ou Inafune se for mais fácil de pronunciar), o Sol e a Lua desaparecerem dos céus, o surgimento do super-humano num cavalo branco, a aquisição da Monsanto pela Bayer, a língua prateada da serpente laranja com um roedor louro morto na cabeça ou a distribuição de afectos do Presidente-que-nunca-dorme, mas ninguém até hoje se referiu ao lançamento da NX como um dos selos destrancados que levaram ao final dos tempos. Menos o IGN Internacional num dos seus 8.3 [Rumores] diários sobre a consola falou sobre Jesus descer dos céus sentado num trono com 7 NXs (plural) na boca, dando o início definitivo ao Apocalipse. E assim falou Peer Schneider, e os Apóstolos disseram “olha, ‘tá bem pá!”.
5 – Uma consola de próxima geração
A Nintendo é o cúmulo do hipsterismo e é por isso que a amamos. Depois de tanto tempo a estar à frente do mercado do ponto de vista de tecnologia e hardware, a Nintendo decidiu vestir o casaco de malha do avô, os óculos de metal dos anos 1960 da tia-avó, comprar umas sandálias irónicas na Feira da Ladra, uns suspensórios com foguetões que usava quando tinha 3 anos e foi à barbearia da moda arranjar o bigode de forma a que o caracol lateral fique em linha com o fio do monóculo. Pegou no monociclo, colocou um gira-discos às costas e foi até ao Starbucks mais próximo pedir um copo de água da torneira, enquanto ouve bandas tão desconhecidas que parte delas ainda não existem. Ah, e decidiu dar um passo atrás, e deixar que os outros meninos populares estejam à frente da atenção de todos com os seus carros topo-de-gama que vão de 0 aos muitos em cerca de alguns segundos.
É por isso uma certeza que a NX vai estar para os projectos Scorpio e para a PS4.5XPRONEO como o hipster que sabe que é fixe e cool sem precisar de se por em bicos-de-pés, e mesmo que o seu monociclo não tenha a mesma aceleração que as bombas dos outros meninos, pelo menos é, e sempre será um clássico. E é isso que interessa.