Desta vez cabe-me a mim usar o manto de Inspector Gerigonças.
Fica-me mal porque não sou um gajo altamente técnico não ligo aqueles pormenores de números ou de capacidades de isto e aquilo, sempre me dediquei à base do funciona ou não. Se calhar é algo que ajuda aqui, é algo que pode dar uma visão do comprador comum para o possível comprador menos comum. Isto tudo para dizer que tive na minha posse para testar os MadCatz Tritton Ark 100, que é um nome extremamente longo para um artigo e irei passar a referir-me aos mesmos simplesmente como Ark 100, ou até só Ark.
O modelo em questão é o exclusivo para PS4 e Mobile devido à sua entrada e ao que dizia na caixa, mas descobri que também dá para usar no PC. Mais ou menos, mas já lá vamos.
Esteticamente gosto bastante deles, o preto e laranja funciona muito bem e é quase o que se chama um fashion statement, é daquelas coisas com que se sai à rua fica tudo a olhar para nós. Apesar do seu aspecto e quantidade de materiais usados fiquei muito surpreendido com o peso deles. Fora da caixa tive mais que uma vez o que habitualmente me refiro a Efeito Super-Homem, que é quando vamos pegar um pacote de litro de leite ou outra bebida julgando-o cheio e levantamos com a força máxima estando vazio, e naquela fracção de segundo julgamos ter desenvolvido superpoderes. Obviamente é só porque está na verdade vazio e os Ark 100 são leves devido à escolha de materiais, contudo isto tudo para dizer que não são incómodos apesar das suas capacidades.
Voltando à cor e expandindo o espectro de luz, este headset é totalmente iluminado, a palete é bastante extensa assim como as opções de pulsar e outros efeitos, basicamente é como andar com um espectáculo do Tony Carreira na cabeça. As luzes e a cor base do headset até podem ser interessantes num palco de eSports, que é provavelmente o público-alvo deste equipamento mas num quarto ou sala são um pouco supérfluos, são como aquelas tatuagens que as moças fazem na base das costas conhecidas como Tramp Stamp, Selo de Badalhoca ou Matricula de Benidorm: podem ser muito bonitas mas não me venham com conversas que tem “significado”, aquilo é para quem vê, não para quem usa.
Os auscultadores são extremamente ergonómicos e quase 100% ajustáveis individualmente, abafam na totalidade o ruido externo permitindo assim ao utilizador deixar-se embrenhar totalmente nos sons que lhe chegam aos ouvidos.
O som é precisamente a parte chave de um headset, onde o design e o peso, e até ergonomia se tornam secundários se o som for de má qualidade. Não é o caso de Ark 100, o som é bom na sua base, e melhor quando ligamos a opção de boost. Esta opção só me chateia porque é apenas proporcionada por pilhas AAA, sem elas é apenas bom. Fiz o teste em alguns jogos e onde notei mais diferença e eles trabalharam melhor foi no jogo A Blind Legend e algumas experiências de com som binaural. Como havia dito este Ark 100 é exclusivo para PS4 nos quais funcionam perfeitamente, num Xiaomi Redmi Note 3, num iPad onde também funcionam mas achei um bocado overkill, prefiro os meus headsets mobile mais pequenos. Finalmente testei parcialmente no PC, como tem apenas um jack, só o podia usar como headphones e não como headset, mas se quiserem dispensar a parte de falar e quiserem usar apenas como um output de som, é uma opção viável apesar de não ser ideal.
Analise pouco técnica mas de um ponto de vista do consumidor é um bom headset para a PS4, exagerado para mobile. Pelo valor é uma compra justa e ao nível dos da sua gama, acaba por cair nas opções de gosto pessoal.
Este equipamento foi gentilmente cedido pela Fraggerstuffz e pode-se encontrar para versões para PC e Xbox One também.