Caçada Semanal#60
Uma das editoras indie mais profícuas em lançamentos dos últimos anos é a francesa Plug-In Digital. Os membros da equipa que compõe a editora são visitados frequentes pelas nossas idas à Gamescom, e cujo catálogo é frequentemente escrutinado aqui no Rubber Chicken. E nesta sexagésima edição das caçadas semanais vamos dedicar um pouco atenção a 2 jogos recém-publicados pela Plug-In.
Ortus Arena
Os jogos de estratégia têm o condão de se tornarem numa espécie de sifões de tempo para mim, e que me parecem cristalizar fora do tempo. Foi o que aconteceu com Ortus Arena, um simples jogos de estratégia simétrico que teve origem num afamado jogo de tabuleiro.
Com um número de “energia” (movimentos) finito, cabe-nos a difícil tarefa de equilibrar as nossas decisões perante acções defensivas e atacantes. No nosso turno podemos gastar toda a energia disponível para tentar uma ofensiva contra o adversário, mas isso deixar-nos-á completamente desprotegidos no seu turno, sem a possibilidade de contra-atacar.
Espalhados pelo tabuleiro estão uma série de pontos que temos de conquistar e defender das invasões adversárias, e cuja manutenção inter-turnos nos garante energia adicional para podermos encetar o domínio da “arena”.
As regras são simples, e rapidamente compreendemos os muitos pontos que o constituem, e há uma gigantesca abordagem mecânica que nos lembra uma aura de xadrez, com as possibilidades quase infinitas do clássico jogo de tabuleiro.
Satellite Rush
Depois de largos meses em Early Access, o simpático top down shooter com elementos de roguelike chegou à sua versão final no final do ano passado.
Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Kimeric Labs, situado no Rio de Janeiro, Satellite Rush é mais um dos muitos projectos com qualidade que o a cena indie no Brasil vai exportando, demonstrando a força imensa desta área criativa e dos muitos indie devs que vão criando a sua marca no território.
Pensar em Hitchicker’s Guide to the Galaxy assim que caímos na bem-disposta aventura sci-fi roguelike de Satellite Rush é um momento óbvio: o facto do protagonista ser abduzido por alienígenas e levado a bordo de uma nave de nome Satellite Moebius, e toda a tónica humorística impressa a isso o leva.
Com níveis processualmente gerados, com múltiplas portas que se abrem num pseudo-reality show galáctico em que temos de abrir caminho ao tiro por um número infindável de inimigos, tendo apenas os aleatórios power ups como auxílio nesta proeza que termina muitas vezes de forma abrupta, graças aos rigores da permadeath.