Numa viagem pelo tempo é como a Galinha se tem sentido nas últimas semanas, seja por ter posto as “mãos” na versão trial de Expeditions: Vikings, ou por todas as segundas-feiras ter uma visita à história portuguesa pela série da RTP, Ministério do Tempo.
Em qualquer uma destas duas viagens a crítica rápida que surge – caso sejamos um pouco rigorosos ou perfecionistas – será sobre a qualidade visual final. Seja o grafismo ou a utilização do Green Screen, o que é facto é que se nota que o budget de ambos os projetos não é tão bom quanto estes mereciam MAS – e agora sim um GRANDE MAS – apesar destes “defeitos” o trabalho desenvolvido por ambas as equipas está excelente!
Até à data saíram 5 episódios do Ministério do Tempo, uma série da RTP (baseada numa com o mesmo nome, mas espanhola, que muito possivelmente terá uma história idêntica) cujo enredo se dá no ano 2016, onde existe um Ministério do Estado Português – tal como o Ministério da Saúde ou da Educação – chamado Ministério do Tempo, porém este é secreto para a grande maioria dos comuns mortais. Este Ministério consiste num sistema de portas –sim, portas – daquelas que impedem a passagem de uma divisão da casa para outra, mas que neste caso quando abrimos, atravessamos para outro local e outra data, tendo o Ministério do Tempo a função de “policiar” estas portas e os vários eventos históricos de forma a que nada aconteça diferente do previsto – um pouco à semelhança do Legends of Tomorrow mas desta vez a equipa não são super-heróis e a história é a Portuguesa.
Expeditions: Vikings é um jogo de estratégia por turnos com board hexagonal em que cada personagem tem dois sets de skills e de equipamento, trazendo uma profundidade interessante que não é vista em outros Strategy RPGs. Em Expeditions: Vikings começamos a jogar num dia trágico, sendo neste o enterro do pai da personagem principal, o qual era Thegn daquele clã de Vikings. Aqui podemos personalizar a nossa personagem dentro de algumas opções, mas o mais importante é o facto da história do jogo se adaptar automaticamente ao facto de sermos uma personagem masculina ou feminina. A história acontece por volta dos anos 700s DC e começamos por ser desafiados no dia do enterro para uma batalha em que o prémio é ‘a posição de Thegn’.
Se num dos lados assistimos a polícias do tempo que fazem tudo por tudo para manter a História intacta, do outro lado somos nós que construímos a História, tomando constantemente decisões de grande impacto para o desenrolar do jogo. Exemplo disso são situações em que vemos aliados que passam a odiar-nos e a desafiar-nos para ficarem com o direito ao lugar de Thegn ou inimigos que nos querem matar mais que tudo mas que com algumas respostas adequadas podemos manipular para que estes pertençam à nossa equipa.
No Ministério do Tempo temos como personagens desde o mais comum enfermeiro, a Luís de Camões, Fernando Pessoa, Adolf Hitler, Oliveira Salazar, Afonso de Albuquerque, entre outros. O enredo roda à volta de policiar pequenos eventos que ocorrem e ameaçam as linhas temporais, mas rapidamente conseguimos compreender que uma grande teoria da conspiração se desenrola nos fundos, na qual existem outras pessoas fora do Ministério que conseguem viajar no tempo. O enredo é fluído e sem muitos tempos mortos ou até mesmo “secantes”. Além disso, é também interessante o facto de a série nos ligar às personagens, contando-nos as suas histórias e os dilemas que cada personagem principal enfrenta em cada um dos seus tempos, já para não falar do conteúdo relacionado com a história de Portugal que pode ser aprendido (relembrado) com esta série.
Já no que toca o Expeditions: Vikings, este demonstrou-se um jogo muito fluído – com alguns bugs – mas a realidade é que o jogo ainda está em desenvolvimento. A passagem de story mode para combat mode é suave e por vezes inesperada, pois uma resposta inadequada pode despoletar automaticamente um combate com os presentes. O Thegn tem como função fazer melhoramentos na vila de forma a que esta tenha melhores funcionalidades, como gerir o seu Clã e responder aos desafios que esse titulo acarreta e como levá-lo a vitórias por terra e por mar.
Tanto a série como o jogo se tornaram viciantes para esta galinha onde por um lado se espera ansiosamente pela próxima segunda-feira e por outro lado pela data de lançamento do jogo. É verdade que nenhum destes dois objetos de vício são algo de novo e nunca antes visto, mas são sem duvida alguma um bom trabalho de duas equipas que conseguiram algo excelente com os recursos que conseguiram e que alguns se recusariam a fazer fosse o que quer que fosse.
Sendo assim incito-vos a entrarem nestas duas viagens pela História do Mundo e do nosso passado, onde a estratégia é de facto a palavra de ordem tanto numa como na outra.