A morte é algo com que todos temos que lidar e porque todos iremos eventualmente passar. É o capítulo final da nossa mortalidade e, nesse sentido, é inevitável. Ela também uma constante em pen and paper RPGs. Podemos ir mal preparados para um confronto e acabar por pagar um preço altíssimo por isso. Podemos ter azar nos dados enquanto exploramos um certo mecanismo numas certas ruínas e tal ser o nosso fim. Contudo, aqui a morte é mais maleável e podemos até mesmo fazê-la curvar-se perante nós.

Num artigo anterior já se referiu que quando existe uma morte no nosso grupo de aventureiros, tal deve sempre ser um momento épico. Deve ser algo para ficar na memória de todos os jogadores, seja pelas últimas palavras proferidas pelo falecido, ou pelo contexto do facto em si, como por exemplo ter morrido às mãos de um vilão recorrente, e no último confronto todo o grupo entra em combate gritando o nome do seu companheiro caído em batalha. A morte aqui pode ser finita, mas não é obrigatório. Para começar, existem uma série de feitiços como Revivify e Raise Dead que tratam de devolver a alma ao corpo (pode-se sempre tornar as coisas mais interessantes e acrescentar um nível de dificuldade ao feitiço/ritual que deve ser superado pelos lances dos restantes membros). Caso nenhum dos jogadores seja um perito nesta área, certamente haverá alguém disposto a ajudar na realização desse mesmo ritual, talvez até mesmo algumas divindades. Para além disto, a própria morte pode tornar-se numa nova quest. Após o acto, os jogadores poderão presenciar algo, algum tipo de demónio, a apoderar-se da alma do seu aliado e levá-la com ele para o seu plano de existência. Cabe agora aos jogadores (se o quiserem, claro) viajar até esse mesmo plano e resgatar a sua alma. Uma outra versão seria os rituais de ressurreição requererem componentes raros, obrigando assim os jogadores a procurarem por eles, e sabe-se lá onde tal demanda os vai levar. Mesmo que a morte seja definitiva, a alma desse mesmo jogador pode vi a ser um aliado recorrente, não só aconselhando o grupo como ajudando em momentos mais críticos.

A morte marca-nos sim, e o impacto é muito maior quando não contamos com ela. Mas as memórias dessa mesma pessoa têm força mais que suficiente para nos fazer seguir em frente e com ela sempre presente. A morte não precisa de ser o fim, apenas um novo começo.