A temática do Rapaz-Ventoinha desta semana é fácil, Dragon Ball como deu para perceber logo pela imagem e titulo. Podia ter deixado de parte a jocosidade juvenil, podia, mas não era parte da minha natureza. Comecei a escrever este texto no dia de lançamento de Dragon Ball Fusions para a 3DS que me serviu de gatilho para um double-feature especial dedicado a dois dos melhores JRPG que já joguei, apesar de não muitos não partilharem da minha opinião. Um JRPG puro que vai ser tema do artigo daqui a 2 semanas, e a melhor trilogia de Action-JRPG que alguma vez parou nas costas solarengas da Nintendo, falemos então de Dragon Ball Z: Legacy of Goku (LoG).
A franquia de Toriyama foi (ab)usada em praticamente todas as consolas, não só da Nintendo, e em todos os estilos de jogo de Plataformas a Lutas 2D sem esquecer de jogos de cartas coleccionáveis. Mas só os Legacy of Goku conseguiram capturar a essência mágica daquela série que parava o nosso país duas vezes por dia, a partir de 1996 e ainda hoje é repetida à exaustão.
Enquanto a série pode e deve ser revisitada quando quisermos (excluindo o GT e tenho sérias dúvidas acerca do Super) alguns jogos são abaixo da média, podiam ser muito melhores em vários aspectos quando a fonte é tão rica em possibilidades, seja a luta pura dos Budokai ou a liberdade dos Xenoverse, todos eles me deixam algo a desejar. Não lhes faltam ingredientes porque estão lá todos, às vezes até demais, falta-lhes é tempero.
Esse não é o caso da trilogia lançada para os Game Boy Advance de 2002 a 2004 cobrindo toda a saga Z de Dragon Ball desde o aparecimento de Raditz até à derrota da última e mais pura forma de Buu. Respectivamente, início de Z até à derrota de Frieza/destruição de Namek encontra-se em Legacy of Goku. O regresso à Terra aparecimento dos Ciborgues, Cell Games e derrota dele por Son Gohan em Legacy of Goku II, e a restante história até à destruição de Majin Buu em Buu’s Fury.
Tenho perfeita consciência que é quase uma blasfémia dizer que estes são dos melhores jogos de Dragon Ball E dos melhores Action-JRPG nas Consolas Nintendo quando estes dois universos são tão grandes (se acham isso mau esperem pelo meu próximo Rapaz-Ventoinha) mas apesar das suas várias falhas, são jogos que eu revisito constantemente porque conseguem-me divertir imenso.
Confesso que sempre fui mais fã das aventuras de Son Goku em Dragon Ball do que Z, reconheço a qualidade da série (apesar de ser mais fã do Samurai X que dava ao mesmo tempo na TVI, isto hoje é só heresias!) que divertia tantas gerações mas era a simplicidade quase infantil tanto dos enredos como do próprio Goku que me faziam sempre rir. Ao crescer e ter histórias mais complexas essa inocência perdeu-se um pouco, os fillers de dias para se passarem aqueles 5 minutos que faltavam para *inserir opção favorita como alguém chegar/o planeta rebentar/coiso no geral* acabavam por cansar. Estes jogos, de certa maneira filtraram quase toda essa parte aborrecida (apesar de manter algum grinding) tornando-o mais fluido e alegre.
Em LoG não há uma imagem, personagem ou dialogo que não seja familiar a um fã de Dragon Ball. Ok, talvez um ou outro cenário ou diálogo adaptado, mas os personagens principais e secundários, assim como as histórias no seu alinhamento correcto estão lá todas. Seja só com Goku ou alternando personagens, seja fazendo a história ou andando só de um lado para o outro derrotando inimigos para ganhar força e XP, há uma certa magia nestes pequenos jogos que cabiam na mão e que podem ser levados para todo o lado em SP, Micro ou seja lá qual for a vossa escolha de GBA, há poucas experiências semelhantes porque é daqueles poucos que nos fazem viver todo o Dragon Ball como o vimos. Apesar dos gráficos e jogabilidade mais limitadas, para mim o que conta é o que se vive no jogo, por isso este ganha aos seus pares por KO.