Caçada Semanal #70
A versatilidade da Nintendo Switch é a sua grande arma. A portabilidade e na maior parte dos casos usando os Joy-Con como dois comandos separados permite que uma ou duas pessoas desfrutem de alguns jogos interessantes em casa, no campo ou na praia. No café ou no cinema, no Alfa Pendular ou no avião.
Como nem só de Legend of Zelda vive um homem, vamos partir para uma caçada massiva de êxitos de outrora.
Começamos por Othello que é o trademark da Mattel para o jogo mais conhecido como Reversi, que faz muito mais sentido do que dar-lhe o nome do Mouro de Veneza tendo em conta que a base do jogo é mesmo voltar as peças do nosso adversário a nosso favor.
Othello é daqueles jogos como xadrez e tão velho quanto o mesmo. Para dois jogadores no qual um controla peças brancas e o adversário as pretas. O objectivo é colocar peça a peça à vez até completar o tabuleiro. O único twist (pun intended) é que quando o fazemos todas as peças do nosso adversário que estão em linha com a nossa viram para o nosso lado.
Porque se chama Othello, não faço ideia, e não há muito mais a dizer sobre ele, sobre a peça e especialmente Iago, um dos personagens mais brilhantes alguma vez saídos da pena do bardo já é outra conversa. Teses inteiras foram escritas sobre isso. Contudo não é sobre teatro que estamos aqui para falar mas sobre um pequeno jogo interessante que funciona bastante bem na Switch em ambiente portátil como se de um tabuleiro a sério se tratasse.
Talvez seja um preço um bocado alto para o jogo que é, mas não é um mau jogo.
Passamos agora para não um, nem dois, nem… ok, são cinco. Cinco jogos de NEOGEO que vieram parar à Switch. Junto todos numa secção só porque não vale a pena escrever sobre todos individualmente mas sim sobre a potencialidade que vem da sua existência.
King of Fighters ‘98, Waku Waku 7 e World Heroes Perfect são jogos de luta 2D, Shock Troopers é um shooter de perspectiva isométrica e Metal Slug 3 dispensa apresentações.
Todos eles são óptimos jogos de arcada, só no Metal Slug 3, um dos melhores e mais difíceis shooters horizontais de sempre, perdi a conta ao número de moedas que lá gastei, provavelmente o suficiente para comprar vários jogos se as tivesse guardado. Shock Troopers é interessante mas não é tão bom como o seu par. Da mesma maneira King of Fighters ‘98 é consideravelmente superior aos seus companheiros de lançamento. Se não puderem comprar todos, aconselho esses dois como escolhas primárias, mas atenção que são puramente devido ao meu gosto particular, não tenho nenhuma fórmula matemática ou cientifica que prove a superioridade deles.
O sistema de lutas 3 para 3 de KoF não é algo que se possa dizer excessivamente melhor que o de 1 para 1 de Waku Waku ou World Heroes Perfect. Nem o aspecto mais estilizado do Waku Waku é melhor que o mais datado por quase 20 anos de KoF. Jogar um shooter de plataformas horizontais como Metal Slug, não faz dele melhor que o aspecto clássico top-down de Shock Troopers, mesmo que o seu aspecto seja mais limpo e as animações mais apelativas, cada um deles tem os seus pontos fortes e fracos perante os outros. O ponto-chave destes jogos é o mesmo que em Othello, a portabilidade e facilidade de partilha.
Há maneiras mais baratas de ter um emulador de arcada portátil, sem dúvida, mas o potencial de encher uma Switch de jogos de arcada (com a permissão de certas licenças) é imenso. Estando a emulação já criada, é apenas necessário colocar jogos disponíveis e qualquer dono da consola pode pegar nela e jogar ou partilhar com alguém usando os comandos em separado.
Compras seguras para fãs de retro/arcade a sós ou acompanhados.