E foi falha minha por julgar que tudo o que vem do Steam é um jogo. A verdade é que isto já andava na nossa lista há bastante tempo e só agora tive oportunidade de lhe pegar, não tem sido fácil aliviar tempo para muitos jogos e escrever sobre eles mas lá se vai dando um jeito. Quando me foi atribuído este jogo nem senti curiosidade em ver de que se tratava, e no passado fim-de-semana lá consegui, sentei-me em frente ao computador e liguei Theme Park Studio, na esperança de ter nas mãos uma versão moderna de um Rollercoaster Tycoon.

Pois é, se estão a pensar nisso podem tirar o cavalo da chuva. Theme Park Studio é mais uma ferramenta de design e engenharia do que um jogo e está lá explicado na introdução, eu é que puxando da parte do meu código genético que me impede de ler instruções não fui lá ver. É claro que isto não tira qualidade ao… jog… ah… coiso. Cena.

Quando ia jogar, já tinha na minha cabeça toda a Yggdrasil planeada, um parque de diversões de temática Viking, dividida em nove reinos como Asgard e Valhalla e com direito a uma pista de karts em que todos eram decorados com Gullinbursti*, a montanha russa Sleipnir*, uma torre de quedas semelhante a um martelo obviamente chamada Mjolnir* e um carrossel marítimo chamado Naglfar*,entre outras coisas interessantes.

Tipo isto

Quando me apercebi que podia desenhar tudo isto com um certo nível de pormenor e até ver como funcionavam no que diz respeito à física mas não podia meter o parque mesmo a funcionar, senti um vazio mais fundo que mais escuro dos mundos, onde as raízes da gigantesca árvore da vida não chegam.

A Pantera Entertainment, que o criou, poderia ter falhado num ponto enorme que foi a do entretenimento. Podia dizer que se esqueceram que um jogo deve, acima de tudo mais, divertir quem o compra. Poder criar o parque a um pormenor é muito bom, e poder “testar” as nossas diversões em Realidade Virtual também. Mas quando não posso ter a parte da gestão do parque, fazer aqueles pequenos ajustes para o funcionamento perfeito desde limpeza a entretimento, comes e bebes a acessos e espaços verdes, retiram o “jogo” do jogo. Mas como não é um jogo, não posso criticar essa parte.

Como ferramenta de criação tem as suas falhas mas apenas pela sua falta de tutorial que não ajuda de maneira nenhuma que um iniciado se sinta confortável neste campo.

Por faltar a parte de jogo no geral, não o recomendo, infelizmente, como ferramenta de design é a primeira que utilizei, não desgostei mas não sei se vale o que pedem por ele por falta de termo de comparação. Posso dizer que me aguçou o apetite para este tipo de coisas.

Notas culturais:

Gullinbursti – Porco selvagem feito de ouro oferecido ao Deus Freyr. Podia correr e voar enquanto puxava a sua carroça, e os seus bigodes eram tão polidos e brilhantes que iluminava o caminho mesmo de noite.

Sleipnir – Cavalo de oito patas pertencente a Odin. Filho de Loki. O mais rápido de todos os cavalos e animais.

Mjolnir – Mítico e indestrutível martelo do Deus Thor.

Naglfar – Maior barco do mundo nórdico, construído a partir das unhas não aparadas dos mortos. Porque podiam ser bárbaros mas tinham boa higiene.