Segundo artigo da série de jogos de corrida da Nintendo.

Depois de Wave Race 64, sou obrigado a falar de uma das jóias da coroa nipónica. Um jogo revolucionário que inspirou tantos outros agora démodé. Raparigas e Rapazes Ventoinha, saltemos para as pistas de F-Zero!

De 1990 até 2004 foram lançados 10 jogos F-Zero em várias plataformas Nintendo. Todos eles com as suas diferenças mas no fundo, todos eles respeitando os genes do seu antecessor original, F-Zero na SNES.

F-Zero foi completamente revolucionário no que diz respeito aos jogos de corrida nos anos 90 e não só porque foi o primeiro a utilizar o que na Grande N chamavam de Mode 7 Scrolling. Até essa data os jogos eram uma combinação de objectos 2D em cenários estáticos, e esta técnica mudou isso porque permitia dar uma falsa perspectiva 3D, uma ilusão que permitia o sprite fixo mover-se em mais ângulos.

A velocidade alucinante, combinada com uma dificuldade considerável e uma óptima banda sonora foram sempre marcas da franquia e foram adoptadas por vários jogos de outras como Wipeout (e também Mario Kart mas desse falamos daqui a umas semanas) que sem F-Zero provavelmente não existiriam.

A série espalhou-se por várias consolas, mantendo sempre as suas raízes e melhorando pouco mais que os gráficos e adicionando algumas opções de jogo para acompanhar os tempos. Mais pistas, 3D a sério, modos de jogo como Death Race e outros.

O último a sair em costas ocidentais foi um dos que mais joguei, F-Zero GP Legend. Este pequeno jogo de 2003 (original japonês) passou mais tempo no meu GameBoy Advance SP que muitos outros, a simplicidade dos gráficos, oposto ao jogo da Gamecube, o facto de se passar alguns séculos antes do original e ser uma espécie de prequela altamente bem sucedida no que diz respeito a alterar tudo para o passado e dando-lhe um ar mais antigo e usado, não caindo nos erros mais comuns a Hollywood em que as prequelas têm um aspecto e tecnologia superior aos originais, são alguns dos melhores aspectos do jogo.

Após esse e em exclusivo para o Japão saiu F-Zero Climax, que foi o único que tinha um editor de pista incluído de origem. É pena que não tenha sido lançado cá.

Apesar não ser um ponto assim tão relevante porque no Japão há de tudo, a F-Zero GP Legend deu à luz (não consigo pensar num trocadilho para fazer aqui com naves ou nada do estilo) a uma série de anime de 51 episódios com o mesmo nome e seguindo a história do jogo.

F-Zero é dono de algumas das minhas melhores recordações de videojogos nos mais 30 anos de jogador que tenho, é também a razão de eu ter reflexos altamente evoluídos. Infelizmente como outros géneros as corridas futuristas alucinantes passaram de moda e deixaram de ser feitas, mas tal como o número anterior desta peça, ficavam mesmo bem na Switch, Fast RMX é um bom exemplo disso.