Aquele momento em que se compra um jogo de tabuleiro, mas o tempo que se jogou no fim-de-semana não chegou para nos satisfazer… O bichinho continua irrequieto e insatisfeito, que se pode fazer para o saciar? Após uma pesquisa na internet sobre alguns sites de Board Games que permitem jogar alguns jogos – mas atenção, repita-se apenas “alguns” – lá descobri o jogo que vou abordar neste artigo. É verdade que apesar de ser um videojogo eu não o apelidaria assim, mas sim de um baú de possibilidades cujos autores chamaram apenas de TableTop Simulator.

No desespero de querer jogar mais Dead of Winter, Board Game que falarei numas futuras semanas, descobri o TableTop Simulator (TTS), que comprei automaticamente através da Steam. O TTS é basicamente um simulador que pode inclusive ser jogado com VR (algo que ainda não experimentei). A primeira experiência foi estranha, porque nunca tinha pegado neste género de simuladores, foi um mundo novo MAS queria muito continuar a minha experiência de Dead of Winter para além do fim-de-semana.

Entrei e fui automaticamente atirado para o Tutorial e aqui foi quase aprender a andar, isto porque rapidamente me apercebi que o cursor é uma mão porque representa isso mesmo, uma mão, a minha ou a vossa, e a forma como jogamos Board Games é exatamente como este simulador representa. A mão serve para pegar nas peças levantá-las, atirá-las, destruir o jogo, fazer rolar dados, virar ao contrário cartas ou tokens. Após aprender grande parte das interações descobri aquela que nunca fiz na vida real mas já tive vontade

FLIP THE TABLE!!!
Apesar de esse vídeo ser antigo e não demonstrar a versão mais atualizada do jogo podemos ver a função que falava. Agora que acabámos o tutorial entramos para o simulador e para os jogos que gostamos à distancia de um clique! “Já posso jogar Dead of Winter” – pensei eu… Mas ao abrir a lista de jogos recebo o choque

 

Existem apenas alguns jogos, uma lista pequena nos clássicos e de facto estes clássicos são aqueles que todos nós conhecemos desde sempre.

Nos DLCs descubro que existem Board Games apenas acessíveis por pagamentos adicionais.

 

E aqui foi onde descobri que iria poder jogar o tão desejado Dead of Winter mas também muitos outros.

Aqui é onde podemos retornar a jogos inacabados, mas quem sou eu para explicar a opção de Save & Load a vocês seguidores assíduos da Galinha de Borracha.

 

Lista de Clássicos:

Lista de DLCs:

Pequena amostra do Workshop do TTS:

E aqui está um exemplo do que podemos encontrar no Steam Workshop para o TTS:

Podemos pensar em um pouco de tudo, desde Board Games de estratégia que consistem apenas em mover peças mas também jogos como Spyfall em que o jogo roda apenas a volta da interação dos jogadores através de conversa, com perguntas e respostas, onde é usado o Voice Chat do TTS que se porta bem melhor que o Voice Chat do League of Legends, ohh wait, era fácil esta piada…

Agora que falamos em Voice Chat e em jogos de estratégia com movimento de peças, podemos falar na funcionalidade que mais me deixou curioso no TTS, que ainda não experimentei mas não morro sem experimentar. Aparentemente o TTS pode e é usado como Board para jogos de pen and paper RPG tais como Dungeons & Dragons ou Vampire: The Masquerade, entre outros. Existem imensos itens na Steam Workshop onde podemos arranjar de tudo para apoiar estas sessões de RPG, enquanto escrevia o artigo decidi invadir uma sessão de RPG e dar Spectate a uma sessão de Buldar’s Gate Dungeons & Dragons.

E este grupo infelizmente não está a usar o Voice Chat mas mesmo assim podemos cuscar como usam os recursos presentes no TTS. Deixo-vos com algumas imagens:

Apesar do tabuleiro ter muito pouco detalhe, o nível de detalhe das estruturas é bastante interessante e permite dar forma à nossa imaginação. Enquanto escrevia o próximo bloco de texto algo aconteceu na sessão de D&D: descobri que a meio do jogo o tabuleiro de jogo pode ser mudado e os jogadores passaram para um barco como podem ver na seguinte imagem. Sempre a aprender…

Para terminar queria deixar-vos com a minha experiência do meu primeiro Dead of Winter no TTS e de tudo o que aprendi sobre este com o primeiro jogo que fiz.

Entrei numa sala aleatória ao qual faltava apenas um jogador, cruzei-me com um grupo de pessoas de diferentes nacionalidades para fazer um jogo de Dead of Winter “curto” que durou 5 horas. Inicialmente tive que aprender a jogar dentro do TTS pois era a minha primeira vez a jogar. A maior surpresa para mim com o TTS é que tal como o nome diz é um Simulador, ou seja todas as mecânicas que para mim eram “lógicas” serem automáticas porque era um videojogo, pois é, não são, e tal como num Board Game em casa de uns amigos, aqui é igual recolhes e colocas tudo à la pata… Ao longo destas 5 horas descobri que podia apontar, escrever, fazer linhas e até mesmo fazer batota, algo que não fiz… Outra coisa que aconteceu foi que visto que nada é automatizado pelo TTS, o problema de jogar em casa também acontece que é NÃO SABER AS REGRAS CORRETAMENTE, que foi algo que gerou algumas coisas mal feitas durante esse jogo. Infelizmente o TTS não tem nenhuma forma de ler as regras à excepção de alguns jogos da Workshop que têm o bloco de notas comum a todos os jogadores com as regras lá copiadas mas sem imagens, apenas muitas linhas de texto.

No entanto ganhámos o jogo e correu lindamente, foi uma primeira experiência que deixou a desejar muito mais e jogar muito mais jogos. Resta-me dizer-vos se são pessoas que gostam de Board Games mas apenas jogam de X em X tempo com o grupo de amigos tal como eu, TTS é a barreira que vocês devem quebrar para jogar e viciar mais um pouco num bom jogo de tabuleiro até com desconhecidos. Não, não substitui uma boa tarde na mesa do João Machado MAS também é muito bom.